sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mais uma carta

Essa carta é certamente pra te falar tudo o que eu queria ter dito e não pude. Talvez você leia e se ler, acho que vai olhar com olhos menos magoados pra mim depois disso.
Queria te dizer pela centésima vez, que eu te quis sim. Te dizer que eu não queria que nada disso fosse assim, que por mim tudo já seria tão bom quanto eu sonhava que fosse, desde o começo.
Foi tão pouco, tudo que aconteceu e deixou tantas marcas em mim, numa intensidade totalmente diferente do que a que você viveu. Não estivemos na mesma sintonia, por mais que houvessem acasos e coincidências que nos levassem à crer nela.
Meus sonhos não se tornaram reais, talvez não baste mesmo dormir sorrindo e acordar sonhando. Sonhar o dia todo, ver tudo blue e brilhante no céu, não significa um futuro tão certo quanto a gente acha que poderá ser.
Sabe? Eu fiz alguns planos, escrevi cartas, músicas, sonhei algumas noites e dias com uma felicidade que mal senti. E ela não existe, não existiu na realidade. Só nos sonhos. E o que existe somos nós, apenas nós, nossos medos e pensamentos.
O que eu fiz, as atitudes que eu tomei, foram só pra antecipar o que já era óbvio, finais, lágrimas e mais tristeza. A gente sabe bem que nada disso iria pra frente, por mais que seja lindo o quanto nos gostamos, só que eu sou inconstante e descobri que você talvez seja mais que eu. Onde isso ia parar? Beijos, ficadas, algumas noites, ou tardes, alimentando um gostar que podia ficar imenso. Te quero tanto quanto você possa imaginar, até mais do que achei que eu podia querer alguém. Mas agora não dá mais. Assim não dá. Talvez isso fique pra sempre no coração, mas prefiro que fique esse querer bem e essa eternidade do que venha um fim pior pra nós.
E não vou falar de amor, não vou falar por que eu não conhecia seus defeitos pra saber se eu te amava, você era perfeito pra mim, a não ser pelo detalhe, pelo simples detalhe de viver esse sentimentos mais poéticamente do que humanamente. Assim como eu. E era mais bonito isso, de fato era, que ilusão bonita pensar que eramos como música ou que nosso querer era poesia.
Não quero mais chorar e ficar insegura, não sou assim e isso me faz mal. Estou certa do que fiz, por mais que doa em mim ou em você, por mais que fira seu orgulho como certamente feriu ou meu coração como de fato foi. Mas foi agora, bem antes que tudo pudesse ser pior. Só por favor entenda, seu carinho, sua amizade sempre foram o que eu quis, seus beijos e seus abraços também, mas quero mais à mim, do que aos riscos que já corri por esse querer. Nunca quis brincar com você, nem joguei, mesmo quando parecia que eu o estava fazendo. Eu só cuidei de mim. E cuidei mal por que não consegui não me envolver.
Eu não quis viver na corda bamba, meu coração não está mais disposto à se aventurar com histórias lindas que não tem pé nem cabeça. Talvez até esteja, mas não foi assim com essa história, você não foi amor de verão, ou um platonismo qualquer. Era realmente o que eu queria e em quem eu queria. Platonicamente falando e ridiculamente me contradizendo.
Desde o começo, eu sabia que nada disso era certo. Eu sabia bem que eu ia me machucar e que devia por um ponto e não uma vírgula no dia que foi preciso.
Tinha o "ela", tinha seu coração, tinha meu coração, tinha o "nós" e tinha o "vocês". E eu tava afim de ficar sozinha, ia deixar isso correr como deveria, mas você foi chegando tão sem me alardar que quando vi estava sentado ao meu lado colocando a mão na minha fatia do bolo.
Se você soubesse quanto dói.
Eu queria que você entendesse, juro que eu queria, que você pudesse olhar pra tudo isso e mudar de atitude, mudar o ponto de vista, a perspectiva das coisas, mas você não vai e eu respeito. Talvez nem queira mesmo ler meia palavra do que uma dia eu possa querer dizer. Continue assim por quanto tempo achar necessário e sem em algum deles você sentir minha falta e se a minha amizade importar, a melhor amizade do mundo eu vou poder te oferecer. Mas, mais do que isso, não quero. Quero, a verdade é que eu quero, mas não consigo me permitir.
Me faltam formas de expressar o quão confusa estou por arrancar meu coração e o quão segura estou por me devolver a paz.
Te quis ao meu lado sim, vai dizer que você não sabe?
Só que chegou a hora de desligar nossa poesia dos respectivos personagens, chegou a hora de cada um dos autores ir pelo seu rumo certo e escrever os contos que vão expressar melhor nossa forma de amar.
Aqui, eu vou deixando o caminho livre pro amor, talvez um dia seja você, se for realmente aquele tal destino; se não for, quero tirar tudo que sobrou de sentimento pra poder amar um outro alguém que queira meu amor.
Eu ainda tenho esperanças que luto pra não ter, tenho vontades que rezo pra não sentir, tenho um sentimento que eu espero esquecer e eu disse "não" e botei o tal do ponto final, porque hoje é melhor estar só, do que querer por nós dois.



