segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Jet Lag

Estas palavras são sobre se apaixonar, como muitas outras palavras são ... Às vezes, eu acho, que até demais!

Eu passei a vida procurando por este amor, onde eu podería falar
sobre esse conto de fadas, sobre como ele é perfeito. Como tudo está bem.
Quando você se apaixona sua vida fica brilhante. É assim que deve ser.
Eu não sei, eu tive momentos em que me senti doente, onde não podia respirar, todo tempo ansiosa e já não vivia mais a verdade de quem eu era. Você começa com aquelas borboletas no estômago, que se tornam aperto no peito e com o tempo lágrimas.
Às vezes o amor é talvez um pouco desconfortável e nos dizem que esse é o verdadeiro amor, certo?

Hmm ... Eu tenho certeza que não!
Ninguém sabe o que é amar, como nós ... eles apenas adivinham !

 

Jet Lag
 
Little angels
Whisper softly
While my heart melts
For you and I'll see
Only sunshine
Only moonlight
For the first time its real

And the higher you take me
The more that you make me
Feel so hazy
Tell me what this means
 
How the time flies
When you're near me
Get those butterflies
Inside and I'll be
Where the stars shine
Where the birds fly
'Till the next time you're mine

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Só.

Ela imaginava a vida lá pelos 40. Não aquela coisa com meta, como devia ser, mas se via no futuro como quem se via num espelho. Nessas noites solitárias de São Paulo, andava por seus pensamentos com um copo de vinho na mão, alguma coisa pra rabiscar e talvez um nome que emoldurava todo seu rosto: escritora, cantora, empresária...ou qualquer dessas profissões onde uma mulher bem sucedida, acaba se tornando uma pessoa sozinha. Ela associava tudo à solidão. Lá no fundo, deve ser esse mesmo seu maior medo, o de ser rejeitada, ou talvez enloquecer com esse monte de pensamentos irracionais sem nunca ser compreendida. Essa menina, tinha ainda nos pés chinelos coloridos; tinha em seu jeito doçura e malandragem; cantava como um pássaro em sua primeira primavera, mas seus olhos estavam ficando vazios. Quantas pessoas no mundo pensariam como ela? Quantos seres humanos, homens, mulheres, ainda tem o desejo pela cumplicidade, pela amizade, pelo companheirismo? Quantas pessoas ainda restam nesse mundo, que não se converteram ao individualismo, ao egoismo ou trocaram um momento de intimidade, risadas e amor com alguém, por coisas e situações que aos olhos do mundo hoje, é mais importante? Quantas pessoas ainda tem sensibilidade? Quantas podem olhar no fundo dos olhos de alguém que está angustiado ou só, e podem realmente ver aquela luz se apagando? As esperanças dela se acabavam, quanto mais acreditava e se frustava, mais ela desistia de tentar... Talvez, essa menina que não tinha visto a vida além dos 40, já houvesse visto demais até seus 20 e poucos e já pudesse ver o rumo que o sentimento do mundo tomou. É ruim andar de mãos dadas sozinho, é difícil amar por alguém e o pior de tudo, que decreta o ponto final de qualquer esperança é tentar viver numa solidão à dois. Se é pra ser solitário, viver por um só faz do sofrimento coisa bem menor...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

um dia a gente cansa.

Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

grito ao feminismo.

Eu tô de saco cheio de conformismo. É tanta gente me dizendo: "é assim mesmo", "isso não muda", "não adianta querer relutar". O quê??? Tô falando dos homens e dos relacionamentos em si. Sou totalmente contra o machismo e tenho sentido na pele esse tal machismo, vindo até mesmo de mulheres. Eu que tô prestes a ir morar com meu namorado, levo pelo menos uns dois sermões por semana de alguém me dizendo que agora eu tenho muitas responsabilidades pra assumir, que tenho casa pra limpar, comida pra fazer, finanças pra me preocupar o bem estar e mordomia pelo qual "tenho" que zelar, para meu "maridinho". Pode parar por aí. Não foi pra isso que eu vim ao mundo, te juro. Eu não sou uma dona de casa, sem prioridades e sem vida pessoal, como nos anos 40 onde as mulheres eram totalmente submissas e dedicadas aos afazeres do lar e ao marido. Tenho 20 e poucos anos, muito o que estudar, muito o que conquistar e muito mundo pra viajar. Não anda um pouco surreal esse conceito que muitas mulheres e homens ainda tem desse formato de acordo matrimonial? A gente tem vida, personalidade, a mulherada tem mais o que fazer, tem amigas, tem compromissos, tem negócio, tem carreira, tem desejos de sucesso, assim como o homem. Não é a luta pela igualdade entende? É a luta pra que esse discurso antigo e machista pare de ser considerado. Quero ver ter homem pra acordar cedo pra trabalhar, cuidar de filho, casa, esposa, comida e ainda ter que estar cheiroso e sempre disposto pra quando sua mulher quiser uma "rapidinha". Não tem. E por que eles acham que a gente tem que se enquadrar nesses moldes? Acorda gente. A vida de hoje, com a correria de hoje, requer apoio, companheirismo e respeito mútuo entre um casal,quem não estiver preparado pra ajudar e apoiar, é melhor escolher vive sozinho, por que pensar assim e pesar na vida de quem já tem trocentas responsabilidades e preocupações, é sacanagem.

