sexta-feira, 30 de julho de 2010

Contrário.

Saudade é coisa estranha. Coisa que confunde a gente e às vezes na confusão até nos liberta. Comecei me perguntando se eu iria aguentar de tanta saudade, se ia ser possível fazer essa semana passar. Passa o mês, mas essa semana, não.
E no meio dessa maldita semana, entre bebedeiras, insônia e insights eu acho que entendi. Entendi que eu nasci mesmo querendo ser livre e querendo não sentir saudade, talvez eu tenha nascido pra deixar lembranças, levar lembranças, contar histórias, mas definitivamente não nasci pra olhar pra trás. Nunca quis sentir falta.
Nasci pra reconhecer erros - eu erro muito - e talvez minha fraqueza diante à decepção me faça fugir. Me faça não me prender a coisa alguma e querer sempre mudar pro novo. Me sinto dona de nada, sinto que não tenho terra, não tenho porto, não tenho ponte, não tenho ponto. Fui feita de tantas marcas, palavras, sonhos, tentativas e recomeços que na realidade fico até perdida com quem eu sou agora. Não sei em qual época eu parei, não sei se parei, nem se tive época. Sinto tudo ao contrário.
Me dá enjoo, nojo, dor de cabeça e frio na barriga.
Talvez eu sinta que chegou a hora de me assumir, de me decidir e entender que minha vida não é um seriado de tv, com temporadas e chances pra recomeçar aos montes. Talvez seja hora de eu construir algo sério, sólido e honesto pra mim mesma e pros que eu amo.
Eu ja me enganei, muito, mas essa chance que partiu de uma saudade, eu sei que pode ter sido a última que a vida me deu, pra eu mostrar que entendi e que tenho que fazer por merecer.

sábado, 24 de julho de 2010

Quando eu te vi, acreditei.

Eu acredito na fidelidade. Fidelidade espontânea, sem cobranças ou restrições. Ser fiel porque se quer ser. Ainda acredito no amor, no companheirismo, no "se pôr no lugar do outro", no respeito, no valor do sentimento e do carinho. Acredito também, que tudo isso se constrói com o tempo, mas vai do caráter e índole de cada um. Cada um pensa e age de acordo com a sua verdade, e isso é pessoal e intransferível. Eu penso que quando estamos com alguém, supostamente, estamos de corpo e alma, e se não é por isso... Por que estar? Trair não combina com sentimento, fere todos os conceitos de sinceridade e envolvimento, faz da consciência um peso, é maltratar a si mesmo e ao outro. Estar junto tem que ser um ato de verdade, acima de tudo. Se amor não é isso, o que mais pode ser? Formas doentes de sentir não são amor, não ame o que não merece, não ame o que não é amor. E digo mais: até para amar deve haver limites. Amor desmedido é compulsão, carência. Amor passa por um lado muito mais sublime, suave, sutil. Amor é, e só. Nada mais é, como o amor é. Quem muito se doa, não dói no outro. Daquela dor gostosa, eu falo. Só quem já amou e já se sentiu amado sabe da dor que eu falo. Uma dor que não dói, que chamam os corações, de amor. E acredito, porque tudo em mim é isso.


Valdeline B.

Um eterno segundo.

Então ele perguntou, assustado:
- Você pode segurar o meu medo um instante?

E ela respondeu:
- Um instante é muito no lugar de onde você vem?
- Porque eu pretendo passar a noite, os dias e a vida inteira, aqui, com você.


Valdeline B.

Quando o amor vem.

Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio. Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos. Cantar a música que cada instante compõe. Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo. Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho. Andar descalço, sem medo de ferir os pés.


Valdeline B.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Saudade dele.

