terça-feira, 8 de dezembro de 2009
The Greatest
Eu estava no melhor cigarro da minha vida agora lá fora, mas eu não via a hora de acabar pra poder vir falar tudo isso que eu estou pensando. Aqui em casa eu escuto o barulho do mar e entre outras coisas, o mar é algo que me faz lembrar você.
Sabe, desde quando eu ouvi o barulho do mar pela primeira vez com você, você não foi um grande motivo de meus pensamentos, não até agora, mas agora lembrei e pensei.
Você não vai ser meu, eu não vou ser sua, mas quando estamos juntos, nos pertencemos de uma forma que nunca vi outros pertencentes assim.
E é isso o melhor de mim.
Lembro de cada detalhe, de cada carinho, cada palavra, de caminhar de mãos dadas na areia, de ver estrelas, de estar abraçada com você, da sua massagem, do cafuné de sobrancelha, da música do cd no carro, do nosso cafofo que a gente construiu totalmente errado, desavisados que somos, alí descobri que eu não tenho nada de campista, e você deve ter dormido nas aulas do exército, mas foi tudo tão bom quanto a gente imagina que podia ter sido.
Não podia ser melhor, de fato não podia. Não existia um por que de ser melhor, nem uma forma de melhorar cada segundo.
Acho que você não sabe, como nunca ninguém sabe, que eu poderia falar isso. Quase ninguém desconfia dos textos que eu escrevo, e você muito menos. É que isso fica pra quando eu estou inspirada e hoje, é daquelas noites inspiradoras.
Meu pai já levantou, fez café, cheirinho de manhã, eu fui lá fora fumar mais um cigarro com ele, começou a chover.
A chuva também me lembrou você.
Me lembrou da manhã seguinte...
Desde o convite, até te ver tão louco quanto eu, torcendo pra que isso desse certo, até nossas músicas no carro, cada detalhe das palhaçadas, nosso sorriso imenso ao ver aquela imensidão de água denovo, nosso momento de nos renovar, juntos. Nossa escolha de cenário, os planos pra tudo aquilo, as piscinas de madrugada, a bagunça da manhã, o mergulho noturno, sendo atropelada por ondas duas vezes maior que eu... e o que não é maior que eu? Você me jogando na areia, depois me tirando de cavalinho da água. As estrelas, o momento, seu abraço, nosso carinho, dormir de mãos dadas. O bom dia, com chuva e com seu mal humor matinal, minha cara de "me deixa", seu cigarro pra começar o dia, todas as vezes que você pegava um halls pra poder fumar cigarro com gostinho de hortelã, nossa bebedeira pra terminar o dia, quando você me chamou de meu amor, de namorada, me deitou no seu colo e me fez dormir, dormimos abraçados a noite toda. E isso significa bem mais que quinze minutos, isso significa a noite toda. O outro bom dia, mais feliz, mais carinhoso, mais demorado, mais "bom dia", nossa cumplicidade, nossa parceria, nós nos pertencemos, Eu me senti segura com você, naqueles três dias, me senti segura e pertencida.
A realidade volta, como tudo, sempre volta e aí você fez o melhor de mim aparecer. Ser verdadeira e entender o que estávamos passando era o mais justo comigo mesma, e eu fui sincera, comigo, com meu coração e minha cabeça.
Desde então já não pensei mais em você e agora, me pergunto se eu deveria ter pensado. Tenho medo sabia? De tantas decepções que tive, pensando, prefiro não mais pensar e talvez eu esteja feliz não pensando, estou vivendo, pensando menos, vivendo mais.
Hoje, vejo tudo que aconteceu depois, como um sinal de que nós importamos realmente um pro outro. Talvez nos pertençamos somente quando estamos juntos, mas você entrou na minha vida, assim como sei que entrei na sua e algo importa, somente isso, algo em nós importa.
Se você lesse isso um dia, eu queria que você soubesse que tudo foi maravilhoso.
Mesmo às vezes que demonstro toda frieza do mundo, mesmo estas vezes, são importantes pra mim e me lembro delas, com o mesmo sorriso que dei no nosso primeiro beijo. Eu não te amo, não é bem isso, mas me lembro e com certeza vou me lembrar pra sempre, de cada instante que você me deu, de cada sorriso meu, que te pertenceu, de cada vez que você fez meu coração bater forte, de cada por que seu, que fez eu te mostrar o meu eu, que me fez mostrar o melhor que há em mim.
domingo, 29 de novembro de 2009
Saber viver.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passam de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de.. Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável, pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Hoje descobri que tudo isso é...
Saber viver!
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Dormir abraçado
Coisa pré-fabricada, corpos feitos com o encaixe perfeito para os braços dormentes conseguirem apoiar a nuca e para que as pernas sejam capazes de ser apoio numa escadinha de ossos amorosos.
Tudo se fala quase por susurro, a magia da cama, a magia das almas próximas, os lábios, os olhos, tudo alí tão perto, perto das palavras, perto dos abraços, perto das vontades, livre para os sonhos.
Estamos é sentindo falta de carinho, carinho daqueles que se dá sem querer nada em troca, carinho daqueles que se sente sem precisar preocupar com o "além disso".
Nos tornamos máquinas, tentando ser frios e inatingíveis, uma parede resistente à qualquer sentimento bomba e os detalhes menores, aqueles detalhes tão adoráveis sobre como dormir abraçado com alguém ( o momento mais último de todos ) nós esquecemos de como viver e sentir.
Hoje me vejo tentando sentir, tentando ter sentimentos que não sei mais como são, pois ninguém mais tem.
Esquecemos como é amar.
Esquecemos que um dia dormimos nos braços de alguém e fomos gratas à Deus pela melhor noite de sono da nossa vida, esquecemos que andar de mãos dadas é tão bom, esquecemos que carinho no cabelo dá frio na barriga, esquecemos que beijo na testa faz meu coração amolecer e na nuca faz o coração parar, esquecemos de tudo que nos lembra o tal amor.
