segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Jet Lag

Estas palavras são sobre se apaixonar, como muitas outras palavras são ... Às vezes, eu acho, que até demais!

Eu passei a vida procurando por este amor, onde eu podería falar
sobre esse conto de fadas, sobre como ele é perfeito. Como tudo está bem.
Quando você se apaixona sua vida fica brilhante. É assim que deve ser.
Eu não sei, eu tive momentos em que me senti doente, onde não podia respirar, todo tempo ansiosa e já não vivia mais a verdade de quem eu era. Você começa com aquelas borboletas no estômago, que se tornam aperto no peito e com o tempo lágrimas.
Às vezes o amor é talvez um pouco desconfortável e nos dizem que esse é o verdadeiro amor, certo?

Hmm ... Eu tenho certeza que não!
Ninguém sabe o que é amar, como nós ... eles apenas adivinham !

 

Jet Lag
 
Little angels
Whisper softly
While my heart melts
For you and I'll see
Only sunshine
Only moonlight
For the first time its real

And the higher you take me
The more that you make me
Feel so hazy
Tell me what this means
 
How the time flies
When you're near me
Get those butterflies
Inside and I'll be
Where the stars shine
Where the birds fly
'Till the next time you're mine

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Só.

Ela imaginava a vida lá pelos 40. Não aquela coisa com meta, como devia ser, mas se via no futuro como quem se via num espelho. Nessas noites solitárias de São Paulo, andava por seus pensamentos com um copo de vinho na mão, alguma coisa pra rabiscar e talvez um nome que emoldurava todo seu rosto: escritora, cantora, empresária...ou qualquer dessas profissões onde uma mulher bem sucedida, acaba se tornando uma pessoa sozinha. Ela associava tudo à solidão. Lá no fundo, deve ser esse mesmo seu maior medo, o de ser rejeitada, ou talvez enloquecer com esse monte de pensamentos irracionais sem nunca ser compreendida. Essa menina, tinha ainda nos pés chinelos coloridos; tinha em seu jeito doçura e malandragem; cantava como um pássaro em sua primeira primavera, mas seus olhos estavam ficando vazios. Quantas pessoas no mundo pensariam como ela? Quantos seres humanos, homens, mulheres, ainda tem o desejo pela cumplicidade, pela amizade, pelo companheirismo? Quantas pessoas ainda restam nesse mundo, que não se converteram ao individualismo, ao egoismo ou trocaram um momento de intimidade, risadas e amor com alguém, por coisas e situações que aos olhos do mundo hoje, é mais importante? Quantas pessoas ainda tem sensibilidade? Quantas podem olhar no fundo dos olhos de alguém que está angustiado ou só, e podem realmente ver aquela luz se apagando? As esperanças dela se acabavam, quanto mais acreditava e se frustava, mais ela desistia de tentar... Talvez, essa menina que não tinha visto a vida além dos 40, já houvesse visto demais até seus 20 e poucos e já pudesse ver o rumo que o sentimento do mundo tomou. É ruim andar de mãos dadas sozinho, é difícil amar por alguém e o pior de tudo, que decreta o ponto final de qualquer esperança é tentar viver numa solidão à dois. Se é pra ser solitário, viver por um só faz do sofrimento coisa bem menor...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

um dia a gente cansa.

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

grito ao feminismo.

Eu tô de saco cheio de conformismo. É tanta gente me dizendo: "é assim mesmo", "isso não muda", "não adianta querer relutar". O quê??? Tô falando dos homens e dos relacionamentos em si. Sou totalmente contra o machismo e tenho sentido na pele esse tal machismo, vindo até mesmo de mulheres. Eu que tô prestes a ir morar com meu namorado, levo pelo menos uns dois sermões por semana de alguém me dizendo que agora eu tenho muitas responsabilidades pra assumir, que tenho casa pra limpar, comida pra fazer, finanças pra me preocupar o bem estar e mordomia pelo qual "tenho" que zelar, para meu "maridinho". Pode parar por aí. Não foi pra isso que eu vim ao mundo, te juro. Eu não sou uma dona de casa, sem prioridades e sem vida pessoal, como nos anos 40 onde as mulheres eram totalmente submissas e dedicadas aos afazeres do lar e ao marido. Tenho 20 e poucos anos, muito o que estudar, muito o que conquistar e muito mundo pra viajar. Não anda um pouco surreal esse conceito que muitas mulheres e homens ainda tem desse formato de acordo matrimonial? A gente tem vida, personalidade, a mulherada tem mais o que fazer, tem amigas, tem compromissos, tem negócio, tem carreira, tem desejos de sucesso, assim como o homem. Não é a luta pela igualdade entende? É a luta pra que esse discurso antigo e machista pare de ser considerado. Quero ver ter homem pra acordar cedo pra trabalhar, cuidar de filho, casa, esposa, comida e ainda ter que estar cheiroso e sempre disposto pra quando sua mulher quiser uma "rapidinha". Não tem. E por que eles acham que a gente tem que se enquadrar nesses moldes? Acorda gente. A vida de hoje, com a correria de hoje, requer apoio, companheirismo e respeito mútuo entre um casal,quem não estiver preparado pra ajudar e apoiar, é melhor escolher vive sozinho, por que pensar assim e pesar na vida de quem já tem trocentas responsabilidades e preocupações, é sacanagem.

domingo, 22 de julho de 2012

Caiolando

Há alguns dias, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus -, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Caio Foda Abreu

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

zona sul, sampa, terra, vênus.

Eu chego em três horas. Eu arrumei o cabelo pra chegar linda, mas o calor estragou tudo. Fiz a unha, mais as malas já borraram o vermelho gabriela que eu pincelei. Pincei a sombrancelha. Pincelei e pincei. Pensei em desistir, pensei em chegar logo. Desesperei. Já me enchi de perfume, perfume caro, daqueles com cheiro de paixão, que é pra deixar lembrança. Vou retocar no aeroporto pra garantir. Já enchi minha boca de todas as palavras mais descoladas e sedutoras do mundo pra te conquistar e tô quase as engolindo pra passar essa dor de barriga de nervoso.
Eu não tô pronta. Não tô pronta pra te ver e te dizer isso que pensei durante esses meses aqui. Quanto eu queria naquelas noite laranjas da bahia, dividir meu encantamento infantil pela lua, com você. Quanto eu queria te ouvir falar aquelas palavras bonitas, me olhar de dar calafrios, como quem vai sugar a alma pelos olhos e entender, como num passe da mágica, tudo. Entender tudo que eu nunca nem disse e nem precisaria dizer. Sou um mistério? Sim. Mas não pra você. Você me lia e me lê até hoje. Cada coisa que eu escrevo eu sei que você sabe que são pra você. Eu sei que você me responde, por que era de você que teria que vir a resposta.
E eu não estou pronta. Pra te contar nada que eu pensei. Tudo isso, parece muito, muito, muito e a palavra muito fica feia aqui. Pensei muito, senti muito. Mas o que temos, sem palavras que definam, nem arestas que dimensionem, não é muito, nem pouco. Nem sei se é. Abstrato. Mas eu ia gostar de estar com você, por aí de mãos dadas. Ia gostar mesmo, seu cheiro no cangote me fazendo cócegas. Eu ia gostar.
Mas não estou pronta. Não consigo comer. Tô quase pra desmaiar, por que além do tudo e do mais ainda está um calor absurdo. E eu não sei lidar com isso, só sei lidar com meu caderno, cheio de sonhos grafites. Mentira! Nem com ele eu seimlidar tão bem assim, vez ou outra eu rasgo umas idéias sonhadoras demais e as substituo por colagens de revista de gastronomia.
Faltam agora, talvez umas duas horas e meia. E quando você aparecer na recepção do desembarque, com sua cara de homem, sua voz de homem, seu jeito de homem seguro, bonito e confiante, eu vou ter vontade de te pedir que volte de onde veio e que espere mais cem anos. Eu queria me preparar mais, deixar tudo redondinho, certinho, na ponta da língua pra ser dito. Queria estar linda, de cabelo esvoaçante, vestido florido, cheirando flores dos campos da Índia, mas não. Estou de pretinho básico, suada, com olheiras de panda, cara de nervosismo e a unha que era vemelha...eu já roí.
Não deu tempo de eu virar mulher.
Eu vou ter vontade de pedir que você me carregue no colo, me coloque no fusca e me leve até a casa da minha mãe e me entregue pra ela. Eu queria tomar água com açúcar na casa da minha mãe.
Escrevo isso e choro. Porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se não acabar morro. Porque sempre levo um susto quando te vejo e me pergunto como é que fiquei todos esses meses sem te ver. Porque você me entedia e dai eu desvio o rosto um segundo e já não aguento de saudade. E descubro que não é tédio mas sim cansaço porque gostar assim é maratona no sol e sem água. E ainda assim, é a única sombra e água fresca que existe. A gente não tem fim. Não teve começo, não tem meio - quanto mais fim. A gente é isso aí que é.
Agora é menos de menos de uma hora que falta pra falta acabar. Preciso terminar esse texto. Mas eu tenho medo, sobretudo, de terminar esse texto. Sobre o que eu vou escrever se você for melhor do que esperar por você?

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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fica na minha vida pra sempre?

Você não precisa mais de chocolate. Agora, você tem um cidadão que te causa o mesmo efeito. Que te dá uma sensação boa pelo corpo inteiro. Que te dá energia e que te dá gosto. Que dá gosto de olhar, de tocar, de sentir, de beijar. Ele dirige bem seu carro, seu corpo e, se sua vida fosse um filme, ele poderia ser o diretor. Ou o personagem principal. Ele escreve as coisas mais lindas que você já leu e, mesmo assim, ele consegue ler seus textos cheios de clichês. E ele é meio clichê do seu lado. Ele fala que te adora. Te chama de linda. Diz que te quer pra sempre. Mas enquanto o pra sempre não chega, você quer aproveitar cada segundo do lado dele. Você queria não ter hora pra ir embora. Você queria que ele não fosse embora. Você só queria rir com ele a noite inteira. E queria que a noite inteira não tivesse fim. Pra vocês falarem besteiras. Pra jogar conversa fora. Pra você falar das coisas fúteis sem parecer estúpida. Pra ele rir porque o álcool é intolerante a você. A noite é sempre perfeita. Você bebe uma ou duas doses da sua bebida favorita e ri horrores. Ri porque se diverte com ele. Ri porque ele consegue ser mais bobo que você. Ri porque não entende como pode ser tão gostoso estar do lado daquele cara que nada sabe sobre você e gosta da sua companhia mesmo assim. Ri porque está feliz com tão pouco. Está feliz de estar ali. E queria estar ali pra sempre. Você ri porque ele não é nada daquilo que você imaginou pra sua vida. Mas ele te convence, sem palavras, de que é o cara perfeito pra você. E faz com que tudo que você viveu antes dele pareça tão morno. Faz com que os outros caras que já passaram pela sua vida pareçam tão pouco. Ele admira seu sorriso. Diz que seu corpo é lindo. Adora seu cabelo. Suas pernas. Beija sua mão. Beija seu rosto com um carinho ingênuo. Toca sua pele e faz você se sentir uma adolescente. Ele te abraça e muda o ritmo da sua respiração. Porque, na verdade, ele mudou sua vida. Ele não fez nada pra isso, mas te faz a pessoa mais feliz do mundo. Você não quer mais nada dessa vida. Quer ele. E só. Quer ele te abraçando com aquela mão macia. Com aquele corpo quente. Aqueles olhinhos brilhando do seu lado. Aquele olhar que fala sem palavras. Aquele sorriso mais perfeito do planeta. Aquele cara que chegou e te rendeu sem o mínimo esforço. Por quem você abandonaria todos os outros caras interessantes que te ligam sábado à noite. Deletaria do seu celular todos os números de telefone. Por quem você largaria todas as outras propostas. É com ele que você dividiria o apê, a cama e a vida. Arriscaria começar tudo de novo. Ele é o cara pra quem você olha e pensa: fica na minha vida pra sempre?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Caio

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fechando os olhos.

Dizem que quando o escritor está com fome, ele se expressa melhor. Eu terminei um pedaço suculento de lasanha 4 queijos há uns 5 minutos, talvez menos.Noite de São Paulo, jantar tradicional, lasanha, congelada. Assim como os Miojos, China In Box, pizzas... Fiquei inexpressiva; ou como dizem os paulistas depois de comer muito: chateada. Pra ser sincera, eu queria qualquer desculpa pra começar já me enrolando, com as palavras pulando na minha cabeça.
Ele me deixou perplexa. Me deixou, perplexa. Eu abri os olhos com a sensação de ver aqueles olhos negros, pequenos e aquela barba, tão negra quanto os olhos. Não tinha ninguém.
Uma sensação de ter sido deixada, apesar de saber o motivo. Fez falta pra carne, pra pele, pro nariz, pro ouvido. Me fez falta pro corpo todo. É verdade que eu não imaginava. Eu seria hipócrita ao dizer que desconfiei.
Ele foi me dando a droga, eu fui caindo num mundo que pensei ser o meu, me viciando nele. Era ele, ele fez todas essas últimas palavras em mim, ele que fez essa cor no meu mundo agora. Eu queria sentir o que era toda aquela poesia dentro de mim. É tudo vermelho, laranja, é quente, como a noite de ontem, noite vermelha e laranja, é apaixonado, apaixonante. A noite de ontem. Ele passava as mãos em minha pele e eu sentia como se minha pele fosse veludo. Velvet, ele disse. O clima, assim como tudo que nos envolve desde de sempre, era de poesia. E ele me beijou. Devia ser o vinho, me fazendo imaginar coisas. Tenho a sensação de ainda sentir o jeito como nos abraçamos, tão cheios de curvas, querendo nos encaixar sem frestas, como se fossemos quebra-cabeça e pudessemos formar um só. Uma sensação eterna, me lembro bem. Ele me beijou a testa, acabo de me lembrar. Flashs, muita coisa se perdeu no meio da loucura daquele instante. Eu me lembro de pensar: preciso lembrar amanhã, não posso esquecer nenhum detalhe, não posso perder esse gosto na boca. E por horas, como se fossem mesmo muitas horas, ficamos alí, juntos, sendo, apenas sendo.
Eu sei que eu o vi usando meu corpo pra acomodar o sono, quando me abraçou, se deitou em mim e nos deixamos. Foi lindo. Os olhos fechados, como um menino cansado de brincar o dia todo. Ele me deixou. Eu dormi com a sensação de que minha noite não terminaria jamais, naquele dia e nos outros também. Acordei, tentando me lembrar em que parte do sonho eu acordei e tentei voltar a sonhar. Ninguém recita o que quer que seja quando faz amor, ninguém mantém no olhar o jeito de menino quando quer prazer, ninguém sabe fazer carinho, dar intensidade e te mexer a cabeça, como ele faz. Ele é um conto, uma lenda dessas que falam sobre os cavaleiros sensuais, bonitões, boa pinta que ficam com a princesinha das tranças loiras. Ele é mesmo um tipão, como diria minha tia - descolada
Ele me inspira.
Não é o tipo de cara que eu namoraria, entende? Ele é muito livre, eu acho isso muito moderno. Sou brega. E ele é muito bonito. Homem bonito demais, inteligente demais, com lábia demais, dá dor de cabeça.
Ele é leonino, é verdade, tem esse detalhe. Leonino original, daqueles que sabemos antes do cara falar. Me escreve pra sugar por dentro, eu duvido que não tenha maldade naquelas palavras, querendo me roubar a alma. Eu quase dei. Não dei por que ainda resta serenidade, experiência e atitude de bichinha medrosa. É ótimo ser Maria Medrosa pro amor, a gente não sofre, não dá tempo. Quando pensa que vai sofrer já sai correndo sem olhar pra trás. Não sofre. Mas também não vive. Sorte minha ter sido apenas sonho, se esse homem existisse na vida real eu poderia agora estar perdida, de ponta-cabeça.
Sorte, por que se um desses me aparece na frente, agarro e não quero soltar nunca mais.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sim, ou talvez, não.

Eu queria que você olhasse pra mim, com olhos diferentes. Eu queria que você por um instante parasse de enxergar nela todo o seu passado e comaçasse à olhar pra mim e ver seu futuro. Fim é fim. A história está terminada. E a nossa que tinha tanto pra dar certo você não quis começar. Eu me acho ridícula pedindo pra que você acorde, mas não posso te amar e me amar por você, eu preciso que você me ame. Não sei viver de algo tão vazio, não sei conviver com pequenos detalhes que não estão certos. Eu preciso que você saiba o que quer, preciso que você me queria, ou que queria à ela e que volte e seja feliz com ela. Eu preciso de mim pra mim, e preciso de você só pra você. Posso te dividir com você, mas não posso te dividir com ela. Eu preciso de nós, e não de vocês, não das suas maluquices, não da sua idéia de abandonar tudo e fugir dos problemas. Se você demonstrasse certeza, em apenas uma frase sua, eu me casaria com você. Eu abriria mão de tudo, abriria mão do meu egoísmo, egocentrismo, de todas as minhas falhas, abriria mão de tudo pra estar com você, e por você, eu faria esse sacrifício. Mas você nunca demonstrou querer. Não posso me dar à quem não me quer. Não posso abrir mão por quem não sabe nem que estou fazendo isso em seu nome. Não posso chorar, não posso rir, não posso fazer absolutamente nada que tenha relação com a sua pessoa, enquanto a sua não se encontrar com a minha e nesse encontro nos abraçarmos, nos amarmos e nos jurarmos amor até que eu morra de tanto te amar. Eu quero morrer de tanto te amar. Eu quero viver isso por você e principalmente, eu quero viver isso por mim. Eu quero sentir tudo isso, ao menos uma vez na vida e meu coração escolheu você pra ser o pivô de tudo isso. Eu tenho te amado, quieta, calada, inocente, mal amada. Eu tenho te quisto, sem você ao menos me notar. Eu tenho te desejado euquanto você está mais preocupado com sua vida do que com qualquer outra coisa. E com toda razão. Mas eu tenho feito e tudo que tenho feito, tem sido por você. Eu vou desistir. Vou dar mais alguns dias pra que essa história fique diferente, mas se nenhuma linha a mais, for escrita com plena consciência de um amor, uma paixão, um sentimento, eu vou te esquecer pra sempre. E como todos os meus contos aqui escritos, já esqueceram e mataram alguém, você também vai morrer pra mim. Eu quero sim, que seja sim, amado, mas se não for, eu vou viver, sem dançar com você, brindando à nós e nossa felicidade. Eu te escolhi pra ser meu querido... Eu não, meu coração, quero apenas que você saiba disso. Apenas disso.

Romã

C F Dm Am

Já faz um tempo
Que eu quis lhe fazer uma canção
Pra lembrar aqueles dias
Que fizemos dois se tornar um

Eu gostei do meu gosto
Misturado à sua ilusão
Entre coisa que dissemos
Só nós não tivemos tradução

Entre vontades, intensidade e amor
Restou o fim de algo que nem começou
Eu te vi louco, rouco e tão sonhador

Mas não há mais laços
Nada do que é seu misturado ao meu
Não vejo estrelas lá fora
Nem onde essa história se perdeu

Menino, o teu beijo de chiclete
Os seus cachos, o gosto de sua pele
O seu cheiro fresco de romã
Seu abrir de olhos na manhã

domingo, 15 de agosto de 2010

Para brincar na gangorra: dois

Para o sofá: colo.
Para rir: companhia.
Para cheirar: pescoço.
Para deitar: cama larga.
Para gozar: nós.
Para dormir: a paz do depois.
Para a noite inteira: certeza de você comigo.
Para o acordar: sorriso.
Para o celular: mensagem matinal.
Para a manhã: lembranças.
Para depois do almoço: um alô.
Para a tarde inteira: saudades.
Para todas as noites: sua chegada.
Para arrancar dos olhos o riso: chocolate.
Para fazer surpresa: sorvete.
Para apaixonados: uma rosa.
Para a sala: nossa música.
Para olhar e olhar e amar: você.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Para um menino com uma flor

Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente. Ainda estou fechando os olhos e tentando encontrar a parte mais quente das suas costas. Ainda estou com este riso bobo na cara, matando a saudade de ter quinze anos e uma vida linda pela frente. Pode ser mesmo que isso passe, pode ser que amanhã eu acorde e você tenha ido embora. Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados. Zilhões. Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era acordar todos os dias e sentir aquele gosto de merda na boca. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas, com o seu medo de beijo na orelha e com o seu jeito de se desculpar por falar demais e balançar os pés, você acaba de me salvar. Este texto é pra te falar uma coisa boba. É pra te pedir que não tenha medo de mim. Sabe esses textos que eu publico aqui falando putaria? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria que isso que eu tô sentindo agora durasse mais de uma semana. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo de mim. Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei o Bradesco, a Vivo, meus pais, o IPTU, a mulher que divide a vaga do prédio comigo, o motoqueiro que me manda ir mais para o lado, a garota que fala caipira, aquele cara que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando, a cada segundo, que você se desesperou pra encontrar meu brinco de coração. Você quis encontrar meu coração pequenininho no escuro. E você encontrou. E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros. Você é meu herói. Não tenha medo deste texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. Nem desse meu agora ser do tamanho do mundo. Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Tá guardado. O da canga e de todo o resto. Talvez você pense que não merece este texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Algumas horas? Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza. Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida. Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você me dando aquela flor velha, fazendo piada ruim às sete da manhã, me lendo no escuro mesmo com dor de cabeça. Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob's. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo. Estrela, estrela, estrela. Zilhões de vezes.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Contrário.

Saudade é coisa estranha. Coisa que confunde a gente e às vezes na confusão até nos liberta. Comecei me perguntando se eu iria aguentar de tanta saudade, se ia ser possível fazer essa semana passar. Passa o mês, mas essa semana, não.
E no meio dessa maldita semana, entre bebedeiras, insônia e insights eu acho que entendi. Entendi que eu nasci mesmo querendo ser livre e querendo não sentir saudade, talvez eu tenha nascido pra deixar lembranças, levar lembranças, contar histórias, mas definitivamente não nasci pra olhar pra trás. Nunca quis sentir falta.
Nasci pra reconhecer erros - eu erro muito - e talvez minha fraqueza diante à decepção me faça fugir. Me faça não me prender a coisa alguma e querer sempre mudar pro novo. Me sinto dona de nada, sinto que não tenho terra, não tenho porto, não tenho ponte, não tenho ponto. Fui feita de tantas marcas, palavras, sonhos, tentativas e recomeços que na realidade fico até perdida com quem eu sou agora. Não sei em qual época eu parei, não sei se parei, nem se tive época. Sinto tudo ao contrário.
Me dá enjoo, nojo, dor de cabeça e frio na barriga.
Talvez eu sinta que chegou a hora de me assumir, de me decidir e entender que minha vida não é um seriado de tv, com temporadas e chances pra recomeçar aos montes. Talvez seja hora de eu construir algo sério, sólido e honesto pra mim mesma e pros que eu amo.
Eu ja me enganei, muito, mas essa chance que partiu de uma saudade, eu sei que pode ter sido a última que a vida me deu, pra eu mostrar que entendi e que tenho que fazer por merecer.

sábado, 24 de julho de 2010

Quando eu te vi, acreditei.

Eu acredito na fidelidade. Fidelidade espontânea, sem cobranças ou restrições. Ser fiel porque se quer ser. Ainda acredito no amor, no companheirismo, no "se pôr no lugar do outro", no respeito, no valor do sentimento e do carinho. Acredito também, que tudo isso se constrói com o tempo, mas vai do caráter e índole de cada um. Cada um pensa e age de acordo com a sua verdade, e isso é pessoal e intransferível. Eu penso que quando estamos com alguém, supostamente, estamos de corpo e alma, e se não é por isso... Por que estar? Trair não combina com sentimento, fere todos os conceitos de sinceridade e envolvimento, faz da consciência um peso, é maltratar a si mesmo e ao outro. Estar junto tem que ser um ato de verdade, acima de tudo. Se amor não é isso, o que mais pode ser? Formas doentes de sentir não são amor, não ame o que não merece, não ame o que não é amor. E digo mais: até para amar deve haver limites. Amor desmedido é compulsão, carência. Amor passa por um lado muito mais sublime, suave, sutil. Amor é, e só. Nada mais é, como o amor é. Quem muito se doa, não dói no outro. Daquela dor gostosa, eu falo. Só quem já amou e já se sentiu amado sabe da dor que eu falo. Uma dor que não dói, que chamam os corações, de amor. E acredito, porque tudo em mim é isso.


Valdeline B.

Um eterno segundo.

Então ele perguntou, assustado:
- Você pode segurar o meu medo um instante?

E ela respondeu:
- Um instante é muito no lugar de onde você vem?
- Porque eu pretendo passar a noite, os dias e a vida inteira, aqui, com você.


Valdeline B.

Quando o amor vem.

Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio. Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos. Cantar a música que cada instante compõe. Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo. Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho. Andar descalço, sem medo de ferir os pés.


Valdeline B.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Saudade dele.

Ele não sai da minha cabeça, da minha alma, da minha pele. Eu que nunca sinto nada, eu que nunca quero me envolver, vejo agora as fichas caindo aos poucos, de todos os meses que eu vim o amando. Eu amo esse cara desde o primeiro sorriso, eu amo esse amor maluco que não tem começo, não tem meio, não tem fim, não tem por que, não tem palavras, não tem músicas, não tem lembranças, não tem nada, a não ser um agora. O agora tem sido o lugar onde o amor por ele tem morado, é o espaço no meu coração onde ninguém conseguiu ficar por tanto tempo. Esse é o agora mais demorado que já me vi passar. Eu estou falando de amor. Estou falando de algo que não falo sobre, mas senti que ia explodir. Sabe? Eu estou sofrendo por amor. É ridículo!!! Eu pedindo aos meios de comunicação, todos, pra que algum me conectasse com meu cupido, com Deus, com os Orishas, tentei meditação, tentei incenso, tentei sorte, tentei fé, tentei mentir, tentei dizer a verdade, pra conseguir amar, tentei tudo, pra finalmente amar alguém. E eu já estava amando. Eu já estava querendo há muito tempo uma única pessoa. Depois dele, não consegui mais olhar pra ninguém, depois de tudo, não consegui mais beijar, não conseguir fazer sexo, amor, loucuras, carinhos, não consegui nada além de dois ou três dias respirando a lembrança dele com menor intensidade. Mas tudo volta. Eu parei de escrever há tanto tempo e me pego aqui agora parada, olhando com o olho arregalado, pras coisas que o meu coração está me fazendo escrever, tentando descrever a beleza de alguém que mal lembra que eu existo. Alguém que tem um outro amor no coração, alguém que não me vê, como algo mais que uma aventura, talvez com muita sorte, como uma amiga.
Eu nunca passei por isso.
Eu não sei lidar com essa situação, de vir sonhando noite sim, noite não, com os seus olhos claros, seus cabelos loiros, seu abraço que me protegia do mundo inteiro. De lembrar todo dia, toda hora, da hora que eu acordo, até a hora que vou dormir, o nosso jeito de fazer amor. De estar com outras pessoas e fechar os olhos pra fingir que é ele quem está alí. E mesmo com toda essa coisa linda que pode haver em mim, e há, a única coisa que posso fazer agora, é ver tudo isso passando, enquanto o tempo vai fazendo as coisas aqui dentro se esquecerem. E tudo fica bem, tudo está bem.
Não precisa mudar nada, ele não sabe, eu não sabia, ninguém precisa saber.
Mas eu precisava admitir e ler o que eu mesma escreveria, pra ao menos uma vez na vida, me convencer de que fui capaz de falar de amor, pra me convencer de que não sou feita de pó de mármore, que não tenho um iceberg no lugar de um coração.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Nós, e nossos laços.


Nós. Um laço forte, um nó. Nós somos mais do que o amor é. Estamos amarrados um ao outro, e nunca me senti tão livre! Essa coisa que só nós somos, que só nós temos, que não se traduz... O mais puro e verdadeiro amor. Gosto de ver suas coisas misturadas às minhas, gosto de ver seus sonhos misturados aos meus. Gosto da minha vida misturada à sua. Somos nós, laços que não desatam.


Valdeline B.

As cartas que te escrevi.


Príncipe,

Parece que foi ontem. É, parece que foi ontem mesmo. Naquela noite quente, um bar como esses, como tantos, um beijo aconteceu. Ao mesmo tempo parece que é a vida inteira. Como se a gente se conhecesse de outras vidas, de outra dimensão. Eu sei, esse tipo de coisa não dá pra escolher e se pudesse... eu não teria escolhido tão bem.
Hoje é dia de festa, e de muito amor. Hoje faz um ano, que numa noite quente e (des)animada, nossos olhos se encontravam como hoje. Faz um ano que nos conhecemos. E cá estou eu, sem palavras para falar de nós, de nossos laços.
Quero que você saiba uma coisa. Aliás, várias coisas: Foi você quem me ensinou a amar, um amor que eu nunca aprendi. É você quem me tira o sono. É seu abraço que me dá paz. É seu o único colo que me conforta, o sorriso mais lindo que eu já vi, o beijo mais doce que existe. Você é a razão da minha alegria de manhã. A força que não me deixa cair. A doce sensação de me sentir amada.
Hoje, meu bem, eu entendo que você me completa. Que sem você, eu não sei ser feliz assim. Que quero construir uma história, uma linda história de amor, daquelas de contos de fada, contigo.
É impossível não me embaraçar com as palavras quando o destinatário é você. Fico toda sem jeito. Mas também, nada que eu escrevesse seria capaz de expressar verdadeiramente meus sentimentos, são muitos e todos muito profundos, cheios de arestas explicativas. Sei sentir, não sei falar.
Eu vou pra onde você for. Qualquer lugar do mundo é lindo, se você estiver lá. Eu quero estar sempre ao seu lado. E ser sua amiga, sua mulher, sua amante, sua eterna namorada.

Meu amor! Hoje se completa a certeza de um sentimento puro, o início de algo certo em nosso coração, quero nos desejar força pra superar obstáculos, coragem pra não desistir por pouco, respeito pra sermos sempre cúmplices e amigos e verdade pra que nosso ponto final seja no fim de nossas vidas com uma história de fazer inveja aos românticos!

Te amei desde o nosso sempre e vou te amando até nosso eterno.

Da sua,
Princesa.


Valdeline B.

domingo, 18 de julho de 2010

A eternidade se fez possível.


Parece que foi ontem que estávamos no sofá de casa, sem saber mesmo o que fazer com as mãos, e com as palavras... Procurando um lugar pra nos esconder. Não sabíamos nós, ainda, que o melhor lugar para nos esconder, era um no outro. Hoje, sabemos muito bem onde é o nosso lugarzinho seguro, o lugar mais quente e aconchegante: o nosso abraço. Já nem parece que faz tão pouco tempo assim. O amor tem esse poder. Essa profundidade. Essa imensidão. O amor tem o poder de fazer da rotina, algo bom. O amor tem o poder de transformar o que é desconcertante em intimidade. Torna o que é bobo, sagrado. Parece óbvio demais, mas, o amor é lindo!
Foi esse amor que te trouxe de volta, que me levou denovo pro seu lado, e nesse amor, você me fez acreditar outra vez. Já me decepcionei tanto, com tantas pessoas e por tantas vezes, que eu não pensei que pudesse confiar em alguém como eu confio em você. Você me mostrou algo que eu pensei que não existisse mais, e hoje é meu porto seguro, você sempre foi tudo que eu nunca soube que eu sempre quis.

Valdeline B.

Saber amar.




Ele voltou. Ele voltou como nos velhos tempos, quando nos olhavamos e nos amávamos apenas por palavras. Faziamos romance, sexo e carnaval em frases e mudávamos o sentido das pequenas e grandes coisas num piscar de olhos, apenas por que juntos queríamos que fosse assim.
Ele voltou, mas não voltou o mesmo. Teve um que amei um amor errado, que me deixou louca, contraditória, perdida. Por esse eu me apaixonei como nunca antes tinha me apaixonado e esse mesmo, me fez desistir da paixão. O que voltou agora, não trouxe a paixão que eu já senti, trouxe de volta o sentido de querer bem, trouxe o amor, o amor pra se amar de olhos fechados com sorriso no rosto. Pra amar de mãos dadas, sem roupa, num beijo, abraço ou lembrança. Pra amar na saudade e continuar sendo feliz, pra sentir a falta e continuar a sorrir, pra mostrar o amor e não o negar no olhar.
Pra esse, eu acabo de abrir a porta. Abrir a janela, estender o tapete, colher lichias e jabuticabas, enfeitar a casa com girassóis e perder as chaves do meu coração. O lugar era dele, o cantinho colorido já tinha suas medidas desde antes de sabermos que nós estaríamos um no caminho do outro e agora, ele chegou, voltou, entrou, seja o que for. Agora sei que foi por ele que em todo esse tempo neguei sentir mais do que dois dias de carinho por outro alguém. Agora sei, qual é o olho castanho, o cabelo cacheado, o homem do signo de touro que cabia certinho no meu espaço, sei quem é aquele por quem eu sempre esperei. Agora sei quem pode ser aquele que veio pra fazer história comigo, pra ficar ao meu lado até que as rugas cheguem. E somos nós, que vamos sentar juntos na varanda, abraçados, cabeça nos ombros e vamos nos lembrar de como desde o primeiro momento, soubemos nos amar.

sábado, 17 de julho de 2010

Sexta.



É aí, pra piorar tudo, e me deixar mais desconsertada com a vida, ele me pediu em namoro, ele me abraçou e me beijou e me disse bom dia e me esquentou e me fez carinho. Me levou pra andar no pomar, pra sentar num banco e olhar o horizonte. Me levou pra ser feliz.
Ele quer me fazer feliz, numa sexta-feira de manhã, meu Deus, como pode?

O homem mais bonito do mundo.

Uma vez eu conheci o homem mais bonito do mundo. Eu estava sentada no chão de uma festa com pocinhas. Toda festa de noites agradavelmente chuvosas, forma pocinhas, pode reparar. E ele veio falar comigo “vai molhar a calça”. Ah, mas vou mesmo.
Se tratava do homem mais bonito do mundo, eu não tinha nenhuma dúvida. Quem poderia ser mais bonito do que ele? O Brad Pitt? Eu prefiro os mais rústicos. O Jesus Luz? Acho fraco, ele tem aquele lapso de vergonha suburbana no branco dos olhos. Não gosto de homem que se sente devendo algo ao cosmos. Homem que faz pose de topo de cadeia alimentar mas sofre as dores de uma coluna ainda arredondada pelo começo da evolução.
Enfim, tratava-se do homem mais bonito do mundo. E ele veio falar comigo. E eu estava sentada no chão. E ali mesmo trocamos telefones e confissões e eu lembro que, apesar de estar com muito sono e cansaço e desesperança com a vida, fiquei tentando descobrir o que um homem daquele nível supremo de beleza (olhos castanhos, cabelos castanhos cacheados, ombros que iam até o Chile) tinha visto numa garota bem mediana que estava sentada no chão em um dos dias de menor brilho de sua vida social.
Apliquei o teste do cotovelo (a leve roçadinha sem querer pra saber se o membro promete ou não promete). Apliquei o teste da sapiência média (você comenta que quando você olha pro abismo, o abismo olha pra você, e espera pra ver se ele tem alguma cultura de filosofia de almanaque). Apliquei o teste da bobeira erudita, uma merda qualquer que você lança no ar tipo “ai que vontade de chafurdar por essas lamas universais” e se o cara for minimamente interessante ele compra a besteira e devolve uma outra melhor ainda. Se ele for um tapado ele ri e fala algo idiota tipo “quero o mesmo que você está tomando” e daí você sabe que está, novamente, sozinho no mundo. Como sempre.
E ele, do alto de sua absurda e dolorosa beleza, foi tirando nota sete e meio em todos os quesitos. Devolveu uma besteira à altura, conhecia frases pessimistas perfeitas para uma noite estrelada e passou com certo louvor no teste do cotovelo.
No dia seguinte, já pela tarde, chegou uma mensagem de texto do homem mais bonito do mundo “seu cheiro ficou em minha roupa”. E foi então que resolvi pedir ajuda. Juntei a mulherada em casa. E todas nós, em silêncio, começamos a “googlea-lo”. Até que uma foto bem grande, dele fazendo pose, sorrindo, ocupou a tela inteira e o coração de todas nós. Algumas suspiraram. Aqueles olhos pequenos, olhavam pra mim. Algumas tiveram ataque de riso nervoso. Uma ficou bem irritada e foi embora. Outras me olharam com a miopia bem apertada tentando descobrir que é que eu tinha pra merecer aquilo tudo. Ele era realmente o homem mais bonito do mundo. Todas concordaram. Não existe homem mais bonito do que esse e talvez nunca existirá. E, ao que tudo indica, inteligente, com amigos do bem, amante da natureza e dos animais. A ficha.com estava limpíssima. Mas você viu se ele... Vi, vi, sim, ele passou no teste do cotovelo. Burro? Não. Então o quê hein? Pois é, amigas tão honestas, eu também não sei o que ele viu em mim. Tentaram uma última explicação, olhando para os meus pés “ah, vai ver ele gosta de sexo bizarro”. É, vai ver. Outra explicou assim “ah, tem tanto casal que a gente vê e não se conforma”. Pois é.
Fiquei quarenta e sete dias com o homem mais bonito do mundo. Todo mundo olhava pra ele. Homens, mulheres, velhinhos, crianças, cachorros, pombas, formigas. Ele poderia ter qualquer uma das anjinhas da Victoria’s Secret (caso além de perfeito fosse trilhardário também... não era o caso, mas era bem de vida) mas preferia estar comigo. Ele definitivamente não tinha nenhum problema sexual, aliás, muito pelo contrário: fazia parte do seletíssimo grupo de homens que, apesar de não fazer feio em medidas, são adeptos do sexo minimalista (aquele que sabe o valor da delicadeza pontual, ritmada, paciente e amorosa), entendia os filmes do Hitler e me explicava as palavras mais difíceis das músicas da Cat Power.
Tudo ia muito bem até que um dia, na fila pra comprar uma bomba de chocolate numa padaria da Bela Vista, eu resolvi explodir aquela relação. Ele era tão bonito que me...que me...que...sei lá. Lembro que na hora pensei algo assim “ah, má vá ser bonito assim lá na puta queo pariu”. E ele foi.

domingo, 4 de julho de 2010

I'm sorry.

I never needed you to be strong, I never needed you to be pointing out my wrongs, I never needed pain, I never needed strain, my love for you was strong enough you should have known.
I never needed you for judgement, I never needed you to question what I spent, I never asked for help, I take care of myself, I don't know why you think you got a hold on me.
And it's a little late for conversations, there isn't anything for you to say, and my eyes hurt, hands shiver, so look at me and listen to me.
I don't want to stay another minute, I don't want you to say a single word, there is no other way, I get the final say.
I don't want to do these any longer, I don't want you, there's nothing left to say, I've already spoken, our love is broken.
I never needed your corrections, on everything from how I act to what I say, I never needed words, I never needed hurt, I never needed you to be there everyday.
I'm sorry for the way I let go, of everything I wanted when you came along, but I am never beaten, broken, not defeated, I know next to you is not where I belong.
No more words, no more lies, no more crying.
No more pain, no more hurt, no more trying.

sábado, 3 de julho de 2010

Angústia

Eu fico olhando pro lápis, como se eu pudesse arrancar com ele minhas angústias. A verdade é que eu não sei viver do desespero e muito menos do egoísmo. Estou me sentindo indiferente à tudo e todos hoje. Me sinto só. Dói tudo por dentro do meu peito, e do meu estômago também.
Tem palavras que estão presas na garganta, vírgulas que estão me magoando e pontos finais que não foram bem colocados. Tudo tem hora. Pras vírgulas, pras reticências, pros etcéteras, pros pontos finais.
Não sei se sou inteligente a ponto de saber a hora pra essas coisas todas, são muitas. A verdade é que, hoje não me sinto bem.
Hoje, eu queria que dormir fosse me fazer milagres, que sonhar fosse me trazer paz e que acordar fosse me trazer esperança. E rezo pra que realmente seja assim. Eu preciso ser sábia, preciso saber quais as palavras, preciso de segurança, preciso de paz. Deus, o Senhor está lendo isso agora, eu sei, e muito antes de eu escrever, eu sei que o Senhor já tinha feito essas palavras na minha cabeça e no meu coração.
Por favor, me ajuda. Eu não quero mais passos errados, não quero mais noites mal dormidas, não quero mais me sentir rodeada de gente e tão sozinha. Se for pra ser assim, tudo bem, me dá força pra agüentar, mas se não for, me abraça hoje e me faz dormir sem esses sentimentos ruins.
Eu preciso de luz nessa minha vida, mais luz ainda, por que nem tudo está iluminado e nem tudo está me fazendo bem.
As coisas vão encontrar seu lugar, enquanto isso, espero, angustiada, ansiosa e com medo de que em algum momento, eu mude de idéia sobre tudo e desista daquilo que eu tentei tanto conquistar.
Valor pra coisas, muito valor, enquanto eu as tenho, pra não valorizá-las depois de ter perdido.

Será que eu dou conta?

Chorar não resolve. Falar pouco é uma virtude. Aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. E o que não mata, com certeza fortalece. Às vezes mudar é preciso, mas tenha claro que não se pode mudar o comportamento de ninguém. Nem tudo vai ser como você quer, e a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência, vontades momentâneas não valem à pena e quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Uma vez que você faça algo que alguma pessoa não esperava de você, ela nunca mais te verá da mesma forma. Perdoar é nobre, mas esquecer é quase impossível. O discreto chama sempre mais atenção, nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Todo amor é grande quando você o torna importante, quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida. Você pode ser a melhor coisa que pode acontecer pra alguém, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida e o que nunca deveria ter entrado nela. O tempo sempre será o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado. O mais interessante disso tudo, é que às vezes, quando tudo dá errado acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo.
Assim espero.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O que importa mais.

