sexta-feira, 16 de abril de 2010

Olhos azuis.

Ele chegou devagar, com passos poucos de distância de mim, me lembro de ter contado. E mesmo longe que fosse, eu teria reparado de qualquer forma os olhos azuis e a boca de chiclete. Uma postura de dureza, de imponência e mistério. E todo aquele charme que foi feito pros meus olhos.
Ele era lindo! E era tão lindo que eu fiquei com medo de me aproximar e aquela beleza toda desaparecer. E quando eu me aproximei, ele era mais bonito ainda! Eram mesmo olhos azuis e o sorriso que me fazia desistir de qualquer imagem de frieza que já tivesse feito dele. Foi alí que tudo começou e não quero esquecer nenhum detalhe. Tantas conversas, tanta afinidade e um coração tão cheio de histórias como o meu. Ele parece ter sido feito, como uma espécie de xerox de mim, tudo nele me lembra à mim, os seus pensamentos me lembram o meu eco, suas palavras lembram todo o meu melhor e o meu pior lado escondido.
E é nessa semelhança que eu me perco, tão boa e tão ruim. Me faz saber o segundo passo e temer a mesma inconstância que eu vivo. Há momentos, como hoje, que simplesmente não consigo esquecer, em nenhuma das 24 horas, frases, conversas, palavras e o jeito que ele me faz carinho. E por que todas essas 24 horas? Por que não existem mais horas no dia, senão seriam mais momentos de devaneios e ansiedade.
Eu andei enganada dentro de mim, em meio às minhas confusões, meus medos e traumas e hoje, hoje à noite mesmo, senti um pouco mais de medo. Novamente o medo.
Me lembro de ter pedido à Deus que não me deixasse perder o controle, mas, ridículo que foi esse pedido, Deus deve ter rido de mim e de propósito mudado o rumo pra ir contra todos os meus planos. Eu prometi não me apaixonar, prometi não querer estar com ele por mais de 3 sorrisos, mas não deu. Sorri com a boca, com os olhos e com a alma. Sorri com todo o corpo e com tudo o mais que tive de ferramenta para sorrir, por que ele me fez feliz. Nesses poucos dias de lembranças que nos demos, nos demos livros e mais livros de histórias pra contar de nós, histórias cômicas, de suspense, de terror, de drama e até de amor. Temos de tudo pra contar, dentro do pouco espaço que restava em nosso coração.
Eu hoje, me sinto perdida, não num labirinto, mas talvez em algo mais dinâmico, como no meio de um tiroteio. Nossas marcas estão virando tatuagem eterna, coisa que não vai dar pra esquecer onde estão, apagar ou olhar sem lembrar o que significou.
Medo, aí vem mais medo, mais angústia e mais ansiedade.
E de tudo isso, que me atormenta e me deixa acordada, sobra apenas a certeza de que em poucos instantes, vou ouvir os passos, vagarosos e com pouca distância e novamente, quando os olhos zuis olharem pros meus, vamos virar um só e não vou mais me lembrar se quer de respirar. Meu coração novamente vai parar, minhas palavras vão sumir e meus medos evaporar, por que tudo em volta some e fica imperceptível, quando eu vejo aquela outra parte, metade de mim, chegando pra me completar e me fazer feliz, mais uma vez.

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