sexta-feira, 28 de agosto de 2009

...quando felicidade vem...

Quando a felicidade chega...
Ela chega com ar de paixão, de amor, de carinho, de mágica. Um encantamento que você não sabe de onde vem, quanto tempo vai durar e aquele sorriso e o frio na barriga parecem eternos. Longos, mesmo curto que seja o sonho. As músicas felizes fazem sentido, violão é quase que comida e cantar é matar a sede, como se música fosse saciar o coração, encher de perfume, de cores um tempo de tristeza e vazio.
Tudo fica tão delicado, suave, a felicidade plena é leve. Como se parar no tempo fosse deitar simplesmente e ver as nuvens passando, tipo tarde ensolarada no campo, com um quê de pôr-do-sol na praia.
E tudo é motivo de rir, tudo é motivo de olhar por horas a mesma coisa que você olha há anos e nunca reparou, motivo de brincar com os cachorros, de abraçar todo mundo, sair cantarolando minutos de amor, quarto, cozinha, sala à fora.
Quando a felicidade chega, ela trás sono d e belos sonhos. Um sono de poucas horas que seja, que parece ter valido por noites interas durmindo com uma coberta fofinha, num travesseiro macio. Faz dos sonhos apenas uma extensão das suas vontades, de poder abraçar quem está longe naquele momento e poder sentir aquilo real, o suficiente pra acalmar o coração.
As palavra coração, sonho, amor, sorriso, rir, abraçar, pensar, sentir, ficam constantes nas escritas de um indivíduo feliz. Chega a se fazer pleonasmos com as palavras, onomatopéias dos sentimentos e todas as metáforas pra exemplificar coisas de uma forma mais bonita, somente pra mostrar pra todos que lerem, que você esstá feliz.
Fica exposto, em gestos, em olhares, atitudes, palavras que algo está acontecendo e que é muito bom. E em muitas vezes não sabemos nem explicar, mas só de viver isso e se sentir completo, basta.
Não é necessário explicar, não é preciso nem ao menos entender, só sentir, viver cada detalhe, intensamente e deixar a felicidade ficar.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

...Fim...

Eu queria conseguir falar, juro que queria. Mas o que posso fazer se minha incapacidade de expressar ultrapassa minhas vontades de te fazer entender? Eu queria muito que você soubesse o que é isso, queria que você soubesse que conviver na indecisão de quem você é não é fácil como parece, queria que você soubesse o que eu sinto e como eu vivo cada momento das suas confusões.
Me beija? Eu preciso dizer isso? Preciso te implorar carinho, tanto quanto te implorar perdão? Por que você é melhor que os outros? Não sei o que consigo ver senão encantamento. Magia, macumba, arte de duendes, desgraça da minha alma.
Te ter alí e não te ter aqui, tão perto quando o limite de enxergar além dos seus olhos, quanto ver sua alma, quanto sentir seu sorriso me aquecendo o coração. Noite de festa, noite de procura, caça aos tesouros perdidos e aos segredos começados. Não sentir frio, não estar só, estar no escuro mas sentir-se seguro. Não sentir. Não pensar. Não falar. Não desvendar tão além de suas risadas, pequenas palavras,  o fim.
A cada melodia me afastar mais e mais de sua afinação, de nossa afinidade, te ver ir longe, mesmo ainda sorrindo, longe, além-mar, de poder entender onde.
Me ama, por favor me ama. Me dá atenção? Pelo amor de Deus olha pra mim por que dói, ou me deixa ir sem ver. Mas não sorria por que eu fico, se você me disser oi, eu fico.
Fico por você ou pela minha necessidade de manter viva quem eu sou de verdade, a minha carência real de mim. Mas eu vou entendendo, a cada capítulo, que o todo que sou é maior, do que a parte que você é em mim e pra mim.
Te quero sim, vai dizer que você não sabe?
Mas meu coração decidiu se desapegar, juntos temos mais um capítulo pra escrever, do qual você não faz parte, no qual lua alguma, nem céus estrelados, podem mudar o fim da história, o meu encontro com a felicidade.
Meu encontro com o eu, com o mim, com quem sou eu pra mim.

Procura-se

Está difícil remar contra a maré. Sinto que meu barco de papel começa a ficar à deriva. Então tento escrever algumas palavras que ainda existem em mim. Está dificil! Há nuvens escuras no céu da boca, as palavras faltam, o tempo se desfaz e o aceno desaparece.

E o pequeno barco de papel segue para dentro do oceano.