Beijos, com amor, muito amor...



Pequena.

Carta pra você

Pra mim sempre foi fácil fingir que tudo ia passar, mas minha arte de persuasão sempre foi tão grande, que dessa vez até acreditei no que eu fingi, até eu mesma acreditei em mim.
Isso aqui é uma carta pra você e eu sei que você vai ler, por que sei do nosso futuro e sei que o fim de tudo isso é ainda estarmos juntos, só que não é agora. Ah, meu coração tem tanta certeza disso, quando 2 + 2 = 4, e digo mais, estou tão certa quanto a própria loucura do mundo.
Fingi que não te quero.
Fingi que posso ficar sem você e no fim, vi que eu posso. Fiquei, estou sem você e estou bem. Estou feliz, como se nada tivesse acontecido e nem te deixei saber o quanto você foi importante pra mim.
E foi.
Tão importante quanto possa imaginar. Será que você sabe que é pra você essa carta? Ela está escrita num papel também, por que um dia eu vou te entregar, vou ter que te entregar, com seu nome num envelope e um coraçãozinho, pra dizer que um dia escrevi uma carta pra você. Um dia quando não estávamos juntos, mas eu sabia que estaríamos.
São suas belas palavras, acho que são elas que me fazem querer escrever e estou sendo clara, tão clara quanto ultimamente não tenho sido.
Sabe? O mais difícil é entender que agora não é a hora e é estranhamente sensato saber disso. Eu não consigo chorar, não sei se é por que não quero ou por que não tenho motivo pra isso, queria chorar rios de lágrimas, bem dramaticamente, borrando rímel, batom e toda arte que estiver na minha cara, quase que como virar um monstrinho, queria virar monstrinho, é! Eu queria virar um monstrinho, ficar com o nariz vermelho, com dor de cabeça de tanto chorar, mas o pior é que não vou.
E nem ligo pra isso também. AH! Vou deixar pra trás essas besteiras de gente fraca. Por que bom mesmo é ser forte como eu, que agüento tudo quieta, sofro por dentro, não falo pra ninguém, vou me corroendo, me entristecendo, me magoando, me enfraquecendo e volto à ser fraca. De que adianta então? Nem sei como agir. Só espero.
Espero por que o tarot, a astrologia, as runas, a numerologia, os astros, as músicas, os livros, tudo me mandou esperar. Tudo me disse que você é "O" tal. E eu nem perguntei, nem queria saber, sabe?
Eu não gosto de coisas de sorte e azar, daí, nem perguntar eu queria, vai que eles dizem que era pra eu estar com você... e disseram. Mas não procurei saber, veio assim, como o que o vento trás.
Como eu gosto de você... Se você soubesse. Mas agora você não merece esse amor, te amo de graça, por que eu sei que vou te amar hora ou outra, então antecipo pra já ir treinando.
E me faça feliz, por favor me faça feliz um dia, tô escrevendo essa carta pra você agora, pra fingir que eu posso falar com você sobre isso. Meu horóscopo mandou eu resolver coisas com o meu amor e estou fazendo isso. Mas não posso te dizer nada, não posso te ligar e convocar um jantar pra discutirmos uma relação que não existe. Então deixa pra quando ela existir, deixa eu desabafar agora pra reclamar menos depois.
Deixa eu dar paz pro meu coração, agora, deixa ele ficar feliz, deixa. É hora de pensar em outras coisas, por exemplo, em como terminar essa carta.
Vou terminar dizendo que, eu te amei desde a primeira vez que te vi, por que meu coração sabia quem era você, ele sabia que era você e sabia que pra sempre vai te querer desde então.
E não tem problema nisso, por que a distância que havia entre minha cabeça e meu coração, diminuiu, eles entraram em acordo e agora tá tudo bem. Eles vão se ajudar, ficar calmos sem brigas e outras pessoas vão aparecer, acho que ainda alguns sorrisos vão me encantar, mas o fundo do coração, aquele cantinho, eu acho que vou deixar aqui pra você.
Talvez não. Uma hora talvez eu queira seguir outro rumo, mas hoje, eu tô falando que vai ser assim. O dia que eu mudar de opinião eu escrevo outra carta, anulando essa. E te entrego as duas, pra você saber como as coisas mudaram, que estou amando outro alguém e que não dá mais pra esperar por você. Mas enquanto isso, ficamos assim. Espero poder te beijar quando eu te entregar isso.
Ao menos, te beijar.