Hoje acordei pra me convencer, pensando em como tá tudo frio no mundo, não só nas geleiras dos pólos, mas no coração das pessoas. A gente atende o telefone e com todo o prazer em se relacionar com um outro ser humano, de que, a gente mostra que pode ser tão fria quanto imaginam que a gente possa. Ser frio é sinônimo de equilíbrio, e não sei por que mas tenho me sentido desequilibrada totalmente por ver minha vida nessa geleira eterna.
Sinto que os corações não são confiáveis, ou melhor, os donos deles, por que a capacidade de se enganar é tão grande, que até o pobre coração conseguiu ser driblado pra não mandar mais na cozinha.
Tudo frio.
Não tem mais nem fumaça.
Talvez um dia, eu durma com alguém novamente e não acorde com cara de calígula. Talvez eu acorde feliz e beije o rosto desse alguém com amor, mas hoje a saudade que eu sinto é só saudade, sonho sozinho não é realidade.
Instantes passaram à significar instantes, apenas momentos, sem mais nem menos, nem depois, nem antes.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Entendi
Dentre as coisas mais valiosas, aprendi que, não é tão difícil crescer, é só você se deixar levar, mesmo que numa situação ruim, esperando passar a dificuldade até chegar a frase final, a moral da história.
Aí você entende, cada coisa pequena e ridícula que passou.
São 8 meses, desde que meu coração começou a passar por mudanças. Nossa, quantas!
Aprendi tantas coisas discutíveis, assuntos para destrinchar por horas, falando sobre sentimentos e coisas vagas do amor. É tudo muito vago, incerto, realmente é bem incerto.
Hoje de manhã, eu vi a vida diferente, parei pra pensar onde eu estou indo e por que resolvi seguir por esse caminho. Acho que aprendi algumas coisas, durante a trajetória, que me fizeram pensar sobre meus erros e acertos.
Andei procurando nas pessoas, algo que eu queria mesmo era achar em mim. E achei.
Equilíbrio.
Encontrei o meu, encontrei só, não que eu o utilize, mas ao menos encontrei. E achei o máximo. Eu sei quem eu quero ser, e tô gostando de quem tenho sido. Vi pessoas se perderem, se deixarem levar pelas futilidades da vida, pelas coisas menores, e o amor, a essência, são coisas bem maiores, acho que esse é o topo da montanha.
Andei sonhando com abraços carinhosos e beijos na testa e é bem por aí o caminho. Acho que tá certo mesmo. Nesses últimos meses, me enfiei em histórias tão loucas quanto eu mesma sou. E não fui capaz de agüentar até o fim sem chorar, mas fui capaz de esperar pra ver a moral de todas as histórias.
Hoje, eu acordei pra colocar um ponto final na minha vida. Nessa vidinha medíocre que andei levando, essa que eu vivia esperando príncipes e cavalos brancos, talvez pôneis cor-de-rosa-choque.
Hoje eu acordei pra não esperar mais nada de ninguém, e agora começa o tema da novela.
Era sobre isso que eu queria falar desde o começo e ainda não tinha chego o âmago do assunto. O que esperar de alguém?
Espere se surpreender, só. Talvez por que o ser humano seja bicho mutável, com uma capacidade imensa de se reinventar a cada dia, tal qual esse meu "hoje de manhã", que me fez ver que as coisas estão de ponta cabeça e eu queria mudar.
A gente chega em pontos da vida, que são chamados limites e esses limites, são uma linha tênue entre fases. Permanecer ou não é escolha. Amadurecer, abrir os olhos, requer um passo, apenas um passo muitas das vezes.
A gente fica sem jeito, sem saber como as pessoas são e como elas podem reagir à você e às coisas que você faz e realmente nem sempre a reação é agradável.
Talvez eu esteja cansada de ter esperado tanto dos outros e ter me frustrado, mas hoje eu acordei pra não esperar mais, pra olhar pra tudo com um ar de desprendimento e com uma noção certa de que amanhã tudo pode acabar pra mim, então, viver esperando é o mesmo que anular meu viver agora, é viver fora da realidade, fora de uma coisa que não está acontecendo, é como viver do passado, só que vivendo do futuro.
Pra que? Me diz, pra que? Eu acordei pra ser feliz, hoje acordei pra não olhar pra foto alguma e chorar, pra não lembrar de alguém e chorar, pra não ter um abraço e chorar. Não.
Andei me sentindo suficiente pra mim, tão feliz à ponto de conviver bem comigo mesma. Andei gostando de mim ultimamente e só eu sei o quanto é bom esperar um amor em troca e recebê-lo e é esse tipo de amor que tenho vivido. Um amor lindo, por mim mesma. Egocentrismo e egoísmo à parte, falo apenas de estar em paz e não necessitar de algo que me complete, sei que vão aparecer situações e pessoas na minha vida que vão fazer a diferença, que vão compleMENTAR. Entende? E é no complemento que crescemos, na junção e divisão das idéias e ideais.
Hoje acordei talvez pra esperar um amanhã tão tranquilo quanto meu hoje, um amor tão certo quanto o meu, por mim e um dia tão lindo quando o que estou vivendo esse dia todo, esse momento.
E nesse instante, nesse exato instante, finalizei o que prometi pra minha vida hoje, coloquei um ponto final numa idéia que vagava há muito em minha cabeça e acaba de se tornar uma certeza, ser feliz depende de mim e a cada segundo a escolha de sorrir é minha.
