sexta-feira, 30 de julho de 2010

Contrário.

Saudade é coisa estranha. Coisa que confunde a gente e às vezes na confusão até nos liberta. Comecei me perguntando se eu iria aguentar de tanta saudade, se ia ser possível fazer essa semana passar. Passa o mês, mas essa semana, não.
E no meio dessa maldita semana, entre bebedeiras, insônia e insights eu acho que entendi. Entendi que eu nasci mesmo querendo ser livre e querendo não sentir saudade, talvez eu tenha nascido pra deixar lembranças, levar lembranças, contar histórias, mas definitivamente não nasci pra olhar pra trás. Nunca quis sentir falta.
Nasci pra reconhecer erros - eu erro muito - e talvez minha fraqueza diante à decepção me faça fugir. Me faça não me prender a coisa alguma e querer sempre mudar pro novo. Me sinto dona de nada, sinto que não tenho terra, não tenho porto, não tenho ponte, não tenho ponto. Fui feita de tantas marcas, palavras, sonhos, tentativas e recomeços que na realidade fico até perdida com quem eu sou agora. Não sei em qual época eu parei, não sei se parei, nem se tive época. Sinto tudo ao contrário.
Me dá enjoo, nojo, dor de cabeça e frio na barriga.
Talvez eu sinta que chegou a hora de me assumir, de me decidir e entender que minha vida não é um seriado de tv, com temporadas e chances pra recomeçar aos montes. Talvez seja hora de eu construir algo sério, sólido e honesto pra mim mesma e pros que eu amo.
Eu ja me enganei, muito, mas essa chance que partiu de uma saudade, eu sei que pode ter sido a última que a vida me deu, pra eu mostrar que entendi e que tenho que fazer por merecer.

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