domingo, 18 de julho de 2010

Saber amar.




Ele voltou. Ele voltou como nos velhos tempos, quando nos olhavamos e nos amávamos apenas por palavras. Faziamos romance, sexo e carnaval em frases e mudávamos o sentido das pequenas e grandes coisas num piscar de olhos, apenas por que juntos queríamos que fosse assim.
Ele voltou, mas não voltou o mesmo. Teve um que amei um amor errado, que me deixou louca, contraditória, perdida. Por esse eu me apaixonei como nunca antes tinha me apaixonado e esse mesmo, me fez desistir da paixão. O que voltou agora, não trouxe a paixão que eu já senti, trouxe de volta o sentido de querer bem, trouxe o amor, o amor pra se amar de olhos fechados com sorriso no rosto. Pra amar de mãos dadas, sem roupa, num beijo, abraço ou lembrança. Pra amar na saudade e continuar sendo feliz, pra sentir a falta e continuar a sorrir, pra mostrar o amor e não o negar no olhar.
Pra esse, eu acabo de abrir a porta. Abrir a janela, estender o tapete, colher lichias e jabuticabas, enfeitar a casa com girassóis e perder as chaves do meu coração. O lugar era dele, o cantinho colorido já tinha suas medidas desde antes de sabermos que nós estaríamos um no caminho do outro e agora, ele chegou, voltou, entrou, seja o que for. Agora sei que foi por ele que em todo esse tempo neguei sentir mais do que dois dias de carinho por outro alguém. Agora sei, qual é o olho castanho, o cabelo cacheado, o homem do signo de touro que cabia certinho no meu espaço, sei quem é aquele por quem eu sempre esperei. Agora sei quem pode ser aquele que veio pra fazer história comigo, pra ficar ao meu lado até que as rugas cheguem. E somos nós, que vamos sentar juntos na varanda, abraçados, cabeça nos ombros e vamos nos lembrar de como desde o primeiro momento, soubemos nos amar.

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