Te amo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Novos ares

Pensei poder voar e o pior, pensei agora já ter asas capazes de me levar onde eu podia ir, mas elas não eram capazes. Eram fraquinhas e não estavam bem formadas ainda, pra levantar esse vôo alto demais.
Agora estou me vendo tal qual um passarinho ferido, que se jogou de um precipício pra planar e deu com o corpo todo no chão.
Isso dói, como se o corpo não fosse agüentar, como se o coração fosse explodir com cada batida.
Tem coisa que é absurda, que não entra na cabeça na hora necessária e quando entra é tarde demais pra mandar o recado pro coração. Os impulsos, a emoção, são liderados com tanta inconseqüência que quem sofre com o que vem logo após, nem culpa tem pra merecer sofrer. Pobre coração.
Pobre coração que acredita tão bobo em sonhos lindos, em céus azuis e campo limpo, próprio pra voar achando não correr nenhum risco.
Passarinho algum está livre de acidentes, passarinho algum está livre de quedas, passarinho algum está livre do amor.
Passarinho que queria só um ninho e sua liberdade, um ninho pra voltar, liberdade pra voar e nada mais tem. Nem ninho, nem liberdade. O ninho foi destruído pelo medo a liberdade caçada pela saudade.
Um dia a gente vai aprender a enxergar os momentos da vida, vai aprender que há mais coisas além do céu bonito, tem o vento, tem as tempestades, mesmo a chuva fraca, ou o sol em excesso, e temos que aprender a lidar com tudo isso, pra sermos capazes de voar.
Como se voar, fosse tão simples e ensinado em doses homeopáticas. Não, não é... É bem mais doloroso que isso, mais crítico, mas não impossível.
Acho que agora, que vi o tamanho, a capacidade e o poder das minhas asas, agora que vi quanto meu coração é capaz de agüentar, que vi quanto eu posso sofrer por não tomar decisões corretas talvez eu queira voar mais perto, voar mais baixo, ser passarinho mais contido... ou não.
Talvez, pensando bem, tantas vezes que eu caí, tantas vezes que meu coração se partiu que eu posso nem ter mais nada à perder, passarinho pequeno eu já fui, asas fracas eu já tive, ninho eu já perdi, liberdade eu deixei com a saudade, mas saudade é coisa que a gente pode trocar e ter de volta a coragem de uma águia, de ganhar os céus denovo, voar alto, voar atrás do alvo.
Cheguei à conclusão de que eu nasci pra ser águia mesmo. Medo dá, coragem às vezes falta, mas águia que é águia, nasceu pra ganhar o céu, nasceu pra ir longe, então se não há mais o que me prenda, se até mesmo a saudade eu estou deixando agora é hora de novos horizontes, outros ares. Quero ver o sol em outros lugares e me molhar com a chuva em outras terras, talvez por lá eu encontre um lugar com cara de casa, um alguém com cara de família, um sentimento com cara de amor, uma sensação com cara de eterna.

É na falta que vivo

Foco no lugar vazio da mesa. A pessoa que não veio. Pior ainda: a que não existe. É ali que fico, sempre, apaixonada, doendo, esperando. Meu amor é a cadeira com pé quebrado que tiraram do salão antes que alguém se machucasse. Então me recuso a sentar em outras e vivo entre o cansaço e o medo de cair de mim mesma.
Eu funciono assim, não sei se você já percebeu. Consigo não te amar, e isso significa passar ótimos dias em paz, quando te trato bem, quando te amo. O que sobra em mim, o que eu guardo no peito, é sempre o negativo do que expeli para o mundo. Por isso o e-mail, carinhoso, um jeito de te expulsar mais uma vez, porque é só isso que sei fazer quando o assunto é sentir além de mim. E quando te trato mal, são dias te amando aqui, nos espaços vazios que você jamais preencheria e que são absolutamente você. O mundo todo que não tem você é ainda mais você. E assim me relaciono. Com o risco de giz branco em torno do corpo que já foi levado do chão. Sempre me apaixono depois que acaba a paixão. Sempre namoro quando acaba o namoro. Só assim sei amar. E então te carrego no peito e em tudo, ao ir sozinha ou mal acompanhada ao cinema. E então janto com você e como bem e até bebo. E passamos sem perceber uma vida inteira. Só porque agora você se foi, é que sinto que você chegou de verdade. E assim namoramos tão bem e sou tão agradável. E é com você que vou até a esquina e o fim do mundo, porque posso tudo agora. Agora que não posso nada.
É sempre na falta que vivo. É sempre em cima da altura que não tenho que olho o mundo. E das coisas que eu não sei que falo melhor. E dos sentimentos que eu não poderia sentir que me abasteço pra ser alguma coisa além do que me faz mais uma. E da incapacidade de ser mais uma que me agarro, pra poder participar de algo e esquecer como é maluco tudo isso. É na alegria extremada que sinto o tamanho do sofrimento que posso aturar.
É a loucura que sai antes quando preciso rapidamente ser normal. É porrada que dou quando a mão vai rápida para um carinho urgente. É de onde não se pode estar que tenho saudades. É para o lugar do qual fugi que vou quando corro. É no lugar insuportável que fico quando descanso de algo que não aguentei. É na falta que vivo.
O tempo todo sendo a mulher pra você que nem você quer. O tempo todo sendo a mulher que você não vê mais e só por isso, agora, te vejo o tempo todo. É te amando tão infinitamente que me liberto de gostar pelo menos um pouco de você.
Quando preciso de açúcar sinto ânsia só de ver doce. E na hora de ir embora, ganho o viço e a frescura de algo novo. Não lido bem com a fome, pois ela me sacia, me enche, de algo que me faz além do bicho. É do meu auge que caio feio. Na paz de fechar um arquivo que volto a pensar na página em branco e em tudo que não sou capaz. No fundo do gostosinho da alma mora o que dispara meu incômodo mais terrível.
Você reclamava que eu não dizia seu nome e isso era só porque eu o estava dizendo o tempo todo. Meu cérebro martelava o som das suas referências e imprimia tanto você que eu precisava falar de mim daquele jeito pra tentar existir além do que eu me tornava. Você era tudo quando reclamava que eu andava estranha ao telefone, sem dar importância. Quando eu não parecia te ouvir, eu estava ouvindo suas milhares de vozes e tentando dar conta de gostar de tanta gente diferente que era gostar de você.
E se não tem ninguém pra chegar é aí que verdadeiramente espero. E se não tem ninguém pra me tocar, sinto tesão em encostar no ar. Você não está e me olha como nunca. Você merecia ser amado assim, do jeito que acaba pra começar. Uma covardia só pra quem aguenta firme. Sempre no oco me preencho tanto que explodo. É no nada que está tudo aqui. E quando me perguntam de onde vem essa pressa, esse desespero, essa corrida, o sopro no coração, essa ânsia, a força, essa agressividade. De onde vem? Eu digo que vem de uma preguiça enorme. E tantas artimanhas e rezas bravas para permanecer? É só o mais completo desejo em acabar logo com tudo isso. Que tanto eu quero porque estou sempre pedindo socorro? Nada. E principalmente: nunca. E morrer de novo como faço todas as vezes que me sinto viva demais. E vai começar tudo de novo só porque acabou. Ponto final é tanta continuação que vira três pontos finais. Eu não aguento mais e nem toquei na vida ainda. Consigo ser vista de verdade só quando as pernas e todo o resto que me move imploram para eu desaparecer.