Ele não sai da minha cabeça, da minha alma, da minha pele. Eu que nunca sinto nada, eu que nunca quero me envolver, vejo agora as fichas caindo aos poucos, de todos os meses que eu vim o amando. Eu amo esse cara desde o primeiro sorriso, eu amo esse amor maluco que não tem começo, não tem meio, não tem fim, não tem por que, não tem palavras, não tem músicas, não tem lembranças, não tem nada, a não ser um agora. O agora tem sido o lugar onde o amor por ele tem morado, é o espaço no meu coração onde ninguém conseguiu ficar por tanto tempo. Esse é o agora mais demorado que já me vi passar. Eu estou falando de amor. Estou falando de algo que não falo sobre, mas senti que ia explodir. Sabe? Eu estou sofrendo por amor. É ridículo!!! Eu pedindo aos meios de comunicação, todos, pra que algum me conectasse com meu cupido, com Deus, com os Orishas, tentei meditação, tentei incenso, tentei sorte, tentei fé, tentei mentir, tentei dizer a verdade, pra conseguir amar, tentei tudo, pra finalmente amar alguém. E eu já estava amando. Eu já estava querendo há muito tempo uma única pessoa. Depois dele, não consegui mais olhar pra ninguém, depois de tudo, não consegui mais beijar, não conseguir fazer sexo, amor, loucuras, carinhos, não consegui nada além de dois ou três dias respirando a lembrança dele com menor intensidade. Mas tudo volta. Eu parei de escrever há tanto tempo e me pego aqui agora parada, olhando com o olho arregalado, pras coisas que o meu coração está me fazendo escrever, tentando descrever a beleza de alguém que mal lembra que eu existo. Alguém que tem um outro amor no coração, alguém que não me vê, como algo mais que uma aventura, talvez com muita sorte, como uma amiga.
Eu nunca passei por isso.
Eu não sei lidar com essa situação, de vir sonhando noite sim, noite não, com os seus olhos claros, seus cabelos loiros, seu abraço que me protegia do mundo inteiro. De lembrar todo dia, toda hora, da hora que eu acordo, até a hora que vou dormir, o nosso jeito de fazer amor. De estar com outras pessoas e fechar os olhos pra fingir que é ele quem está alí. E mesmo com toda essa coisa linda que pode haver em mim, e há, a única coisa que posso fazer agora, é ver tudo isso passando, enquanto o tempo vai fazendo as coisas aqui dentro se esquecerem. E tudo fica bem, tudo está bem.
Não precisa mudar nada, ele não sabe, eu não sabia, ninguém precisa saber.
Mas eu precisava admitir e ler o que eu mesma escreveria, pra ao menos uma vez na vida, me convencer de que fui capaz de falar de amor, pra me convencer de que não sou feita de pó de mármore, que não tenho um iceberg no lugar de um coração.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Nós, e nossos laços.


Nós. Um laço forte, um nó. Nós somos mais do que o amor é. Estamos amarrados um ao outro, e nunca me senti tão livre! Essa coisa que só nós somos, que só nós temos, que não se traduz... O mais puro e verdadeiro amor. Gosto de ver suas coisas misturadas às minhas, gosto de ver seus sonhos misturados aos meus. Gosto da minha vida misturada à sua. Somos nós, laços que não desatam.


Valdeline B.

As cartas que te escrevi.


Príncipe,

Parece que foi ontem. É, parece que foi ontem mesmo. Naquela noite quente, um bar como esses, como tantos, um beijo aconteceu. Ao mesmo tempo parece que é a vida inteira. Como se a gente se conhecesse de outras vidas, de outra dimensão. Eu sei, esse tipo de coisa não dá pra escolher e se pudesse... eu não teria escolhido tão bem.
Hoje é dia de festa, e de muito amor. Hoje faz um ano, que numa noite quente e (des)animada, nossos olhos se encontravam como hoje. Faz um ano que nos conhecemos. E cá estou eu, sem palavras para falar de nós, de nossos laços.
Quero que você saiba uma coisa. Aliás, várias coisas: Foi você quem me ensinou a amar, um amor que eu nunca aprendi. É você quem me tira o sono. É seu abraço que me dá paz. É seu o único colo que me conforta, o sorriso mais lindo que eu já vi, o beijo mais doce que existe. Você é a razão da minha alegria de manhã. A força que não me deixa cair. A doce sensação de me sentir amada.
Hoje, meu bem, eu entendo que você me completa. Que sem você, eu não sei ser feliz assim. Que quero construir uma história, uma linda história de amor, daquelas de contos de fada, contigo.
É impossível não me embaraçar com as palavras quando o destinatário é você. Fico toda sem jeito. Mas também, nada que eu escrevesse seria capaz de expressar verdadeiramente meus sentimentos, são muitos e todos muito profundos, cheios de arestas explicativas. Sei sentir, não sei falar.
Eu vou pra onde você for. Qualquer lugar do mundo é lindo, se você estiver lá. Eu quero estar sempre ao seu lado. E ser sua amiga, sua mulher, sua amante, sua eterna namorada.