Uma hora, a gente entende. Entendi.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Outra carta de amor
Eu sempre soube que não ia poder te substituir e falo entre linhas pequenas pra ocultar e não deixar ninguém saber que senti sua falta. Ai, como eu senti. Os dias tinham gosto de açúcar mascavo, gosto de terra e nada mais era tão colorido. Ficou tudo meio, em tom pastel, sabe? Eu passei a odiar o Damien Rice, o Glen Hansard e meu próprio violão. Eu não gostava mais de msn, nem de celular, nem achava mais tanta graça em ficar em casa, por que não me fazia sentido nada que estivesse sobre a escrivaninha ou na geladeira. O gosto de nada não saia da minha boca.
Foi perdendo a graça. O cheiro. Eu senti seu cheiro no ar outro dia. Não gostei da sensação de ser apenas um vazio cheiroso, uma ausência espalhada por toda parte me cheirando à você e sua saudade ficou lá exalando lembranças e abraços, me fazendo companhia.
Todo mundo perdeu a graça. O todo que eu era com você, andou despedaçado, da parte mais importante. Respirar doía o peito, uma dor como se meu coração fosse parar e eu perguntava pro Tiago, perguntava pra minha mãe, perguntava pro prefeito e pro moço da padaria, por que?
Por que eu gosto dele desse jeito? Até meu pai arriscou palpite, mas ninguém me dava uma direção pra seguir, daí foi quando eu me despreocupei de viver e fui vivendo.
Aí num dia, eu me vi com um clone seu, estampando na minha testa a palavra "burra", como se me vender pato em vez de ganso fosse ser tão simples quanto andar pra frente. Beim, eu não nasci ontem não. Uai, eu sei o que é pato, sei o que é ganso, sei o que é você e sei que o cara lá não era você. Ai como eu queria que fosse. Por duas vezes eu quis transformar pessoas em você.
Uma vez, eu olhei tanto pra uma cabelo igual o seu, querendo que quando os cachinhos pretos se virassem, eu visse seus olhos pequenos. Torci, mesmo sabendo que ele não era, pra que se transformasse em você. Não deu.
Gosto de terra.
Torci, pra que todas as afinidades que eu vi em alguém, ou em todos os taurinos, todos os Damien Riceanos, todos os malditos comedores de peixe cru, todos os que me inventavam apelidos e bebiam tequila, se juntassem e formassem o que meu coração queria. Nem todos juntos, não eram você. Nem todos eles juntos, me preenchiam como você sozinho preenche. Eu já escrevi seu nome três vezes até agora, escrevendo esse texto, aí eu apago e reescrevo, seu nome sai fácil, tá na ponta da língua. Eu passei a entender. Entendi que não adianta, não vou entender.
Sempre quis entender por que você se tornou a razão de algumas músicas, os sonhos, as lembranças, os detalhes, a falta, a saudade, as risadas, os momentos poucos e felizes, sintonia e complemento desse vazio.
Você é de touro, eu sou de escorpião, na teoria somos perfeitos um pro outro. Na pratica, você é perfeito pra mim. Mas não é qualquer um de touro não. Não é! É você. Dos outros eu não gosto. Tem gosto de terra. Você tem gosto de chiclete, de melancia, daquele mais gostoso. Melancia com tequila, na verdade.
Mas na melhor parte, eu não cheguei ainda.
É a que eu queria te dizer que eu te amo. E eu descobri que isso é amor, hoje. E a única coisa no mundo que eu chamo amor é a afinidade, a necessidade, o querer bem corre o que correr, custe o que custar. O tempo que eu perdi, só agora eu sei, aprender a dar foi o que ganhei e ando ainda atrás desse tempo não perder.
Descobri que o amor, é coisa bem maior. Paixão é coisa pequena, que não resiste à nada do que passamos, pressuponho até que você me ame também, da forma mais sincera e necessária que nos amamos, por que eu te vi esquecendo cada palavra triste, quando eu te disse que você estava fazendo falta.
Isso é amor.
O nosso sentimento de eternidade, de passar por cima do que for, ser capaz mesmo te querendo tanto, de passar por cima disso pra ter sua amizade mais sincera. É sentir falta, e não é do beijo, do abraço, do tesão. Não é só isso. É muita falta das palavras, muita falta do seu coração me entendendo, dos seus pensamentos me completando.
Cada uma das que eu fui com você, foram as que eu mais amei em mim e você, a parte que eu mais me importo do meu bauzinho. Que seja eterno então, verdadeiro como parece ser, sincero como superou tudo que podia ser mentira, corajoso como chegou até aqui depois de enfrentar o maior risco de uma amizade.
Eu tô tão feliz que você voltou, que não caberia explicar na confusão de sentimentos, o que é alegria, o que é amor, o que é sentir denovo o gosto de chiclete de melancia e o cheiro mais familiar que existe ao meu coração.
Hoje, eu voltei à olhar pra Lua. Vi estrelas nas entrelinhas. Repeti feito boba 429 vezes a palavra amor, repeti na mesma estrofe, amor, amor, amor, amor, amor.
Você nem faz idéia disso, mas quando eu te conheci, você zerou minha vida.
Todos os medos que eu tinha, tudo que ainda doía em mim, tudo que já senti por outras pessoas, o gosto de terra, tudo acabou. Tudo zerou. Eu comecei denovo à sentir, sentir coisas diferentes, com uma vontade nova, com uma expectativa de aniversário.
Eu queria te pedir pra não ir mais embora.
A arte precisa de você na minha vida. Minha mãe precisa de você na minha vida. O Tiago precisa de você na minha vida. Eu preciso de você na minha vida, senão, eu paro de achar graça. E volta o gosto de terra.
Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e exagerados, essas minhas cartas cheias de todos os sentimentos que sou capaz de sentir ao mesmo tempo, era que você me pedisse pra guardar o lugar.
E mesmo que você não peça. Tá guardado. O da cadeira e de todo o resto.
