domingo, 29 de novembro de 2009

Saber viver.

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passam de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de.. Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável, pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Hoje descobri que tudo isso é...
Saber viver!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dormir abraçado

Ah! Dormir abraçados... Talvez não exista momento mais completo que esse, é o momento que precede ou procede o amor, o côncavo e o convexo se unem, você acredita que ele pode te proteger de tudo no mundo, enquanto ele acredita que você é só dele, a pequena protegida.
Coisa pré-fabricada, corpos feitos com o encaixe perfeito para os braços dormentes conseguirem apoiar a nuca e para que as pernas sejam capazes de ser apoio numa escadinha de ossos amorosos.
Tudo se fala quase por susurro, a magia da cama, a magia das almas próximas, os lábios, os olhos, tudo alí tão perto, perto das palavras, perto dos abraços, perto das vontades, livre para os sonhos.
Estamos é sentindo falta de carinho, carinho daqueles que se dá sem querer nada em troca, carinho daqueles que se sente sem precisar preocupar com o "além disso".
Nos tornamos máquinas, tentando ser frios e inatingíveis, uma parede resistente à qualquer sentimento bomba e os detalhes menores, aqueles detalhes tão adoráveis sobre como dormir abraçado com alguém ( o momento mais último de todos ) nós esquecemos de como viver e sentir.
Hoje me vejo tentando sentir, tentando ter sentimentos que não sei mais como são, pois ninguém mais tem.
Esquecemos como é amar.
Esquecemos que um dia dormimos nos braços de alguém e fomos gratas à Deus pela melhor noite de sono da nossa vida, esquecemos que andar de mãos dadas é tão bom, esquecemos que carinho no cabelo dá frio na barriga, esquecemos que beijo na testa faz meu coração amolecer e na nuca faz o coração parar, esquecemos de tudo que nos lembra o tal amor.
Hoje acordei pra me convencer, pensando em como tá tudo frio no mundo, não só nas geleiras dos pólos, mas no coração das pessoas. A gente atende o telefone e com todo o prazer em se relacionar com um outro ser humano, de que, a gente mostra que pode ser tão fria quanto imaginam que a gente possa. Ser frio é sinônimo de equilíbrio, e não sei por que mas tenho me sentido desequilibrada totalmente por ver minha vida nessa geleira eterna.
Sinto que os corações não são confiáveis, ou melhor, os donos deles, por que a capacidade de se enganar é tão grande, que até o pobre coração conseguiu ser driblado pra não mandar mais na cozinha.
Tudo frio.
Não tem mais nem fumaça.
Talvez um dia, eu durma com alguém novamente e não acorde com cara de calígula. Talvez eu acorde feliz e beije o rosto desse alguém com amor, mas hoje a saudade que eu sinto é só saudade, sonho sozinho não é realidade.
Instantes passaram à significar instantes, apenas momentos, sem mais nem menos, nem depois, nem antes.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Entendi