domingo, 22 de julho de 2012

Caiolando

Há alguns dias, Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus -, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer - eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Caio Foda Abreu

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

zona sul, sampa, terra, vênus.

Eu chego em três horas. Eu arrumei o cabelo pra chegar linda, mas o calor estragou tudo. Fiz a unha, mais as malas já borraram o vermelho gabriela que eu pincelei. Pincei a sombrancelha. Pincelei e pincei. Pensei em desistir, pensei em chegar logo. Desesperei. Já me enchi de perfume, perfume caro, daqueles com cheiro de paixão, que é pra deixar lembrança. Vou retocar no aeroporto pra garantir. Já enchi minha boca de todas as palavras mais descoladas e sedutoras do mundo pra te conquistar e tô quase as engolindo pra passar essa dor de barriga de nervoso.
Eu não tô pronta. Não tô pronta pra te ver e te dizer isso que pensei durante esses meses aqui. Quanto eu queria naquelas noite laranjas da bahia, dividir meu encantamento infantil pela lua, com você. Quanto eu queria te ouvir falar aquelas palavras bonitas, me olhar de dar calafrios, como quem vai sugar a alma pelos olhos e entender, como num passe da mágica, tudo. Entender tudo que eu nunca nem disse e nem precisaria dizer. Sou um mistério? Sim. Mas não pra você. Você me lia e me lê até hoje. Cada coisa que eu escrevo eu sei que você sabe que são pra você. Eu sei que você me responde, por que era de você que teria que vir a resposta.
E eu não estou pronta. Pra te contar nada que eu pensei. Tudo isso, parece muito, muito, muito e a palavra muito fica feia aqui. Pensei muito, senti muito. Mas o que temos, sem palavras que definam, nem arestas que dimensionem, não é muito, nem pouco. Nem sei se é. Abstrato. Mas eu ia gostar de estar com você, por aí de mãos dadas. Ia gostar mesmo, seu cheiro no cangote me fazendo cócegas. Eu ia gostar.
Mas não estou pronta. Não consigo comer. Tô quase pra desmaiar, por que além do tudo e do mais ainda está um calor absurdo. E eu não sei lidar com isso, só sei lidar com meu caderno, cheio de sonhos grafites. Mentira! Nem com ele eu seimlidar tão bem assim, vez ou outra eu rasgo umas idéias sonhadoras demais e as substituo por colagens de revista de gastronomia.
Faltam agora, talvez umas duas horas e meia. E quando você aparecer na recepção do desembarque, com sua cara de homem, sua voz de homem, seu jeito de homem seguro, bonito e confiante, eu vou ter vontade de te pedir que volte de onde veio e que espere mais cem anos. Eu queria me preparar mais, deixar tudo redondinho, certinho, na ponta da língua pra ser dito. Queria estar linda, de cabelo esvoaçante, vestido florido, cheirando flores dos campos da Índia, mas não. Estou de pretinho básico, suada, com olheiras de panda, cara de nervosismo e a unha que era vemelha...eu já roí.
Não deu tempo de eu virar mulher.
Eu vou ter vontade de pedir que você me carregue no colo, me coloque no fusca e me leve até a casa da minha mãe e me entregue pra ela. Eu queria tomar água com açúcar na casa da minha mãe.
Escrevo isso e choro. Porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se não acabar morro. Porque sempre levo um susto quando te vejo e me pergunto como é que fiquei todos esses meses sem te ver. Porque você me entedia e dai eu desvio o rosto um segundo e já não aguento de saudade. E descubro que não é tédio mas sim cansaço porque gostar assim é maratona no sol e sem água. E ainda assim, é a única sombra e água fresca que existe. A gente não tem fim. Não teve começo, não tem meio - quanto mais fim. A gente é isso aí que é.
Agora é menos de menos de uma hora que falta pra falta acabar. Preciso terminar esse texto. Mas eu tenho medo, sobretudo, de terminar esse texto. Sobre o que eu vou escrever se você for melhor do que esperar por você?

.