domingo, 18 de outubro de 2009

Adeus

A parte mais difícil passou
Aceitar que não ia além do final
O final já começou
Nada mais ainda é igual

E eu percebi o que somos nós
Nada mais que dois amores pagãos
Que não sabem viver esse amor
Cansei de enxergar tantos nãos

Então agora vim me despedir
Apenas pra deixar claro que entendi
Que estou indo embora sem pedir
Avisando minha hora de partir

Sinto se não pude fazer mais que isso
Mas meu coração não pode se vender
Me doar já estava muito difícil
E já não quero mais me perder

Então é isso, até nunca mais
É um adeus que talvez seja eterno
Não sei viver assim como você gosta
Não vivo ainda nesse mundo moderno

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Tudo bem sem você

Aqui vai tudo bem sem você
Quando está inverno e eu te procuro
Fica frio e escuro
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você

Aqui vai tudo bem sem você
Quando é primavera e as flores cheirosas
Chegam em buquês que não são seus
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você

Aqui vai sim, tudo muito bem sem você
Quando é outono e fica tudo cinza
E não te abraço com moleton
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você

Aqui vai tudo bem sem você
Mesmo no verão, quando as noites me faltam você
E as paredes desse quarto parecem sem sentido
Mas o que você acha?
Eu fico bem sem você

Nada vem, nada que signifique algo
Só algo que significa nada
Exceto a sua ausência por toda parte
E esse silêncio que me lembra nós

Nada que te signifique
Nada que te substitua
Um nada que preenche meus braços
Então nada mais me deixa te esquecer

Meu amor, Meu amigo

Desde que te conheci
Não me lembro de outro alguém
Só seu nome faz sentido
Só seu sorrio me convém

Eu tenho um coração
Que sabe quando tem razão
Que sabe quando ruma a hora
De tomar uma decisão

E é você quem eu amo
Parece triste desistir de nós
Mas quando a alma sente
A cabeça é quem deve agir à sós


Você, meu amor meu amigo
Quando eu sonho é com você
Você, meu amor meu amigo
Quando escrevo é pra você


A melhor parte de mim somos nós
Cada uma que fui pra você
Todas elas gostei em mim
Todas que quiseram nos querer

Nunca saberemos onde vai o amor
Pra uma foto ou pra um jornal
O nosso vai tirar folga de nós dois
Antes que acabe de forma banal

Uma canção blue

Blue, essa canção é blue
Triste demais talvez
Mas é como soa um blues
Numa noite de embriaguez

Algumas palavras feridas
Em versos de nós dois
Um pouco de dor para relembrar
E sentir tudo que se foi

É uma canção blue
O devaneio do amor
Do grito da minha voz
Do desespero do autor

É o que resta de nós dois
Pra não se esquecer
Sem nada à dizer
Sem nada à dizer

Músicas são como tatuagem
São eternas letras cantadas na pele
É nossa tinta pintando blue
Esperando uma alma que a revele

Dizem que o inferno é melhor
Bem melhor que descrever a dor
Que é coisa mais real
Menos abstrata que o amor

Então vou lá olhar o inferno
Vou lá ver se encontro inspiração
Cigarro, loucura ou bebida
Ou um blue qualquer pra essa canção

Mais uma vez o amor

Disseram que era coisa natural
Fumar cigarros e me embriagar
Passar a noite vendo o claro de nós dois
Uma vez que esqueci de nos amar

E com o áspero dessa história
Aprendi a sempre desconfiar
Quando o destino debocha de nós
Prometendo o que não se pode apalpar

Mas eu li numa pequena frase
Palavras de amor para mim
Dizendo que você não me esqueceu
Que talvez esse não seja nosso fim

Do seu rosto já quase não me lembro mais
De seus braços, dos abraços, seu sorriso
Mal me recordo da felicidade
De pensar estar no paraíso