A verdade é uma só, aprendi muita coisa.
Dentre as coisas mais valiosas, aprendi que, não é tão difícil crescer, é só você se deixar levar, mesmo que numa situação ruim, esperando passar a dificuldade até chegar a frase final, a moral da história.
Aí você entende, cada coisa pequena e ridícula que passou.
São 8 meses, desde que meu coração começou a passar por mudanças. Nossa, quantas!
Aprendi tantas coisas discutíveis, assuntos para destrinchar por horas, falando sobre sentimentos e coisas vagas do amor. É tudo muito vago, incerto, realmente é bem incerto.
Hoje de manhã, eu vi a vida diferente, parei pra pensar onde eu estou indo e por que resolvi seguir por esse caminho. Acho que aprendi algumas coisas, durante a trajetória, que me fizeram pensar sobre meus erros e acertos.
Andei procurando nas pessoas, algo que eu queria mesmo era achar em mim. E achei.
Equilíbrio.
Encontrei o meu, encontrei só, não que eu o utilize, mas ao menos encontrei. E achei o máximo. Eu sei quem eu quero ser, e tô gostando de quem tenho sido. Vi pessoas se perderem, se deixarem levar pelas futilidades da vida, pelas coisas menores, e o amor, a essência, são coisas bem maiores, acho que esse é o topo da montanha.
Andei sonhando com abraços carinhosos e beijos na testa e é bem por aí o caminho. Acho que tá certo mesmo. Nesses últimos meses, me enfiei em histórias tão loucas quanto eu mesma sou. E não fui capaz de agüentar até o fim sem chorar, mas fui capaz de esperar pra ver a moral de todas as histórias.
Hoje, eu acordei pra colocar um ponto final na minha vida. Nessa vidinha medíocre que andei levando, essa que eu vivia esperando príncipes e cavalos brancos, talvez pôneis cor-de-rosa-choque.
Hoje eu acordei pra não esperar mais nada de ninguém, e agora começa o tema da novela.
Era sobre isso que eu queria falar desde o começo e ainda não tinha chego o âmago do assunto. O que esperar de alguém?
Espere se surpreender, só. Talvez por que o ser humano seja bicho mutável, com uma capacidade imensa de se reinventar a cada dia, tal qual esse meu "hoje de manhã", que me fez ver que as coisas estão de ponta cabeça e eu queria mudar.
A gente chega em pontos da vida, que são chamados limites e esses limites, são uma linha tênue entre fases. Permanecer ou não é escolha. Amadurecer, abrir os olhos, requer um passo, apenas um passo muitas das vezes.
A gente fica sem jeito, sem saber como as pessoas são e como elas podem reagir à você e às coisas que você faz e realmente nem sempre a reação é agradável.
Talvez eu esteja cansada de ter esperado tanto dos outros e ter me frustrado, mas hoje eu acordei pra não esperar mais, pra olhar pra tudo com um ar de desprendimento e com uma noção certa de que amanhã tudo pode acabar pra mim, então, viver esperando é o mesmo que anular meu viver agora, é viver fora da realidade, fora de uma coisa que não está acontecendo, é como viver do passado, só que vivendo do futuro.
Pra que? Me diz, pra que? Eu acordei pra ser feliz, hoje acordei pra não olhar pra foto alguma e chorar, pra não lembrar de alguém e chorar, pra não ter um abraço e chorar. Não.
Andei me sentindo suficiente pra mim, tão feliz à ponto de conviver bem comigo mesma. Andei gostando de mim ultimamente e só eu sei o quanto é bom esperar um amor em troca e recebê-lo e é esse tipo de amor que tenho vivido. Um amor lindo, por mim mesma. Egocentrismo e egoísmo à parte, falo apenas de estar em paz e não necessitar de algo que me complete, sei que vão aparecer situações e pessoas na minha vida que vão fazer a diferença, que vão compleMENTAR. Entende? E é no complemento que crescemos, na junção e divisão das idéias e ideais.
Hoje acordei talvez pra esperar um amanhã tão tranquilo quanto meu hoje, um amor tão certo quanto o meu, por mim e um dia tão lindo quando o que estou vivendo esse dia todo, esse momento.
E nesse instante, nesse exato instante, finalizei o que prometi pra minha vida hoje, coloquei um ponto final numa idéia que vagava há muito em minha cabeça e acaba de se tornar uma certeza, ser feliz depende de mim e a cada segundo a escolha de sorrir é minha.

Uma hora, a gente entende. Entendi.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Outra carta de amor