Meu amor! Hoje se completa a certeza de um sentimento puro, o início de algo certo em nosso coração, quero nos desejar força pra superar obstáculos, coragem pra não desistir por pouco, respeito pra sermos sempre cúmplices e amigos e verdade pra que nosso ponto final seja no fim de nossas vidas com uma história de fazer inveja aos românticos!

Te amei desde o nosso sempre e vou te amando até nosso eterno.

Da sua,
Princesa.


Valdeline B.

domingo, 18 de julho de 2010

A eternidade se fez possível.


Parece que foi ontem que estávamos no sofá de casa, sem saber mesmo o que fazer com as mãos, e com as palavras... Procurando um lugar pra nos esconder. Não sabíamos nós, ainda, que o melhor lugar para nos esconder, era um no outro. Hoje, sabemos muito bem onde é o nosso lugarzinho seguro, o lugar mais quente e aconchegante: o nosso abraço. Já nem parece que faz tão pouco tempo assim. O amor tem esse poder. Essa profundidade. Essa imensidão. O amor tem o poder de fazer da rotina, algo bom. O amor tem o poder de transformar o que é desconcertante em intimidade. Torna o que é bobo, sagrado. Parece óbvio demais, mas, o amor é lindo!
Foi esse amor que te trouxe de volta, que me levou denovo pro seu lado, e nesse amor, você me fez acreditar outra vez. Já me decepcionei tanto, com tantas pessoas e por tantas vezes, que eu não pensei que pudesse confiar em alguém como eu confio em você. Você me mostrou algo que eu pensei que não existisse mais, e hoje é meu porto seguro, você sempre foi tudo que eu nunca soube que eu sempre quis.

Valdeline B.

Saber amar.




Ele voltou. Ele voltou como nos velhos tempos, quando nos olhavamos e nos amávamos apenas por palavras. Faziamos romance, sexo e carnaval em frases e mudávamos o sentido das pequenas e grandes coisas num piscar de olhos, apenas por que juntos queríamos que fosse assim.
Ele voltou, mas não voltou o mesmo. Teve um que amei um amor errado, que me deixou louca, contraditória, perdida. Por esse eu me apaixonei como nunca antes tinha me apaixonado e esse mesmo, me fez desistir da paixão. O que voltou agora, não trouxe a paixão que eu já senti, trouxe de volta o sentido de querer bem, trouxe o amor, o amor pra se amar de olhos fechados com sorriso no rosto. Pra amar de mãos dadas, sem roupa, num beijo, abraço ou lembrança. Pra amar na saudade e continuar sendo feliz, pra sentir a falta e continuar a sorrir, pra mostrar o amor e não o negar no olhar.
Pra esse, eu acabo de abrir a porta. Abrir a janela, estender o tapete, colher lichias e jabuticabas, enfeitar a casa com girassóis e perder as chaves do meu coração. O lugar era dele, o cantinho colorido já tinha suas medidas desde antes de sabermos que nós estaríamos um no caminho do outro e agora, ele chegou, voltou, entrou, seja o que for. Agora sei que foi por ele que em todo esse tempo neguei sentir mais do que dois dias de carinho por outro alguém. Agora sei, qual é o olho castanho, o cabelo cacheado, o homem do signo de touro que cabia certinho no meu espaço, sei quem é aquele por quem eu sempre esperei. Agora sei quem pode ser aquele que veio pra fazer história comigo, pra ficar ao meu lado até que as rugas cheguem. E somos nós, que vamos sentar juntos na varanda, abraçados, cabeça nos ombros e vamos nos lembrar de como desde o primeiro momento, soubemos nos amar.

sábado, 17 de julho de 2010

Sexta.



É aí, pra piorar tudo, e me deixar mais desconsertada com a vida, ele me pediu em namoro, ele me abraçou e me beijou e me disse bom dia e me esquentou e me fez carinho. Me levou pra andar no pomar, pra sentar num banco e olhar o horizonte. Me levou pra ser feliz.
Ele quer me fazer feliz, numa sexta-feira de manhã, meu Deus, como pode?