Tudo o que outras pessoas são, deixa espaço no meu coração e só você, cabe sem deixar um vão de ausência.
Com amor,
Pequena (:
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Mais uma carta
Queria te dizer pela centésima vez, que eu te quis sim. Te dizer que eu não queria que nada disso fosse assim, que por mim tudo já seria tão bom quanto eu sonhava que fosse, desde o começo.
Foi tão pouco, tudo que aconteceu e deixou tantas marcas em mim, numa intensidade totalmente diferente do que a que você viveu. Não estivemos na mesma sintonia, por mais que houvessem acasos e coincidências que nos levassem à crer nela.
Meus sonhos não se tornaram reais, talvez não baste mesmo dormir sorrindo e acordar sonhando. Sonhar o dia todo, ver tudo blue e brilhante no céu, não significa um futuro tão certo quanto a gente acha que poderá ser.
Sabe? Eu fiz alguns planos, escrevi cartas, músicas, sonhei algumas noites e dias com uma felicidade que mal senti. E ela não existe, não existiu na realidade. Só nos sonhos. E o que existe somos nós, apenas nós, nossos medos e pensamentos.
O que eu fiz, as atitudes que eu tomei, foram só pra antecipar o que já era óbvio, finais, lágrimas e mais tristeza. A gente sabe bem que nada disso iria pra frente, por mais que seja lindo o quanto nos gostamos, só que eu sou inconstante e descobri que você talvez seja mais que eu. Onde isso ia parar? Beijos, ficadas, algumas noites, ou tardes, alimentando um gostar que podia ficar imenso. Te quero tanto quanto você possa imaginar, até mais do que achei que eu podia querer alguém. Mas agora não dá mais. Assim não dá. Talvez isso fique pra sempre no coração, mas prefiro que fique esse querer bem e essa eternidade do que venha um fim pior pra nós.
E não vou falar de amor, não vou falar por que eu não conhecia seus defeitos pra saber se eu te amava, você era perfeito pra mim, a não ser pelo detalhe, pelo simples detalhe de viver esse sentimentos mais poéticamente do que humanamente. Assim como eu. E era mais bonito isso, de fato era, que ilusão bonita pensar que eramos como música ou que nosso querer era poesia.
Não quero mais chorar e ficar insegura, não sou assim e isso me faz mal. Estou certa do que fiz, por mais que doa em mim ou em você, por mais que fira seu orgulho como certamente feriu ou meu coração como de fato foi. Mas foi agora, bem antes que tudo pudesse ser pior. Só por favor entenda, seu carinho, sua amizade sempre foram o que eu quis, seus beijos e seus abraços também, mas quero mais à mim, do que aos riscos que já corri por esse querer. Nunca quis brincar com você, nem joguei, mesmo quando parecia que eu o estava fazendo. Eu só cuidei de mim. E cuidei mal por que não consegui não me envolver.
Eu não quis viver na corda bamba, meu coração não está mais disposto à se aventurar com histórias lindas que não tem pé nem cabeça. Talvez até esteja, mas não foi assim com essa história, você não foi amor de verão, ou um platonismo qualquer. Era realmente o que eu queria e em quem eu queria. Platonicamente falando e ridiculamente me contradizendo.
Desde o começo, eu sabia que nada disso era certo. Eu sabia bem que eu ia me machucar e que devia por um ponto e não uma vírgula no dia que foi preciso.
Tinha o "ela", tinha seu coração, tinha meu coração, tinha o "nós" e tinha o "vocês". E eu tava afim de ficar sozinha, ia deixar isso correr como deveria, mas você foi chegando tão sem me alardar que quando vi estava sentado ao meu lado colocando a mão na minha fatia do bolo.
Se você soubesse quanto dói.
Eu queria que você entendesse, juro que eu queria, que você pudesse olhar pra tudo isso e mudar de atitude, mudar o ponto de vista, a perspectiva das coisas, mas você não vai e eu respeito. Talvez nem queira mesmo ler meia palavra do que uma dia eu possa querer dizer. Continue assim por quanto tempo achar necessário e sem em algum deles você sentir minha falta e se a minha amizade importar, a melhor amizade do mundo eu vou poder te oferecer. Mas, mais do que isso, não quero. Quero, a verdade é que eu quero, mas não consigo me permitir.
Me faltam formas de expressar o quão confusa estou por arrancar meu coração e o quão segura estou por me devolver a paz.
Te quis ao meu lado sim, vai dizer que você não sabe?
Só que chegou a hora de desligar nossa poesia dos respectivos personagens, chegou a hora de cada um dos autores ir pelo seu rumo certo e escrever os contos que vão expressar melhor nossa forma de amar.
Aqui, eu vou deixando o caminho livre pro amor, talvez um dia seja você, se for realmente aquele tal destino; se não for, quero tirar tudo que sobrou de sentimento pra poder amar um outro alguém que queira meu amor.
Eu ainda tenho esperanças que luto pra não ter, tenho vontades que rezo pra não sentir, tenho um sentimento que eu espero esquecer e eu disse "não" e botei o tal do ponto final, porque hoje é melhor estar só, do que querer por nós dois.
Beijos, com amor, muito amor...
Pequena.
Carta pra você
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Novos ares
Agora estou me vendo tal qual um passarinho ferido, que se jogou de um precipício pra planar e deu com o corpo todo no chão.
Isso dói, como se o corpo não fosse agüentar, como se o coração fosse explodir com cada batida.
Tem coisa que é absurda, que não entra na cabeça na hora necessária e quando entra é tarde demais pra mandar o recado pro coração. Os impulsos, a emoção, são liderados com tanta inconseqüência que quem sofre com o que vem logo após, nem culpa tem pra merecer sofrer. Pobre coração.