Estou à deriva de mim. Os caminhos se perdem. Minha sombra desapareceu. Sou uma mulher sem sombra. Uma mulher sem sombra não é nada. Minha sombra fugiu de meus sapatos sem rumo, como se eu não existisse. Tomou vida própria e foi viver sem minha presença. Acho que ela fez bem. Salvou-se de mim.

Sou uma mulher sem sombra num pequeno barco de papel. Sigo me guiando pelas estrelas. Vejo cinco luas cheias no céu, mas sei que nenhuma delas existe. Mas me guio pelas últimas estrelas, principalmente as cadentes, as que desaparecem para sempre. Menina cadê você?



Eu respondo: se você me vir em algum lugar, por favor me avise que preciso conversar algumas coisas comigos. São coisas sem importância nenhuma, mas preciso conversar comigo. Ando à minha procura. Se alguém me vir, por favor me avise. Da última vez que me vi eu vestia um casaco bege. Caminhava sem destino e levava um violão nas mãos. Quem souber de meu paradeiro por favor comunicar.




Eu não sei de mim!

...Vazio...

A gente vai vagando pelo mundo esperando tanto e não tendo nada e uma hora a gente acaba por não esperar nada pra não se frustar mais. Quando é o limite, em que a vida nos faz uma surpresa? Quando você está tão lúcido a ponto de conseguir reconhecer que a vida não está pregando uma peça?
Há tanta coisa que dói, um vazio imenso que fica depois das frustrações, depois que você resolve acreditar e vê que não era a hora ou quando você resolve desistir e descobre que estava quase lá e desistiu cedo.
Eu já não sei mais de que forma quero viver, por dentro sinto um vazio tão cheio de nada, uma confusão tão grande, não sei pra que lado eu vou, ando me sentindo um cachorro perdido no meio da multidão.
Não tá nada bom o que eu tô sentindo, nem música sai de minha tristeza, depois disso tudo é só silêncio. É acreditar que pessoas são increditáveis e passar a ver que você está se iludindo todo o tempo que cria uma expectativa de que pode ser diferente.
Nada é. Nem belas conversas longas, nem milhares de afinidades fazem algo mudar. Existe muito fogo, muita paixão, em belas palavras e sentimento de um carinho imediato mas isso tudo passa tão rápido quanto chegou.
Há ainda quem acredite, quem sonhe com tudo isso e ache que valha à pena, mas no meu caso, sinto que isso se resume à mim somente, pois não sou capaz de ver vingar uma semente da verdade que eu plantei.
Você tem estado aqui? Pra onde você foi que não posso mais sentir? Se calou há tanto tempo, não cuidou mais de mim, não me fez mais acreditar na luz do Sol que ia alegrar as manhãs, era o que você ia dizer se me visse chorando agora.
Ia dizer que não sairia do meu lado e eu ia ficar bem. E sabe? Se você estivesse aqui, eu já estaria tão bem, estaria tão feliz quanto eu pudesse descrever.
Sinto saudade, de tudo que vivemos juntas, eu e você. Felicidade, você foi pra mim o alguém mais querido que tive e te tive por tão pouco que mal pudemos conversar e você me ensinar mais sobre você.
Eu, vou caminhando por aí enquanto isso, por quanto tempo você ainda precisar pra aparecer denovo. Eu te espero, se você me prometer que minha esperança por mais que pareça em vão vai servir pra alguma coisa.
Tá quieto aqui, sabe?
Por favor volte.
Ao menos me dê um sinal de que você sabe o quanto preciso de você, de que sabe que no meu coração ficou só o vazio de quando você se foi.
De que sabe que agora todo o resto, é só silêncio.

domingo, 23 de agosto de 2009

...tema e teoria...

Fiquei sem tema, sem a letra certa pra começar a frase por alguns momentos de solidão, de vazio solitário dentro do meu eu. Me vi como um camaleão parado à frente de um arco-íris: confuso. Tudo confundia e dava voltas e tornos, contornos nas minhas linhas imaginárias, arestas tão ofuscantes que não permitiam ver a forma das coisas.
E tanto falei, questionei que nem vi passar o tema na minha frente, de bicicleta rodou, rodou, o parquinho, desceu a ladeira, numa bicicleta antiga, de rodas grandes e rodinhas, por que era um tema novo, que mal sabia andar ainda, tão pouco com suas perninhas, quanto mais com suas rodas grandes. E foi, passou e voltou. Aí eu reparei.
Reparei que há muito martelava em minha mente, algo que eu não sabia como expressar mas consegui reduzir há algumas poucas palavras claras. Falei, falei, falei e tudo o que eu falei foi querendo dizer sobre uma teoria que eu tenho, aqui comigo.
O quão longe está minha cabeça de meu coração? A ponto de regrar e riscar minhas possibilidades de ser feliz? Esse espaço, toda a distância entre os dois me fez um vazio, tão grande que me perco até bem mais que num labirinto e a confusão por não ter opção chega a ser maior do que se eu as tivesse.
E fica uma lacuna, palavras ressoando no eco, cheio de dúvidas pairando no ar.
Eu queria a certeza de que mesmo instável que fosse, como ao certo eu gosto, eu saberia onde ir. O que não suporto não é o medo das possibilidades, não é olhar pro futuro e ver um escuro sem nada pra me guiar, me incomoda é o fato de agora não sentir que mesmo sem orientação de como chegar, eu estaria indo para o lugar certo.Dói, de uma amargura desesperadora.

"Já li tudo. Já tentei macrobiótica, psicanálise, drogas, acupuntura, suicídio, ioga, dança, natação, cooper, astrologia, patins, marxismo, candomblé, boate gay, ecologia, sobrou só esse nó no peito. E agora o que faço?"

Esse nó no peito e um engasgado na garganta. Me oriente ou me desoriente de vez, aperte o tal do stop ou ao menos me deixe em stand by enquanto não é seguro que eu vá, antes que eu mesma me jogue no forward. Coloque um ecstasy no meu café e me mate de loucura, faça algo ao extremo, mas faça. Me mostre os extremos, me mostre que você é capaz de chegar lá, talvez das minhas teorias e dúvidas, a minha incerteza de seus extremos seja a pior dor. Me mostre o ouro e o latão, a morte e o renascimento, quente e frio, você é capaz de sentir? De se ver? E ver dentro de você a bipolaridade, a loucura? Ela me domina, me fascina, não escrevo por que tenho amores lindos e mornos, por que minhas histórias são de Romeu e a coitadinha sofredora, não! Eu escrevo por que dentro do meu coração há um som rouco e tudo está grave, por que no meu corpo tem um vestido florido, minha insanidade toda e você. Você no meu corpo, você é capaz de entender a poesia do que não se pode ter? 
E é por eu ser maluca, que nunca sei qual a primeira letra que quero usar pra começar, mas sempre, depois da primeira vírgula me vejo exposta feito uma puta, desgrenhada, de maquiagem borrada e coração dilacerado.
Se sou ao menos capaz de enteder que nada faz sentido e que não tenho as respostas, ou as perguntas certas, me contento.
Assim é o amor. 
O tema, na teoria.
Assim é a dor.
A confusão, na prática.

sábado, 22 de agosto de 2009

Morrer de amor.

Eu me deitei e por uns segundos apenas estou fora do meu próprio corpo, parar um pouco no ar e olhar pra mim, eu preciso disso agora. Olhando bem, por um certo tempo começo a não perceber nada. Estranho, não era pra olhar pra mim mesma e perceber algo? Ao menos, algo. Qualquer coisa que seja falável, qualquer coisa que eu pudesse escrever aqui agora. E é isso, um grande buraco negro em minha mente, um momento de total apatia.
Eu estou assim, alí estatelada, olhando, olhando e não vejo absolutamente nada em mim, um grande vazio ocupou o ambiente e o lençol que descobre meus pés começa a não fazer sentido, se está frio. E se está frio por que não sinto? Minha expectativa se juntou à água das tulipas e fiquei alí nadando com os vermes daquele vaso, tentando entender onde foi que deixer de existir.
Em que momento eu morri dentro da sua caixa de veneração? Morri sufocada talvez ou fui tão venerada que você esqueceu de colocar meus morangos mofados pra me alimentar alí no meu potinho vermelho, na porta de ferro, na pequena janela de correr. Você talvez tenha esquecido de sustentar minha esperança e eu fiquei fraca, fui acabando, fui chegando ao fim, fui me desfazendo de mim mesma.
Sabe? Eu não sou um Hamister, me desculpe mas não sou sua experiência e vagando por aqui agora, gostaria de te lembrar sobre algo que há muito me esqueci, eu tenho alma. Alma esta que não sei se sou agora ou se meu espírito conviveu com ela ou ainda se agora sou espírito e convivi, mas tive uma alma que se despedaçou em migalhas de pão seco e os ratos comeram.
Ela acabou, assim como eu. Provavelmente nos acabamos juntas, provavelmente nós cortamos juntas à fita de chegada. E então foi isso. Morri de amor.

Morte que não existe, mas me apagou os dons, os sons e virei fél.
No céu há uma árvore colorida, com grama verde embaixo, sorte de quem morre e pode ir pra lá e ler Shakespeare na sombra. Eu não irei. Por que morri de amor. E a causa da minha morte causou minha desgraça, por que meu pecado foi tão grande que me tirou a vida e não me deixou ao menos arrepender por ter sentido isso.
Quis me arrepender de te amar, te odiar, te querer sentir, desejar todos os pecados carnais com você e não estar, não ter, não ser, alguém pra você. Não pude me arrepender da íra, da luxúria, da vaidade de ser seduzida por seus verdes. Não pude pedir clemência e explicar à Deus que eu não queria ser um filme nem queria as palavras de um script escritas em meu corpo e você me lendo, cada detalhe, ponto e vírgula em minha pele. Me lendo e se aprofundando no " conhecer-te à ti!"
Mas não me arrependi, não deu tempo, pois quando vi já tinha me perdido no beco mais escuro do Brooklin. Na noite dos amores, me perdi longe de casa pra ver se eu me encontrava longe de você. Nao sugeri ver seus traços em seus dentes, seu passado todo em cada fio de cabelo, não sugeri nem suspeitei te querer a menos de 10 centímetros, tão perto quanto dois corpos pudessem ocupar o mesmo espaço. Fui capaz de desejar a amargura de olhar pro céu sem saber por segundos  quem eu era e onde estava.
E tudo isso foi nesses segundos que sai do meu corpo e me vi sem mim. Não contemplarei olhos de fogo, nem cajados majestosos .Tão pouco visitarei cada quarto de tortura, suas lanças e espadas de dor. Me sinto mas leve agora e começo a pensar que entrei em alfa, sentindo sua beleza, suas flores, sentindo o veludo e o chocolate em você. Vivi nessas palavras, entre os segundos de minha loucura, todo o delírio de estar presa em seu controle, mal alimentada pelo seu coração por me sentir possuída pela sua carne. Desejei a morte, desejei com fúria a vida. Não quero viver ao seu lado se posso te ter dentro de mim. Quero pedir agora perdão à Deus, por cobiçar tão alto prêmio à minha inocente ganância, demais pra caber em  meu bolso, cheio de sonhos. 
Eu, pequei pegando um cigarro e meditando sobre esses 5 segundos que vivi, por que entre a morte e a nostalgia, descobri a paixão em meio as palavras, as frases sedentas por suor, cheiros e quadros.
Momento parados em minha mente, congelados como uma foto e música ao fundo. Não pude ouví-la, por que não prestava atenção à nada senão ao nada.
E do começo do coma até este instante, descobri que minha insanidade se resumi ao teu sexo e ao sublime momento de nos encontrarmos em outra dimensão, juntos. Não deu tempo de me arrepender e pedir perdão, por que quando senti meus pés esfriarem, você já estava me fazendo perder a conciência de quem eu era, onde estava e por que meus pensamentos tinham desaparecido.
Você me levou ao ápice de quem posso ser e agora me devolva. Por alguns momentos pensei nãote amar por que me fez sentir totalmente leve e livre das minhas angústias. Agora você acrescentou mais uma à todas elas. Então deixe-me aqui, pois esse momento não quero lembrar após o amanhecer, estou voltando à quem eu sou e sei que quem eu sou não tem nada a ver com você.
E tem algo que não deu tempo de dizer, pois eu tentei te distrair com tudo, com cada palavra que usei pra te confundir e preciso que você saiba antes de partir.
As flores que guardei pra você, eram de outra pessoa, as escondi pra poder te entregar sem ninguém saber. E de lá pra cá, desde quando guardei essas flores pra você, guardei juntos os espinhos, envenenados com a garantia de poder te matar se você não as quisesse ter. E foram eles que me fizeram sangrar agora, você pode ver em minhas mãos? E em segundos não serei mais eu, nua, despida de mim e de todas os meus conceitos, eu que agora estava tão viva e cheia de você, serei apenas um "apenas", jogado frio, duro, aqui nesta cama. Escolhi não te amar e meu coração não obedeceu. Se não posso viver com isso então agora posso ir pro inferno.
Agora que tenho tempo gostaria de perdão à Deus, por não mais pedir perdão por amar, mas não posso deixar de sentir o que não sei nem ao menos como começou e vou em paz e que o inferno seja o que me espera se preciso for, mas morro com a certeza de tudo e não mais do nada e digo apenas que agora eu morro feliz, por corajosamente morrer de amor.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

...Bela...

Uma bela canção, que me fala ao coração o que eu queria ter dito, encontrei você e mais além da vontade de não correr, a vontade de você me encontrar. Beijar-Flor voar, meu jardim te ter, os sonhos que não vão envelhecer nem ao menos te esquecer. O perfume da uma flor alegre, daquelas flores de primavera colorida, tarde neon, vitrola um simples som, bonitos tilin tin tons, bandolins, gotas na água de cristal, tin tons.
Vermelho buquê de rosas, cabelos compridos brilho de ser feliz, sorriso de longe tão perto, não era amor, uma simples canção pra te dizer a beleza de ser, não eram paixão as palavras rezando baixo sua curvas e seu jeito de olhar. Não se mexer, Beija-Flor no ar, enfim verão, tardou o fim da dor, de não ter por quem parar, de não ter atenção à prestar por nada merecer mais que um momento, não valer o que custar. 
Ganhei reparando mais, que um mistério havia em não te querer, a certeza de não tentar me envolver por saber que o rio não ia parar. A água que correr, agora já não importa mais, como se morrer fosse desaguar. Ah, deixa pra trás, as dúvidas de permancer e me deixar levar, na alta maré do entardecer. Quem fingiu que também não estava alí, fui eu. Mas deixa pra trás, deixa passar, se apagar-se não vai, esquecer não se quer, não sentir o que senti não dá mais, deixa ser. Deixa ir, seguir rio ao mar, encanto tal qual o sol a se pôr, o momento do seu beijo, de sentir seu desejo. Tempo a gente tem, foi o que ganhei, não esperando te encontrar, custe o que custar, guardar cada detalhe, como bela canção escrita pra te lembrar, me lembrar de você, nos sublimar.


...belo é o que há por trás de olhos, belo é o que é descrito sem palavras, é o que você faz com suas mãos com o que está entre elas...


domingo, 16 de agosto de 2009

Estranho

Eu não tô legal. Alguém me ajuda por favor?
Me ajuda a entender por que está tudo tão estranho, eu não entendo mais. Não quero fingir quem eu sou, nunca soube fazer isso, mas se eu mostrar tudo que está aqui dentro agora, todos vão se assustar. Sou outra, lembra da Isi sentimental? Ela foi pro Haiti e resolveu não voltar. Eu me sinto vazia, cheia de idéias, cheia de conceitos, cheia de tanta ideologia, de tanta teologia, de tanta pscologia, de tanta coisa inútil. Me tornei fria.
Não sou mais capaz de amar será? Uma pessoa que me faz os olhos brilharem de repente perde a graça, de repente me magoa e eu me canso da mesmisse dos sentimentos de hoje.
Cheguei num ponto que me cobro tanto e me tornei tão exigente com o meu coração, que não sei mais ser natural, ser apaixonada, ser viva, me contradigo completamente, pois até dias atrás eu falava sobre intensidade e não saber viver pela metade. Talvez eu não me contradiga tanto assim, por que não estou pela metade, estou totalmente desiludida.
Cansei tanto de procurar o amor, mas cansei tanto... Cansaço é uma palavra que anda perseguindo minha vida há uns dias e olha sinceramente, não gosto de nada disso. Não gosto de ser assim, mas nem ao menos estou forçando uma situação, eu simplesmente abandonei o barco por que perdi a vontade de remar. Perdi, e não a encontro mais.
Me deixa por um tempo, sozinha. Acho que preciso estar mais comigo, em contato com quem eu sou, por que aqui dentro dói muita coisa. Tenho lembranças tão rudes de um passado que me fez amadurecer e muito, porém me marcou a ponto de eu ter traumas do amor.
Eu queria que alguém entrasse em minha vida, pra virar tudo de ponta cabeça e me tirar dessa chateação toda. É fase? Ah, espero que seja, não quero ficar asim pra sempre. Eu era mais feliz quando via todo mundo lindo e bom, quando todos os corações eram coloridos pra mim.
Quando todos me enganavam e eu sofria por me decepcionar, mas pelo menos eu tinha alma. Espero pelo dia em que eu vou encontrar denovo arco-íris em todas as chuvas que eu ver. Meu coração ainda vai voltar a ser bobo e ingênuo, talvez seja melhor não me decepcionar com tanta facilidade, mas não sei viver tanto tempo sem a intensidade do amor, sem a beleza da paixão.