Mas me disseram que você ainda me ama
Pode ser verdade?
Que você ainda me ama?
Mais uma vez o amor
E você denovo me ama

Quando virei sua inspiração
Você virou o meu amor
E isso é mais que a razão
E eu te amo
Te amo

O amor

O amor é coisa jovem
De passear no parque
Não se preocupar

O amor é coisa nova
A cada vez que acontece
Parece enganar

O amor é coisa de pagão
Por que quem crê
Mal pode amar

Por que o amor é coisa de louco
Abstrato que só ele
Pra atordoar

O amor é coisa pra nós
Que ainda achamos graça
Em ter tudo nas mãos
E de repente só fumaça

Meu vício

Você é minha luxúria
Meu desvio de caminho
Meu vício, minha droga
Meu mal e meu carinho

Você é todo o meu erro
Minha volúpia e libido
Eu te aspiro e desmaio
Te soletro num gemido

Eu gosto do seu gosto
Da minha língua na sua boca
Vem, eu provo que te bebo
Seu amargo me provoca

Meu corpo reclama sua falta
A falta da minha droga mais cara
Eu te quero que vendo a alma
Tanto que o sangue até dispara

Gosto mesmo é de nós
Do nosso jeito de enroscar
Palavras em meias frases
Mentiras pra nos adoçar

Você é minha doença
É minha sagacidade
É minha lembrança
De uma paixão de verdade

Quem sabe viver

Eu conheço os barbudos,
os sem barba e os esquecidos.
Conheço os verdadeiros,
os mentirosos e os vividos.

Conheço os maduros,
inexperientes e os sábios.
Os que falam manso,
os que confundem e os tarados.

E sei bem quais deles fazem minha pernas tremer
Sei bem quais meu corpo gosta de escolher

Eu conheço os famintos,
os que tem sede e os insaciáveis.
Conheço os grosseiros,
os geniosos e os maleáveis.

Eu sei de cada desculpas,
da instabilidade e do tesão.
Sei o caminho da calça,
do cinto e do botão.

E eles todos sabem bem o que meu corpo quer
E sabem bem onde suas mãos devem se perder

O norte e o sul de todos
O amor e ódio de cada um
Sei tudo
Já conheci
Quem diz que não sei viver
Peca por não saber
Tudo que senti
E o quanto me diverti

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bailarina

Eu vim pra cá sozinha
Sem nem saber dançar
Vim eternizar histórias
E ganhar outras pra contar

Deixei um pouco de saudade
E trouxe um pouco pra não faltar
Ouvi falar que nessa cidade
As pessoas não sabem mais amar

Com a pontinha dos pés, devagar
Vim pintando flores no papel
Vim ser a estrela no mar
Vim ser uma estrela com céu

Presta atenção quero contar
Que eu fiz planos pra você
Que passarinho deixou de voar
Bailarina parou de ser blasé

Não resta muito soldadinho
Senão encerramos a conversa
Sabemos o fim do conto
E nos sobra apenas pressa

Saiba que tenho ainda planos
Não dançar mais em caixinha
Não ser boneca de pano
Não ser capricho de menininha

Uma dança pra comemorar
Que essa guerra,você venceu
Romeu conseguiu não amar
Mas Julieta chorou por Romeu

E de prêmio eu me daria
De brinde ia um coração
Roupinha, pose e sapatilha
E o que chamam de paixão

Não quero ser bela e notada
Serei feliz mesmo pequenina
Se eu for pra sempre sua amada
Pra sempre sua bailarina

sábado, 10 de outubro de 2009

Mentiras

São várias luas
Em poucos céus
Com poucas estrelas

Tantas dúvidas
Sem por quês
Só besteiras

Mentiras
Você só me diz mentiras
Mentiras demais
Mentiras

Muitos sorrisos
Esquecidos
Apagados

Seus abraços
Nossos sonhos
Abandonados

Já não sei não te querer

Eu sei que é você
Já nem penso em te perder
Dei certo o passo
Que encontrou meu bem querer

Eu sei que é você
Pois já nem penso em amar
Outro alguém, outro olhar
Não sobra espaço pra sonhar

E foi quando eu te vi
A primeira vez que eu senti
Que eu...