Pobre coração que acredita tão bobo em sonhos lindos, em céus azuis e campo limpo, próprio pra voar achando não correr nenhum risco.
Passarinho algum está livre de acidentes, passarinho algum está livre de quedas, passarinho algum está livre do amor.
Passarinho que queria só um ninho e sua liberdade, um ninho pra voltar, liberdade pra voar e nada mais tem. Nem ninho, nem liberdade. O ninho foi destruído pelo medo a liberdade caçada pela saudade.
Um dia a gente vai aprender a enxergar os momentos da vida, vai aprender que há mais coisas além do céu bonito, tem o vento, tem as tempestades, mesmo a chuva fraca, ou o sol em excesso, e temos que aprender a lidar com tudo isso, pra sermos capazes de voar.
Como se voar, fosse tão simples e ensinado em doses homeopáticas. Não, não é... É bem mais doloroso que isso, mais crítico, mas não impossível.
Acho que agora, que vi o tamanho, a capacidade e o poder das minhas asas, agora que vi quanto meu coração é capaz de agüentar, que vi quanto eu posso sofrer por não tomar decisões corretas talvez eu queira voar mais perto, voar mais baixo, ser passarinho mais contido... ou não.
Talvez, pensando bem, tantas vezes que eu caí, tantas vezes que meu coração se partiu que eu posso nem ter mais nada à perder, passarinho pequeno eu já fui, asas fracas eu já tive, ninho eu já perdi, liberdade eu deixei com a saudade, mas saudade é coisa que a gente pode trocar e ter de volta a coragem de uma águia, de ganhar os céus denovo, voar alto, voar atrás do alvo.
Cheguei à conclusão de que eu nasci pra ser águia mesmo. Medo dá, coragem às vezes falta, mas águia que é águia, nasceu pra ganhar o céu, nasceu pra ir longe, então se não há mais o que me prenda, se até mesmo a saudade eu estou deixando agora é hora de novos horizontes, outros ares. Quero ver o sol em outros lugares e me molhar com a chuva em outras terras, talvez por lá eu encontre um lugar com cara de casa, um alguém com cara de família, um sentimento com cara de amor, uma sensação com cara de eterna.
É na falta que vivo
Eu funciono assim, não sei se você já percebeu. Consigo não te amar, e isso significa passar ótimos dias em paz, quando te trato bem, quando te amo. O que sobra em mim, o que eu guardo no peito, é sempre o negativo do que expeli para o mundo. Por isso o e-mail, carinhoso, um jeito de te expulsar mais uma vez, porque é só isso que sei fazer quando o assunto é sentir além de mim. E quando te trato mal, são dias te amando aqui, nos espaços vazios que você jamais preencheria e que são absolutamente você. O mundo todo que não tem você é ainda mais você. E assim me relaciono. Com o risco de giz branco em torno do corpo que já foi levado do chão. Sempre me apaixono depois que acaba a paixão. Sempre namoro quando acaba o namoro. Só assim sei amar. E então te carrego no peito e em tudo, ao ir sozinha ou mal acompanhada ao cinema. E então janto com você e como bem e até bebo. E passamos sem perceber uma vida inteira. Só porque agora você se foi, é que sinto que você chegou de verdade. E assim namoramos tão bem e sou tão agradável. E é com você que vou até a esquina e o fim do mundo, porque posso tudo agora. Agora que não posso nada.
É sempre na falta que vivo. É sempre em cima da altura que não tenho que olho o mundo. E das coisas que eu não sei que falo melhor. E dos sentimentos que eu não poderia sentir que me abasteço pra ser alguma coisa além do que me faz mais uma. E da incapacidade de ser mais uma que me agarro, pra poder participar de algo e esquecer como é maluco tudo isso. É na alegria extremada que sinto o tamanho do sofrimento que posso aturar.
É a loucura que sai antes quando preciso rapidamente ser normal. É porrada que dou quando a mão vai rápida para um carinho urgente. É de onde não se pode estar que tenho saudades. É para o lugar do qual fugi que vou quando corro. É no lugar insuportável que fico quando descanso de algo que não aguentei. É na falta que vivo.
O tempo todo sendo a mulher pra você que nem você quer. O tempo todo sendo a mulher que você não vê mais e só por isso, agora, te vejo o tempo todo. É te amando tão infinitamente que me liberto de gostar pelo menos um pouco de você.
Quando preciso de açúcar sinto ânsia só de ver doce. E na hora de ir embora, ganho o viço e a frescura de algo novo. Não lido bem com a fome, pois ela me sacia, me enche, de algo que me faz além do bicho. É do meu auge que caio feio. Na paz de fechar um arquivo que volto a pensar na página em branco e em tudo que não sou capaz. No fundo do gostosinho da alma mora o que dispara meu incômodo mais terrível.
Você reclamava que eu não dizia seu nome e isso era só porque eu o estava dizendo o tempo todo. Meu cérebro martelava o som das suas referências e imprimia tanto você que eu precisava falar de mim daquele jeito pra tentar existir além do que eu me tornava. Você era tudo quando reclamava que eu andava estranha ao telefone, sem dar importância. Quando eu não parecia te ouvir, eu estava ouvindo suas milhares de vozes e tentando dar conta de gostar de tanta gente diferente que era gostar de você.