Por muito tempo ainda, vou escrever cartas e cartas pra você, como se você estivesse lendo, como se eu fosse te entregar alguma delas. A verdade é que não vou. E desde quando você virou as costas naquele tchau com ponto final, eu sempre soube disso.
Eu sempre soube que não ia poder te substituir e falo entre linhas pequenas pra ocultar e não deixar ninguém saber que senti sua falta. Ai, como eu senti. Os dias tinham gosto de açúcar mascavo, gosto de terra e nada mais era tão colorido. Ficou tudo meio, em tom pastel, sabe? Eu passei a odiar o Damien Rice, o Glen Hansard e meu próprio violão. Eu não gostava mais de msn, nem de celular, nem achava mais tanta graça em ficar em casa, por que não me fazia sentido nada que estivesse sobre a escrivaninha ou na geladeira. O gosto de nada não saia da minha boca.
Foi perdendo a graça. O cheiro. Eu senti seu cheiro no ar outro dia. Não gostei da sensação de ser apenas um vazio cheiroso, uma ausência espalhada por toda parte me cheirando à você e sua saudade ficou lá exalando lembranças e abraços, me fazendo companhia.
Todo mundo perdeu a graça. O todo que eu era com você, andou despedaçado, da parte mais importante. Respirar doía o peito, uma dor como se meu coração fosse parar e eu perguntava pro Tiago, perguntava pra minha mãe, perguntava pro prefeito e pro moço da padaria, por que?
Por que eu gosto dele desse jeito? Até meu pai arriscou palpite, mas ninguém me dava uma direção pra seguir, daí foi quando eu me despreocupei de viver e fui vivendo.
Aí num dia, eu me vi com um clone seu, estampando na minha testa a palavra "burra", como se me vender pato em vez de ganso fosse ser tão simples quanto andar pra frente. Beim, eu não nasci ontem não. Uai, eu sei o que é pato, sei o que é ganso, sei o que é você e sei que o cara lá não era você. Ai como eu queria que fosse. Por duas vezes eu quis transformar pessoas em você.
Uma vez, eu olhei tanto pra uma cabelo igual o seu, querendo que quando os cachinhos pretos se virassem, eu visse seus olhos pequenos. Torci, mesmo sabendo que ele não era, pra que se transformasse em você. Não deu.
Gosto de terra.
Torci, pra que todas as afinidades que eu vi em alguém, ou em todos os taurinos, todos os Damien Riceanos, todos os malditos comedores de peixe cru, todos os que me inventavam apelidos e bebiam tequila, se juntassem e formassem o que meu coração queria. Nem todos juntos, não eram você. Nem todos eles juntos, me preenchiam como você sozinho preenche. Eu já escrevi seu nome três vezes até agora, escrevendo esse texto, aí eu apago e reescrevo, seu nome sai fácil, tá na ponta da língua. Eu passei a entender. Entendi que não adianta, não vou entender.
Sempre quis entender por que você se tornou a razão de algumas músicas, os sonhos, as lembranças, os detalhes, a falta, a saudade, as risadas, os momentos poucos e felizes, sintonia e complemento desse vazio.
Você é de touro, eu sou de escorpião, na teoria somos perfeitos um pro outro. Na pratica, você é perfeito pra mim. Mas não é qualquer um de touro não. Não é! É você. Dos outros eu não gosto. Tem gosto de terra. Você tem gosto de chiclete, de melancia, daquele mais gostoso. Melancia com tequila, na verdade.
Mas na melhor parte, eu não cheguei ainda.
É a que eu queria te dizer que eu te amo. E eu descobri que isso é amor, hoje. E a única coisa no mundo que eu chamo amor é a afinidade, a necessidade, o querer bem corre o que correr, custe o que custar. O tempo que eu perdi, só agora eu sei, aprender a dar foi o que ganhei e ando ainda atrás desse tempo não perder.
Descobri que o amor, é coisa bem maior. Paixão é coisa pequena, que não resiste à nada do que passamos, pressuponho até que você me ame também, da forma mais sincera e necessária que nos amamos, por que eu te vi esquecendo cada palavra triste, quando eu te disse que você estava fazendo falta.
Isso é amor.
O nosso sentimento de eternidade, de passar por cima do que for, ser capaz mesmo te querendo tanto, de passar por cima disso pra ter sua amizade mais sincera. É sentir falta, e não é do beijo, do abraço, do tesão. Não é só isso. É muita falta das palavras, muita falta do seu coração me entendendo, dos seus pensamentos me completando.
Cada uma das que eu fui com você, foram as que eu mais amei em mim e você, a parte que eu mais me importo do meu bauzinho. Que seja eterno então, verdadeiro como parece ser, sincero como superou tudo que podia ser mentira, corajoso como chegou até aqui depois de enfrentar o maior risco de uma amizade.
Eu tô tão feliz que você voltou, que não caberia explicar na confusão de sentimentos, o que é alegria, o que é amor, o que é sentir denovo o gosto de chiclete de melancia e o cheiro mais familiar que existe ao meu coração.
Hoje, eu voltei à olhar pra Lua. Vi estrelas nas entrelinhas. Repeti feito boba 429 vezes a palavra amor, repeti na mesma estrofe, amor, amor, amor, amor, amor.
Você nem faz idéia disso, mas quando eu te conheci, você zerou minha vida.
Todos os medos que eu tinha, tudo que ainda doía em mim, tudo que já senti por outras pessoas, o gosto de terra, tudo acabou. Tudo zerou. Eu comecei denovo à sentir, sentir coisas diferentes, com uma vontade nova, com uma expectativa de aniversário.
Eu queria te pedir pra não ir mais embora.
A arte precisa de você na minha vida. Minha mãe precisa de você na minha vida. O Tiago precisa de você na minha vida. Eu preciso de você na minha vida, senão, eu paro de achar graça. E volta o gosto de terra.
Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e exagerados, essas minhas cartas cheias de todos os sentimentos que sou capaz de sentir ao mesmo tempo, era que você me pedisse pra guardar o lugar.
E mesmo que você não peça. Tá guardado. O da cadeira e de todo o resto.


Tudo o que outras pessoas são, deixa espaço no meu coração e só você, cabe sem deixar um vão de ausência.


Com amor,

Pequena (: