sexta-feira, 23 de julho de 2010

Saudade dele.

Ele não sai da minha cabeça, da minha alma, da minha pele. Eu que nunca sinto nada, eu que nunca quero me envolver, vejo agora as fichas caindo aos poucos, de todos os meses que eu vim o amando. Eu amo esse cara desde o primeiro sorriso, eu amo esse amor maluco que não tem começo, não tem meio, não tem fim, não tem por que, não tem palavras, não tem músicas, não tem lembranças, não tem nada, a não ser um agora. O agora tem sido o lugar onde o amor por ele tem morado, é o espaço no meu coração onde ninguém conseguiu ficar por tanto tempo. Esse é o agora mais demorado que já me vi passar. Eu estou falando de amor. Estou falando de algo que não falo sobre, mas senti que ia explodir. Sabe? Eu estou sofrendo por amor. É ridículo!!! Eu pedindo aos meios de comunicação, todos, pra que algum me conectasse com meu cupido, com Deus, com os Orishas, tentei meditação, tentei incenso, tentei sorte, tentei fé, tentei mentir, tentei dizer a verdade, pra conseguir amar, tentei tudo, pra finalmente amar alguém. E eu já estava amando. Eu já estava querendo há muito tempo uma única pessoa. Depois dele, não consegui mais olhar pra ninguém, depois de tudo, não consegui mais beijar, não conseguir fazer sexo, amor, loucuras, carinhos, não consegui nada além de dois ou três dias respirando a lembrança dele com menor intensidade. Mas tudo volta. Eu parei de escrever há tanto tempo e me pego aqui agora parada, olhando com o olho arregalado, pras coisas que o meu coração está me fazendo escrever, tentando descrever a beleza de alguém que mal lembra que eu existo. Alguém que tem um outro amor no coração, alguém que não me vê, como algo mais que uma aventura, talvez com muita sorte, como uma amiga.
Eu nunca passei por isso.
Eu não sei lidar com essa situação, de vir sonhando noite sim, noite não, com os seus olhos claros, seus cabelos loiros, seu abraço que me protegia do mundo inteiro. De lembrar todo dia, toda hora, da hora que eu acordo, até a hora que vou dormir, o nosso jeito de fazer amor. De estar com outras pessoas e fechar os olhos pra fingir que é ele quem está alí. E mesmo com toda essa coisa linda que pode haver em mim, e há, a única coisa que posso fazer agora, é ver tudo isso passando, enquanto o tempo vai fazendo as coisas aqui dentro se esquecerem. E tudo fica bem, tudo está bem.
Não precisa mudar nada, ele não sabe, eu não sabia, ninguém precisa saber.
Mas eu precisava admitir e ler o que eu mesma escreveria, pra ao menos uma vez na vida, me convencer de que fui capaz de falar de amor, pra me convencer de que não sou feita de pó de mármore, que não tenho um iceberg no lugar de um coração.

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