Já não sei não te querer
Já não quero esquecer
Dos beijos, retratos em mim
Te deixei mostrar o azul
A estranha métrica de um blues
De um conto sem fim

Nossas palavras são um nó
De pensamentos quase sós
Que se encontram no jamais
E se reconhecem como iguais

Nossas vontades irreais
De querer sempre o nunca mais
Parei o tempo pra pensar
Em quais mentiras devo usar

Por que o que quero te dizer
É que não sei entender
Por que eu...

Já não sei não te querer
Já não quero esquecer
Dos beijos, retratos em mim
Te deixei mostrar o azul
A estranha métrica de um blues
De um conto sem fim

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Intimidade

Sussurros
O gosto do vinho
Do céu, do mel

Apenas eu
E você
Em mim e nós

Do jeito que me quer
Cada parte do que sou
Soa como mulher
Que tem o que sonhou

Seus cabelos
Cada fio
Cheiro e arrepio

O balanço
Nosso rítimo
Íntimo

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

...Indefinições...

Será que o amor é definível?
Flores foram criadas segundo uma pré-definição de alguém, os pássaros também, como ia funcionar o ódio, a vaidade, também já tinha sido decidido e por que somente o amor, dizem não ser definível?
Eu vejo muito mais além do indefinível do amor, vejo medo de encontrar respostas e verdades dentro de sí, sobre suas frustrações sobre o amor, é o mesmo que ter que enfiar a mão no rio pra pegar algo que caiu lá e achar que não corre risco de acabar sendo mordido por algum bicho de lá de dentro.
Procurar as verdades sobre o amor dentro de você é correr o risco de mexer em um assunto que vai trazer outras lembranças. Acho que é pra poucos a coragem de definir o amor, é pra poucos o caráter de questionar o que outras pessoas já disseram que era verdade. Eu vou mais além; existem poucas pessoas questionáveis verdadeiramente e essa grande maioria que não é, passam a ser sem sombra de dúvidas, as pessoas que não sabem se relacionar.
O amor nada mais é do que o respeito, a inteligência emocional, pra saber até que ponto ir com o coração de alguém, até que ponto levar as esperanças no seu coração. E existe um limite chamado fim, que quando algumas pessoas chegam, não são capazes de enxergar, preferem achar que a esperança resolve tudo e na realidade, só se entregam pra um fim mais doloroso, que chega a ser tão triste, quanto se tivesse terminado naquele momento que deveria.
Agressão, infidelidade, descaso, indiferença, são resultado de um amor mal compreendido, de uma incapacidade intelectual de entender que o fim chegou, de que os limites do amor eram isso e aquilo, pra poder ter parâmetros comparativos pra olhar e pensar: meu amor não é mais isso.
Difícil encontrar em pessoas, a facilidade de se expressar sobre sentimentos, de saber realmente do que está falando, de ter as certezas necessárias pra defender seu sentimento.
Eu ganhei um livro há 3 anos, e havia esquecido ele num canto, incrível como cabia uma vida nesse livro e eu nunca dei bola pra ele, de repente eu o encontrei e em apenas 3 horas ele tinha mudado tudo. Aprendi com ele toda a definição e a indefinição do amor. Todos os meus conceitos e minha reflexões puderam vir à tona e eu pude entender uma vida em segundos. A complexidade das palavras, a forma certa de definir algo, estava tudo alí, entre linhas e letras.
Pra se definir o amor, tem que se prestar atenção nele. Por várias vezes, eu simplesmente deixei de lado e me esquivei de prestar atenção pelo medo de resgatar minhas lembranças, pelo menos de encontrar algo que pudesse ser mais uma vez decepção, só que tem hora, que é bom aprender. Tem hora que é bom arriscar e pular de cabeça nesse mar, com a certeza apenas de que pode haver uma pedra bem ali e você pode se machucar.
Hoje aprendi, que o amor vale o quanto podemos pagar e se as coisas não são pra sempre, se nossas alegrias às vezes são repentinas pelo menos valeu, cada segundo que vivemos a felicidade, cada momento que pudemos fechar os olhos e abrir o coração pra sorrir.