E se não tem ninguém pra chegar é aí que verdadeiramente espero. E se não tem ninguém pra me tocar, sinto tesão em encostar no ar. Você não está e me olha como nunca. Você merecia ser amado assim, do jeito que acaba pra começar. Uma covardia só pra quem aguenta firme. Sempre no oco me preencho tanto que explodo. É no nada que está tudo aqui. E quando me perguntam de onde vem essa pressa, esse desespero, essa corrida, o sopro no coração, essa ânsia, a força, essa agressividade. De onde vem? Eu digo que vem de uma preguiça enorme. E tantas artimanhas e rezas bravas para permanecer? É só o mais completo desejo em acabar logo com tudo isso. Que tanto eu quero porque estou sempre pedindo socorro? Nada. E principalmente: nunca. E morrer de novo como faço todas as vezes que me sinto viva demais. E vai começar tudo de novo só porque acabou. Ponto final é tanta continuação que vira três pontos finais. Eu não aguento mais e nem toquei na vida ainda. Consigo ser vista de verdade só quando as pernas e todo o resto que me move imploram para eu desaparecer.
domingo, 18 de outubro de 2009
Adeus
Aceitar que não ia além do final
O final já começou
Nada mais ainda é igual
E eu percebi o que somos nós
Nada mais que dois amores pagãos
Que não sabem viver esse amor
Cansei de enxergar tantos nãos
Então agora vim me despedir
Apenas pra deixar claro que entendi
Que estou indo embora sem pedir
Avisando minha hora de partir
Sinto se não pude fazer mais que isso
Mas meu coração não pode se vender
Me doar já estava muito difícil
E já não quero mais me perder
Então é isso, até nunca mais
É um adeus que talvez seja eterno
Não sei viver assim como você gosta
Não vivo ainda nesse mundo moderno
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Tudo bem sem você
Quando está inverno e eu te procuro
Fica frio e escuro
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você
Aqui vai tudo bem sem você
Quando é primavera e as flores cheirosas
Chegam em buquês que não são seus
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você
Aqui vai sim, tudo muito bem sem você
Quando é outono e fica tudo cinza
E não te abraço com moleton
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você
Aqui vai tudo bem sem você
Mesmo no verão, quando as noites me faltam você
E as paredes desse quarto parecem sem sentido
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você
Nada vem, nada que signifique algo
Só algo que significa nada
Exceto a sua ausência por toda parte
E esse silêncio que me lembra nós
Nada que te signifique
Nada que te substitua
Um nada que preenche meus braços
Então nada mais me deixa te esquecer
Meu amor, Meu amigo
Não me lembro de outro alguém
Só seu nome faz sentido
Só seu sorrio me convém
Eu tenho um coração
Que sabe quando tem razão
Que sabe quando ruma a hora
De tomar uma decisão
E é você quem eu amo
Parece triste desistir de nós
Mas quando a alma sente
A cabeça é quem deve agir à sós
Você, meu amor meu amigo
Quando eu sonho é com você
Você, meu amor meu amigo
Quando escrevo é pra você
A melhor parte de mim somos nós
Cada uma que fui pra você
Todas elas gostei em mim
Todas que quiseram nos querer
Nunca saberemos onde vai o amor
Pra uma foto ou pra um jornal
O nosso vai tirar folga de nós dois
Antes que acabe de forma banal
Uma canção blue
Triste demais talvez
Mas é como soa um blues
Numa noite de embriaguez
Algumas palavras feridas
Em versos de nós dois
Um pouco de dor para relembrar
E sentir tudo que se foi
É uma canção blue
O devaneio do amor
Do grito da minha voz
Do desespero do autor
É o que resta de nós dois
Pra não se esquecer
Sem nada à dizer
Sem nada à dizer
Músicas são como tatuagem
São eternas letras cantadas na pele
É nossa tinta pintando blue
Esperando uma alma que a revele
Dizem que o inferno é melhor
Bem melhor que descrever a dor
Que é coisa mais real
Menos abstrata que o amor
Então vou lá olhar o inferno
Vou lá ver se encontro inspiração
Cigarro, loucura ou bebida
Ou um blue qualquer pra essa canção
Mais uma vez o amor
Fumar cigarros e me embriagar
Passar a noite vendo o claro de nós dois
Uma vez que esqueci de nos amar
E com o áspero dessa história
Aprendi a sempre desconfiar
Quando o destino debocha de nós
Prometendo o que não se pode apalpar
Mas eu li numa pequena frase
Palavras de amor para mim
Dizendo que você não me esqueceu
Que talvez esse não seja nosso fim
Do seu rosto já quase não me lembro mais
De seus braços, dos abraços, seu sorriso
Mal me recordo da felicidade
De pensar estar no paraíso
Mas me disseram que você ainda me ama
Pode ser verdade?
Que você ainda me ama?
Mais uma vez o amor
E você denovo me ama
Quando virei sua inspiração
Você virou o meu amor
E isso é mais que a razão
E eu te amo
Te amo
O amor
De passear no parque
Não se preocupar
O amor é coisa nova
A cada vez que acontece
Parece enganar
O amor é coisa de pagão
Por que quem crê
Mal pode amar
Por que o amor é coisa de louco
Abstrato que só ele
Pra atordoar
O amor é coisa pra nós
Que ainda achamos graça
Em ter tudo nas mãos
E de repente só fumaça
Meu vício
Meu desvio de caminho
Meu vício, minha droga
Meu mal e meu carinho
Você é todo o meu erro
Minha volúpia e libido
Eu te aspiro e desmaio
Te soletro num gemido
Eu gosto do seu gosto
Da minha língua na sua boca
Vem, eu provo que te bebo
Seu amargo me provoca
Meu corpo reclama sua falta
A falta da minha droga mais cara
Eu te quero que vendo a alma
Tanto que o sangue até dispara
Gosto mesmo é de nós
Do nosso jeito de enroscar
Palavras em meias frases
Mentiras pra nos adoçar
Você é minha doença
É minha sagacidade
É minha lembrança
De uma paixão de verdade
Quem sabe viver
os sem barba e os esquecidos.
Conheço os verdadeiros,
os mentirosos e os vividos.
Conheço os maduros,
inexperientes e os sábios.
Os que falam manso,
os que confundem e os tarados.