A mesa rodava, as luzes insistiam, os barulhos iam cessando como um prêmio e as pessoas tentavam me aquecer. Eu sabia que estava sendo amada, talvez como nunca em toda a minha vida. Mas só tinha olhos para os pêlos do seu braço. Eu olhava como quem não olha e me dizia baixinho: olha eles lá, olha lá os pêlos que eu tanto amo sem mais e sem fim.
Matei finalmente a saudade do seu dedão. Seu dedão meio largo, meio torto, com a unha que preenche todo o dedão. Eu amo o seu dedão, amo sua unha meio roxa, amo a semicircunferência branca que sai da sua cutícula e vai até o meio da sua unha, amo a sua mão delicada que sai de um braço firme. Amo que os pêlos da sua mão pareçam meio penteados de lado.
É isso, sei lá, mas acho que amo você. Amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de te comer no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos bisnetos.
E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano.
Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você.
Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente. Eu acredito que ainda vou voltar a pisar naqueles cocôs da sua rua, naquelas pocinhas da sua rua, naquelas florzinhas amarelas da sua rua, naquele cheiro de família bacana e limpinha da sua rua. Como eu queria dobrar aquela esquininha com você, de mãos dadas com os pêlos penteados de lado da sua mão.
Outro dia me peguei pensando que entre dobrar aquela esquininha da sua rua e ganhar na mega-sena acumulada, eu preferia a esquininha. A esquininha que você dobrou quando saiu da casa dos seus pais, a esquininha que você dobrou chorando, porque é mesmo o cúmulo alguém não te amar. A esquininha que você dobrou a vida inteira, indo para a faculdade, para a casa dos seus amigos, para a praia. Eu amo a sua esquininha, eu amo a sua vida e eu amo tudo o que é seu.
Amo você, mesmo sem você me amar. Amo seus rompantes em me devorar com os olhos e amo o nada que sempre vem depois disso. Amo seu nada, apenas porque o seu nada também é seu.
Amo tanto, tanto, tanto, que te deixo em paz. Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. Virando e dobrando a sua esquininha. Afinal, por ela você também passou quando não me quis mais, quando não quis mais a minha mão pequena querendo ser embalsamada eternamente ao seu lado.

Amém.

Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe ate que a morte os separe? Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence à você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
Promete se deixar conhecer?
Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
Promete que não falará mal da pessoa com quem está só para arrancar risadas dos outros?
Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que relacionamento algum elimina?
Promete que lembrará de tudo isso e não usará essas palavras apenas pra se mascarar e depois desistirá de tudo isso quando cansar?
Sendo assim, te declaro: Madura.

Abominável homem das neves.

Eu olho pra sua tatuagem e pro tamanho do seu braço e pros calos da sua mão e acho que vai dar tudo certo. Me encho de esperança e nada. Vem você e me trata tão bem. Estraga tudo.
Mania de ser bom moço, coisa chata.
Eu nunca mais quero ouvir que você só tem olhos pra mim, ok? E nem o quanto você é bom filho. Muito menos o quanto você ama crianças. E trate de parar com essa mania horrível de largar seus amigos quando eu ligo. Colabora, pô. Tá tão fácil me ganhar, basta fazer tudo pra me perder.
E lá vem ele dizer que meu cabelo sujo tem cheiro bom. E que já que eu não liguei e não atendi, ele foi dormir. E que segurar minha mão já basta. E que ele quer conhecer minha mãe. E que viajar sem mim é um final de semana nulo. E que tudo bem se eu só quiser ficar lendo e não abrir a boca.
Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz. Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar de mim a única coisa que sei fazer direito nessa vida que é sofrer. Anos de aprimoramento e ele quer mudar todo o esquema. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode.
E aí passa a maior gostosa na rua e ele lá, idolatrando meu nariz. E aí o celular dele toca e ele, putz, perdeu a ligação porque demorou trinta mil horas pra desvencilhar os dedos do meu cabelo. Com tanto potencial pra me dar uns tapas, o moço adora me fazer carinho com a ponta dos dedos.
Não dá, assim não dá. Deveria ter cadeia pra esse tipo de elemento daninho. Pior é que vicia. Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada. Veja se pode!!!
Vinte anos servindo de capacho, feliz da vida, e aí chega um desavisado com a coxa mais incrível do país e muda tudo. Até assoviando eu tô agora. Que desgraça.
Ontem quase, quase, quase ele me tratou mal. Foi por muito pouco. Eu senti que a coisa tava vindo. Cruzei os dedos. Cheguei a implorar ao acaso. Vai, meu filho. Só um pouquinho. Me xinga, vai. Me dá uma apertada mais forte no braço. Fala de outra mulher. Atende algum amigo retardado bem na hora que eu tava falando dos meus medos. Manda eu calar a boca. Sei lá. Faz alguma coisa homem!
E era piada. Era piadinha. Ele fez que tava bravo. E acabou. Já veio com o papo chato de que me ama e começou a melação de novo. Eita homem pra me beijar. Coisa chata.
Minha mãe deveria me prender em casa, me proteger, sei lá. Onde já se viu andar com um homem desses. O homem me busca todas as vezes, me espera na porta, abre a porta do carro. Isso quando não me suspende no ar e fala 456 elogios em menos de cinco segundos. Pra piorar, ele ainda tem o pior dos defeitos da humanidade: ama meu ciúme. E eu não tenho, não sei ter! É tão obcecado por mim que nem lembra direito o nome de qualquer outra mulher, como eu teria? Fala se tão de sacanagem comigo ou não? Como é que eu vou sofrer numa situação dessas? Como? Me diz?
Durmo que é uma maravilha. A pele está incrível. Vou à academia. A vida tá de uma chatice ímpar. Alguém pode, por favor, me ajudar?
Existe terapia pra tentar ser infeliz? Outro dia até me belisquei pra sofrer um pouquinho. Mas o desgraçado correu pra assoprar e dar beijinho.