O homem mais bonito do mundo.

Uma vez eu conheci o homem mais bonito do mundo. Eu estava sentada no chão de uma festa com pocinhas. Toda festa de noites agradavelmente chuvosas, forma pocinhas, pode reparar. E ele veio falar comigo “vai molhar a calça”. Ah, mas vou mesmo.
Se tratava do homem mais bonito do mundo, eu não tinha nenhuma dúvida. Quem poderia ser mais bonito do que ele? O Brad Pitt? Eu prefiro os mais rústicos. O Jesus Luz? Acho fraco, ele tem aquele lapso de vergonha suburbana no branco dos olhos. Não gosto de homem que se sente devendo algo ao cosmos. Homem que faz pose de topo de cadeia alimentar mas sofre as dores de uma coluna ainda arredondada pelo começo da evolução.
Enfim, tratava-se do homem mais bonito do mundo. E ele veio falar comigo. E eu estava sentada no chão. E ali mesmo trocamos telefones e confissões e eu lembro que, apesar de estar com muito sono e cansaço e desesperança com a vida, fiquei tentando descobrir o que um homem daquele nível supremo de beleza (olhos castanhos, cabelos castanhos cacheados, ombros que iam até o Chile) tinha visto numa garota bem mediana que estava sentada no chão em um dos dias de menor brilho de sua vida social.
Apliquei o teste do cotovelo (a leve roçadinha sem querer pra saber se o membro promete ou não promete). Apliquei o teste da sapiência média (você comenta que quando você olha pro abismo, o abismo olha pra você, e espera pra ver se ele tem alguma cultura de filosofia de almanaque). Apliquei o teste da bobeira erudita, uma merda qualquer que você lança no ar tipo “ai que vontade de chafurdar por essas lamas universais” e se o cara for minimamente interessante ele compra a besteira e devolve uma outra melhor ainda. Se ele for um tapado ele ri e fala algo idiota tipo “quero o mesmo que você está tomando” e daí você sabe que está, novamente, sozinho no mundo. Como sempre.
E ele, do alto de sua absurda e dolorosa beleza, foi tirando nota sete e meio em todos os quesitos. Devolveu uma besteira à altura, conhecia frases pessimistas perfeitas para uma noite estrelada e passou com certo louvor no teste do cotovelo.
No dia seguinte, já pela tarde, chegou uma mensagem de texto do homem mais bonito do mundo “seu cheiro ficou em minha roupa”. E foi então que resolvi pedir ajuda. Juntei a mulherada em casa. E todas nós, em silêncio, começamos a “googlea-lo”. Até que uma foto bem grande, dele fazendo pose, sorrindo, ocupou a tela inteira e o coração de todas nós. Algumas suspiraram. Aqueles olhos pequenos, olhavam pra mim. Algumas tiveram ataque de riso nervoso. Uma ficou bem irritada e foi embora. Outras me olharam com a miopia bem apertada tentando descobrir que é que eu tinha pra merecer aquilo tudo. Ele era realmente o homem mais bonito do mundo. Todas concordaram. Não existe homem mais bonito do que esse e talvez nunca existirá. E, ao que tudo indica, inteligente, com amigos do bem, amante da natureza e dos animais. A ficha.com estava limpíssima. Mas você viu se ele... Vi, vi, sim, ele passou no teste do cotovelo. Burro? Não. Então o quê hein? Pois é, amigas tão honestas, eu também não sei o que ele viu em mim. Tentaram uma última explicação, olhando para os meus pés “ah, vai ver ele gosta de sexo bizarro”. É, vai ver. Outra explicou assim “ah, tem tanto casal que a gente vê e não se conforma”. Pois é.
Fiquei quarenta e sete dias com o homem mais bonito do mundo. Todo mundo olhava pra ele. Homens, mulheres, velhinhos, crianças, cachorros, pombas, formigas. Ele poderia ter qualquer uma das anjinhas da Victoria’s Secret (caso além de perfeito fosse trilhardário também... não era o caso, mas era bem de vida) mas preferia estar comigo. Ele definitivamente não tinha nenhum problema sexual, aliás, muito pelo contrário: fazia parte do seletíssimo grupo de homens que, apesar de não fazer feio em medidas, são adeptos do sexo minimalista (aquele que sabe o valor da delicadeza pontual, ritmada, paciente e amorosa), entendia os filmes do Hitler e me explicava as palavras mais difíceis das músicas da Cat Power.
Tudo ia muito bem até que um dia, na fila pra comprar uma bomba de chocolate numa padaria da Bela Vista, eu resolvi explodir aquela relação. Ele era tão bonito que me...que me...que...sei lá. Lembro que na hora pensei algo assim “ah, má vá ser bonito assim lá na puta queo pariu”. E ele foi.

domingo, 4 de julho de 2010

I'm sorry.