E sei bem quais deles fazem minha pernas tremer
Sei bem quais meu corpo gosta de escolher
Eu conheço os famintos,
os que tem sede e os insaciáveis.
Conheço os grosseiros,
os geniosos e os maleáveis.
Eu sei de cada desculpas,
da instabilidade e do tesão.
Sei o caminho da calça,
do cinto e do botão.
E eles todos sabem bem o que meu corpo quer
E sabem bem onde suas mãos devem se perder
O norte e o sul de todos
O amor e ódio de cada um
Sei tudo
Já conheci
Quem diz que não sei viver
Peca por não saber
Tudo que senti
E o quanto me diverti
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Bailarina
Sem nem saber dançar
Vim eternizar histórias
E ganhar outras pra contar
Deixei um pouco de saudade
E trouxe um pouco pra não faltar
Ouvi falar que nessa cidade
As pessoas não sabem mais amar
Com a pontinha dos pés, devagar
Vim pintando flores no papel
Vim ser a estrela no mar
Vim ser uma estrela com céu
Presta atenção quero contar
Que eu fiz planos pra você
Que passarinho deixou de voar
Bailarina parou de ser blasé
Não resta muito soldadinho
Senão encerramos a conversa
Sabemos o fim do conto
E nos sobra apenas pressa
Saiba que tenho ainda planos
Não dançar mais em caixinha
Não ser boneca de pano
Não ser capricho de menininha
Uma dança pra comemorar
Que essa guerra,você venceu
Romeu conseguiu não amar
Mas Julieta chorou por Romeu
E de prêmio eu me daria
De brinde ia um coração
Roupinha, pose e sapatilha
E o que chamam de paixão
Não quero ser bela e notada
Serei feliz mesmo pequenina
Se eu for pra sempre sua amada
Pra sempre sua bailarina
sábado, 10 de outubro de 2009
Mentiras
Já não sei não te querer
Não sobra espaço pra sonhar
Que eu...
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Intimidade
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
...Indefinições...
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Medos
Fico sem saber o que fazer, como se as palavras fugissem de mim, e saíssem correndo pela Avenida Paulista, atravessassem as ruas pulando e eu não fosse capaz de ir atrás.
Tem dias que eu me acho totalmente bipolar, mas vai ver é só a confusão de sentimentos novos, tem algumas coisas que a gente precisa aprender a lidar, tem outras que a gente precisa a conviver com facilidade, mas tem horas que simplesmente não dá.
Tem horas que me sinto no meio, num x, como se estivesse entre a Bela e a Santos, numa encrusilhada entre minhas felicidades e meus medos, a merce de ser atropelada pelo amor. Cheio de velocidade e com seu motor super potente, eu o vejo passando por cima de mim e dando ré pra se garantir de ter me amassado bem.
Por que na verdade, é sempre assim, no auge dos sentimentos mais felizes vem a tal da pulga, a insegurança e esta, sem ter ao menos piedade massacra nossos sentimentos, faz tudo que é lindo se tornar duvidoso, faz tudo o que é coragem virar cisma, faz tudo que é vontade, virar medo.
Eu luto contra, com todas as minhas forças, mas de vez em quando as palavras soam estranhas dentro de mim, como algo que talvez eu não seja capaz de não acreditar.
Tô afim de ficar cega, afim de não saber de mais nada, de simplesmente ignorar todo e qualquer fato que vá atrapalhar minha felicidade, ando sentindo uma necessidade enorme de ser alguém com mais coragem, ando precisando de mim por inteira, da menina completa, ando querendo viver.
Quero tanto, que talvez eu resolva a qualquer hora pular do alto de mim e eu me mate.
Me livre dos meus fantasmas, do meu ego, do meu passado, das mentiras que me contaram e talvez assim, morta, eu volte à saber o que é a vida.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Mulherzinha
Você tem nome
Eu gosto da sua barriga porque você consegue a santíssima trindade da barriga perfeita: maduro, intelectual, sarado.
É o labirinto onde eu fico quando você acha que eu não estou ali. Entre seus ossos e músculos.
Você é um preguiçoso, espalhado tão elegantemente com as cuecas largas, em seu sofá com almofadas de mocinha. Absurdamente animado com milhões de coisas maravilhosas que você lê ou escuta pela metade, querendo saber tudo ao mesmo tempo pra esquecer mais rápido e de uma vez. Querendo não saciar das coisas, pra caber mais do resto todo que nunca chega. Você tem a noção mais bonita de insuficiência e exagero que já vi. Você tem o desapego pós empolgação menos levado a sério que já vi. Mas isso tudo é escondido pelos seus olhos de desligamento.
Você tem todos os gominhos no lugar como se fosse um garoto de academia. Isso me faz rir embaixo do edredom, olhando a tirinha suicida do meu sutiã que se jogou solitária e antes da hora. Você fez a escolha da vida dos homens desgastados e pra dentro, mas é como se os deuses te mandassem, ainda assim, doses diárias de uma beleza que me surpreende a cada vez que tento te transformar em qualquer coisa da minha tarde. Não precisa pente, banho, esteira, sol, peso, gilete. Você acorda naturalmente com a beleza que eu só tenho, ao acordar, se acordar duas horas antes.
Eu gosto de você porque são tantos milhões de coisas que você sabe, mas você fritou e não diz nada. Você sabe tanto que tem preguiça. Eu percebi que minha ansiedade é a típica da garota boba que leu nove livros, sabe de sete músicas, viu quatro filmes, conhece dois lugares e acha que ainda ama um homem. Quem sabe mesmo, nem começa a dizer.
Você faz com você o que faz com todos os livros. Para na metade. Assim sobra tempo de assassinar minha roupa e depois dormir enquanto eu conto os pedaços pela casa. Meus e das minhas histórias.
