terça-feira, 5 de maio de 2009

Meu, eu! Só meu!

Eu não vou me condenar, por que o seu amor pode ser lindo. Não vou te deixar entrar aqui no meu cantinho, sentar à beira da cama e fazer a métrica toda do amor perfeito nos meus ouvidos. Só por que você abre a porta do carro pra eu entrar não quer dizer que seja capaz de roubar a chave do meu coração. Um beijo pra eu correr, mais um pra eu voltar, mais um pra me ganhar. Uma palavra pra me assustar, outra pra me fazer desconfiar, mais uma frase pra me conquistar. Não sou tão simples quanto pareço, mas foi como você me tentou, agora é uma luta contra seu coração e o adversário mais forte é o meu pode ter certeza. Não queria seu abraço, não queria o sabor das balas de tutti-frutti na sua boca, não queria seu cheiro o dia todo na minha pele, sua presença entre meus cabelos, suas mãos em meus ombros, seu olhar roubando meu sorriso. Pertubador. E não é por que eu digo isso no passado que significa que agora eu queira! NÃO. Ainda não quero. Ainda não quero nada disso que você fez, ainda não quero nada disso, por que eu nem ligo, nem lembro, não sinto, não te sinto o dia todo em mim, não te tenho na minha cabeça, não te tenho no meu coração, não te tenho nas minhas palavras, você que me tem, mas não sou sua. Você é meu. Você se deu, eu mantive minha propriedade, me pertenço, me abstenho, eu recuo.

Você pensa estar chegando lá, mas estou longe ainda dos seus olhos, tão perto e tão longe. Eu sou o menino dessa vez, você garoto é quem está com o coração nas mãos e eu vou abusar, vou sugar todos os sentimentos lindos que você tiver, vou roubar pra mim e não devolver mais, como você certamente ia fazer. É a vingança do amor, ou apenas um devaneio meu. Tentando acreditar que também não me entreguei, quando agora estou aqui te dizendo sobre o que sinto e sinto que ao mesmo tempo estou nos seus braços, aí. Aí? Por que aí? Por que não aqui? Por que seu e não meu? Não! É meu!

Não estou confusa não, se é que parece. Sei que não é seu, o amor que é meu, que me dei e me guardei e me sustentei e me protegi e me esquivei e me fechei e me escondi e me apaixonei. Mas fui eu quem fiz. Não foi você. APAIXONEI? Não. Essa palavra veio por que soa bem com o ME, MEU, MINHA paixão. Mas é minha, não quer dizer que seja sua, pra você cê cê ê ê ê.. isso soa como um eco devastador. Quero ser egoísta, quero ser egocêntrica, quero ser fechada, quero ser apenas minha. Não quero te dar, o que de mais precioso guardei pra mim. O que cultivei, reconstruí, refiz, fiquei alí polindo por horas, meu coração. Até não ter manchas nem vestígios dos que passaram e deixaram digitais alí. Agora está tão limpinho.... SAI! Saia já de perto. Não roube e saia correndo por que eu te quebro! Se com isso não quebrar meu coração junto. Te mato em mim se com isso não morrer também com você. Não quero dizer sim.


Mas também seria mentir pra mim dizer não e mal à mim eu não posso fazer. Você pode fazer mas espero que não faça. Por que por amor à mim vou sim, dizer que sim. Que sim à você. Vou te deixar soletrar I can feel your body no meu ouvido, vou te deixar me proteger com seus braços fortes, vou me fazer menina, me sinto diminuindo, diminuindo, diminuindo.. fiquei pequena, o monstro se foi. Agora ficamos eu e você e você é do mesmo tamanho que eu. E é o que você tem. Sem minhas cascas, sem meus monstros pra me proteger, sem meus medos pra desconfiar de você, sem minha coragem de dizer que não quero durmir nos seus braços.


Agora sim. Sim. SIM. Eu deixo você tentar, deixo você estar, deixo você cuidar, me deixo ser eu, me deixo te dar, meus olhos nos seus olhos, meu sorriso sincero, minha voz pra você durmir, meu carinho pra você ficar feliz e dizer que ama, desmontei todas as suas armaduras e armadilhas. Te desvendei e cheguei onde quase ninguém conseguiu chegar. Agora quero estar.


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