I never needed you to be strong, I never needed you to be pointing out my wrongs, I never needed pain, I never needed strain, my love for you was strong enough you should have known.
I never needed you for judgement, I never needed you to question what I spent, I never asked for help, I take care of myself, I don't know why you think you got a hold on me.
And it's a little late for conversations, there isn't anything for you to say, and my eyes hurt, hands shiver, so look at me and listen to me.
I don't want to stay another minute, I don't want you to say a single word, there is no other way, I get the final say.
I don't want to do these any longer, I don't want you, there's nothing left to say, I've already spoken, our love is broken.
I never needed your corrections, on everything from how I act to what I say, I never needed words, I never needed hurt, I never needed you to be there everyday.
I'm sorry for the way I let go, of everything I wanted when you came along, but I am never beaten, broken, not defeated, I know next to you is not where I belong.
No more words, no more lies, no more crying.
No more pain, no more hurt, no more trying.

sábado, 3 de julho de 2010

Angústia

Eu fico olhando pro lápis, como se eu pudesse arrancar com ele minhas angústias. A verdade é que eu não sei viver do desespero e muito menos do egoísmo. Estou me sentindo indiferente à tudo e todos hoje. Me sinto só. Dói tudo por dentro do meu peito, e do meu estômago também.
Tem palavras que estão presas na garganta, vírgulas que estão me magoando e pontos finais que não foram bem colocados. Tudo tem hora. Pras vírgulas, pras reticências, pros etcéteras, pros pontos finais.
Não sei se sou inteligente a ponto de saber a hora pra essas coisas todas, são muitas. A verdade é que, hoje não me sinto bem.
Hoje, eu queria que dormir fosse me fazer milagres, que sonhar fosse me trazer paz e que acordar fosse me trazer esperança. E rezo pra que realmente seja assim. Eu preciso ser sábia, preciso saber quais as palavras, preciso de segurança, preciso de paz. Deus, o Senhor está lendo isso agora, eu sei, e muito antes de eu escrever, eu sei que o Senhor já tinha feito essas palavras na minha cabeça e no meu coração.
Por favor, me ajuda. Eu não quero mais passos errados, não quero mais noites mal dormidas, não quero mais me sentir rodeada de gente e tão sozinha. Se for pra ser assim, tudo bem, me dá força pra agüentar, mas se não for, me abraça hoje e me faz dormir sem esses sentimentos ruins.
Eu preciso de luz nessa minha vida, mais luz ainda, por que nem tudo está iluminado e nem tudo está me fazendo bem.
As coisas vão encontrar seu lugar, enquanto isso, espero, angustiada, ansiosa e com medo de que em algum momento, eu mude de idéia sobre tudo e desista daquilo que eu tentei tanto conquistar.
Valor pra coisas, muito valor, enquanto eu as tenho, pra não valorizá-las depois de ter perdido.

Será que eu dou conta?

Chorar não resolve. Falar pouco é uma virtude. Aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. E o que não mata, com certeza fortalece. Às vezes mudar é preciso, mas tenha claro que não se pode mudar o comportamento de ninguém. Nem tudo vai ser como você quer, e a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência, vontades momentâneas não valem à pena e quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Uma vez que você faça algo que alguma pessoa não esperava de você, ela nunca mais te verá da mesma forma. Perdoar é nobre, mas esquecer é quase impossível. O discreto chama sempre mais atenção, nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Todo amor é grande quando você o torna importante, quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida. Você pode ser a melhor coisa que pode acontecer pra alguém, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida e o que nunca deveria ter entrado nela. O tempo sempre será o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado. O mais interessante disso tudo, é que às vezes, quando tudo dá errado acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo.
Assim espero.