Então eu gosto de você, de novo, porque não falamos nada. Você porque dormiu de novo ou quer demais. Eu porque quero de novo ou dormi demais. Você porque sabe muito. Eu porque não sei porra nenhuma.
E o portão enorme de vidro se fecha com você meio curvado, malditas costas. Faz minha vigília até o carro como um pai e isso me dá vontade de voltar. Parece errado, mas pra mim, pros defeitos que me formaram e por isso mesmo é só o que posso sentir quando sinto sem script, sinto que as plantas estão onde deveriam. E meu carro, e tudo. Se encaixa. Eu sou o senhor cabeça de batata esperando seu bigode encaixar em mim pelas mãos das crianças que nunca deixam de brincar com os velhos brinquedos de verdade. De novo, levando a pureza bem a sério pra pelo menos existir um pouquinho em meio a tudo isso. E eu, você não sabe como te agradeço, vou escutar música alta no carro e nem reparar que o sinal abriu.
Eu só queria saber
E me perguntei tanto que quando eu o vi, quando tive a assombrosa oportunidade também tive que perguntar à ele. E foi quando ele olhou pra um chiclete chinfrim no chão e pensativo me disse:
- Não te liguei porque você disse que eu andava como alguém que esconde que já foi gordo, ria como alguém que precisa ser aceito apesar de ter nascido muito pobre, dava linguadas no ar como um sapo querendo pescar pequenos insights para impressionar mocinhas, espremia os olhos como um míope que não aceita as próprias limitações, estalava os dedos como quem tinha perdido a hora do soco, pegava como um homem que perdia perdão por ser homem, dirigia como um ejaculador precoce, mudava as estações do rádio como um infeliz que tenta até o fim, penteava o cabelo para trás como um estilista histérico, falava devagar como um estudante fritado de tanta maconha, enfiava a mão em você como um inexperiente que odeia a ex namorada, beijava como alguém que queria dormir de tédio assim que conseguisse qualquer coisa, lambia como um peão mal educado e morrendo de calor, gemia como alguém que tenta expulsar algo dos pêlos do nariz, dormia como um bebê com tromba de elefante e fazia xixi como um elefante com tromba de bebê.
E ele se foi e me deixou por alguns segundos encarando o mesmo estorricado chiclete velho da calçada. Naquele momento eu aprendi três coisas para o resto da minha vida: eu era bonita, eu era insuportável e eu era uma escritora.
O mais maluco é que fiquei feliz e vitoriosa como se tivesse acabado de ganhar uma aliança de amor eterno, seja lá o que isso quer dizer.
Amor
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Pra ele
E minha cabeça está dando voltas
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Me conhecer
Te saber
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
...quando felicidade vem...
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
...Fim...
Procura-se
Está difícil remar contra a maré. Sinto que meu barco de papel começa a ficar à deriva. Então tento escrever algumas palavras que ainda existem em mim. Está dificil! Há nuvens escuras no céu da boca, as palavras faltam, o tempo se desfaz e o aceno desaparece.
E o pequeno barco de papel segue para dentro do oceano.
Estou à deriva de mim. Os caminhos se perdem. Minha sombra desapareceu. Sou uma mulher sem sombra. Uma mulher sem sombra não é nada. Minha sombra fugiu de meus sapatos sem rumo, como se eu não existisse. Tomou vida própria e foi viver sem minha presença. Acho que ela fez bem. Salvou-se de mim.
Sou uma mulher sem sombra num pequeno barco de papel. Sigo me guiando pelas estrelas. Vejo cinco luas cheias no céu, mas sei que nenhuma delas existe. Mas me guio pelas últimas estrelas, principalmente as cadentes, as que desaparecem para sempre. Menina cadê você?
Eu respondo: se você me vir em algum lugar, por favor me avise que preciso conversar algumas coisas comigos. São coisas sem importância nenhuma, mas preciso conversar comigo. Ando à minha procura. Se alguém me vir, por favor me avise. Da última vez que me vi eu vestia um casaco bege. Caminhava sem destino e levava um violão nas mãos. Quem souber de meu paradeiro por favor comunicar.
Eu não sei de mim!
...Vazio...
domingo, 23 de agosto de 2009
...tema e teoria...
"Já li tudo. Já tentei macrobiótica, psicanálise, drogas, acupuntura, suicídio, ioga, dança, natação, cooper, astrologia, patins, marxismo, candomblé, boate gay, ecologia, sobrou só esse nó no peito. E agora o que faço?"
Esse nó no peito e um engasgado na garganta. Me oriente ou me desoriente de vez, aperte o tal do stop ou ao menos me deixe em stand by enquanto não é seguro que eu vá, antes que eu mesma me jogue no forward. Coloque um ecstasy no meu café e me mate de loucura, faça algo ao extremo, mas faça. Me mostre os extremos, me mostre que você é capaz de chegar lá, talvez das minhas teorias e dúvidas, a minha incerteza de seus extremos seja a pior dor. Me mostre o ouro e o latão, a morte e o renascimento, quente e frio, você é capaz de sentir? De se ver? E ver dentro de você a bipolaridade, a loucura? Ela me domina, me fascina, não escrevo por que tenho amores lindos e mornos, por que minhas histórias são de Romeu e a coitadinha sofredora, não! Eu escrevo por que dentro do meu coração há um som rouco e tudo está grave, por que no meu corpo tem um vestido florido, minha insanidade toda e você. Você no meu corpo, você é capaz de entender a poesia do que não se pode ter?
sábado, 22 de agosto de 2009
Morrer de amor.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
...Bela...
...belo é o que há por trás de olhos, belo é o que é descrito sem palavras, é o que você faz com suas mãos com o que está entre elas...
domingo, 16 de agosto de 2009
Estranho
Sinto saudades, de mim.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Intensidade
Não espere de mim algo que eu possa fazer melhor. Surpreenderei.