terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dormir abraçado

Ah! Dormir abraçados... Talvez não exista momento mais completo que esse, é o momento que precede ou procede o amor, o côncavo e o convexo se unem, você acredita que ele pode te proteger de tudo no mundo, enquanto ele acredita que você é só dele, a pequena protegida.
Coisa pré-fabricada, corpos feitos com o encaixe perfeito para os braços dormentes conseguirem apoiar a nuca e para que as pernas sejam capazes de ser apoio numa escadinha de ossos amorosos.
Tudo se fala quase por susurro, a magia da cama, a magia das almas próximas, os lábios, os olhos, tudo alí tão perto, perto das palavras, perto dos abraços, perto das vontades, livre para os sonhos.
Estamos é sentindo falta de carinho, carinho daqueles que se dá sem querer nada em troca, carinho daqueles que se sente sem precisar preocupar com o "além disso".
Nos tornamos máquinas, tentando ser frios e inatingíveis, uma parede resistente à qualquer sentimento bomba e os detalhes menores, aqueles detalhes tão adoráveis sobre como dormir abraçado com alguém ( o momento mais último de todos ) nós esquecemos de como viver e sentir.
Hoje me vejo tentando sentir, tentando ter sentimentos que não sei mais como são, pois ninguém mais tem.
Esquecemos como é amar.
Esquecemos que um dia dormimos nos braços de alguém e fomos gratas à Deus pela melhor noite de sono da nossa vida, esquecemos que andar de mãos dadas é tão bom, esquecemos que carinho no cabelo dá frio na barriga, esquecemos que beijo na testa faz meu coração amolecer e na nuca faz o coração parar, esquecemos de tudo que nos lembra o tal amor.
Hoje acordei pra me convencer, pensando em como tá tudo frio no mundo, não só nas geleiras dos pólos, mas no coração das pessoas. A gente atende o telefone e com todo o prazer em se relacionar com um outro ser humano, de que, a gente mostra que pode ser tão fria quanto imaginam que a gente possa. Ser frio é sinônimo de equilíbrio, e não sei por que mas tenho me sentido desequilibrada totalmente por ver minha vida nessa geleira eterna.
Sinto que os corações não são confiáveis, ou melhor, os donos deles, por que a capacidade de se enganar é tão grande, que até o pobre coração conseguiu ser driblado pra não mandar mais na cozinha.
Tudo frio.
Não tem mais nem fumaça.
Talvez um dia, eu durma com alguém novamente e não acorde com cara de calígula. Talvez eu acorde feliz e beije o rosto desse alguém com amor, mas hoje a saudade que eu sinto é só saudade, sonho sozinho não é realidade.
Instantes passaram à significar instantes, apenas momentos, sem mais nem menos, nem depois, nem antes.

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