Sinto saudades, de mim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Intensidade

Você é capaz de tomar um sorvete quente?
Você gosta de tomar café gelado?
Se é pra nadar que o sol esteja muito colorido, não?
E se é pra passar o fim de semana em casa por que está doente, então que o tempo colabore e fique bem chuvoso e com cara de tarde de filme.
Ninguém compra uma calça pela metade, nem come arroz duro ou sem estar temperado.
Ainda não conheci ninguém que gostasse de fogo que não queimasse, nem de água que não molhasse.
E é por que as coisas não são pela metade. Se nada é pela metade, como é possível quase viver ou quase morrer?
Quase sentir ou quase não ter. Quase é algo que tem apenas essa explicação: demonstrar algo que ainda não chegou lá, mas que tem que chegar.
Nada acaba sem ter terminado, nem chega no meio sem ter começado.
Eu não sou capaz de viver meus sentimentos pela metade, não sou capaz de me precaver pra não me envolver, de estar e não desejar, de olhar e não sugar a alma.
Preciso do louco, preciso do incoerente, preciso sentir, preciso tocar, tenho a necessidade de viver décadas em dias, de fazer textos em minutos, de me expressar em livros, de ganhar pessoas por um todo e se não for assim não me satisfaço por completo.
Nunca gostei de ter alguém quase que por inteiro ou quase não ter nada. Quero tudo. Ou nada. 8 ou 80. Danem-se os clichês, de quem fala da minha impulsividade, dos horóscopos que criticam as escorpianinas por serem assim, eu sempre fui conhecida por não passar vontade e não tenho do que reclamar.
Deito na cama sem ter perdido tempo, fecho meus olhos agradecendo por ter coragem e sei que poderia morrer agora por que tudo que fiz foi viver, se a vida é isso fiz jus ao que me deixaram fazer.
Queria apenas entender qual é a graça de não deixar sentir. Qual o prêmio de quem não deixa o sentimento tomar conta e consegue não se envolver com alguém. É uma vitória sair ileso da alegria? Ou é uma derrota sair machucado pela decepção? Decepção é uma palavra natural na minha vida e eu convivo bem melhor com ela do que com a palavra QUASE.
Fui, vi, sofri, vivi, senti, chorei, me machuquei, me decepcionei, me joguei no chão, me acabei, dormi, esqueci, xinguei, mas não virei as costas.
Não ignorei, não menosprezei, não deixei passar, não me arrependi.
E depois? Me levantei, lavei o rosto, passei maquiagem, fui cantar, dancei, me apaixonei, conheci, senti denovo, vivi denovo, abracei, beijei, fiz sexo, fiz amor, fiz as cores no meu céu, pintei um quadro da minha vida e sorri.
Não há nada nesse mundo que não passe e não mude. Não há nada nesse universo que seja insubstituível, não há ninguém nessa vida que seja tão bom assim, nem tão mal. Mas existem pessoas intensas, que resolveram viver custe o que custar e que não tem medo de assumir que dentro tem um coração, pulsante, errante, transparente, quente, vivo.
Não espere do meu olhar algo razo, eu quero ver seus ancestrais em seus olhos, decifrar todos os seus mistérios e suas glórias, suas falhas, suas vitórias. Quedo dissecar a alma, chegar no âmago de todas as suas palavras, entrar em sua mente de uma forma que você nunca vai me esquecer. Entrar eu seu coração de uma forma que você vá me odiar mortalmente ou me amar loucamente.
Não sou mais ou menos, não sou metade, não sou morna.
Não espere de mim algo que eu possa fazer melhor. Surpreenderei.
Não me diga como as coisas são. Eu encontrarei outras formas.
Não me mostre o que você tem, se orgulhando. Eu vou menosprezar seus poderes te mostrando o real valor da vida, por que eu sei que há muito mais além do seu carro. Existem pés descalços! Existe mato, terra, natureza. Existe mais além do que suas roupas de marca. Existe corpo, pele, nudez, toque, sensações. Existe mais além do que seus métodos. Existe inovação, existem surpresas, o inesperado, o misterioso, o interessante.
Não me venha com futilidades e sentimentos mesquinhos. Quero e tenho muito mais a oferecer.
Mas me diga como fazer. Por que procurei nessa vida todas as formas e quero quantas mais eu puder aprender, quero saber todos os caminhos, conhecer tudo profundamente, sentir tudo centímetro por centímetro na minha pele, por que uma única coisa de tudo isso não muda: quero a cada piscar de olhos, viver.