Nessa vida eu já passei por muitos ensaios. São 8 anos no meio musical. Colocando meus sentimentos em tudo aquilo que eu queria transparecer quando eu cantava. tocava. e fazia a música falar por mim. São 20 anos tendo uma vida. Colocando meus sentimentos em tudo aquilo que eu queria transparecer quando tomava alguma atitude. quando falava algo à alguém. Eu sou uma pessoa emocional. Minha racionalidade é apenas musical. Sei que sou louca. Mas minha insanidade é inofensiva. E sei também que sou boa com as palavras. preciso apenas aprender a usá-las. De todas as notas que ouvi até hoje. Só escolhi as que traziam alguma sensação ao coração pra serem tocadas. De todas as palavras que eu disse até hoje. Não tão bem quanto as notas. escolhi palavras erradas. que trouxeram sensações ao coração. Algumas sensações tristes. de ira. de desprezo. de meu próprio egoísmo e egocentrismo. Sou uma boa cantora. em aprendizado. Sou uma boa pessoa. Em aprendizado. E nesses ensaios. Desafinei.
Hoje consigo sustentar os tons mais altos. os médios e os mais baixos. Mas tudo foi questão de tempo. Treino. Fôlego. Erros. Correções. Puxões de orelha. Gargantas inflamadas. Paciência. E nos outros ensaios. Desafinei muito também. E hoje. Nesse momento. Estou aprendendo a sustentar a felicidades em seus tons mais altos. e a tristeza em seus tons mais baixos e graves. Passando por treino. Fôlego. Erros. Correções. Puxões de orelha. Olhos inchados. Paciência. E coragem. Os dias tem me mostrado que toda minha ligação com a música traduz minha vida melódicamente. Sou cheia de problemas. De dificuldades. De personalidade instável. e difícil. mas nada disso me fez desistir de querer mudar. E assim como se faz com uma música que não consegue ser agradável aos ouvidos e é modificada. A vida tem feito comigo.
Já cheguei perto do palco da vida. Por várias vezes meu coração quis disparar. Não quero ser Deus. Quero apenas inspiração divina. Pra ser alguém sempre melhor. Me vejo hoje mais madura. Numa fase de alguns meses. Que parece estar passando. Um certo inferno astral. Um momento de cegueira. De surdez. Eu não ouvia mais nada. alguns sons. algumas músicas. palavras. conselhos.
Hoje eu acordei pra abrir as cortinas. Pedir desculpa pelas músicas desagradáveis. Pelas desafinações. Pelas cordas de violão estouradas. Pela falta de sustentação. Pra me curvar diante da minha felicidade e reconhecer que não sou nada senão dom. Não ninguém senão quem meu dom quiser.
Eu Isi. Sou humana. Com erros e falhas assim como qualquer pessoa. Sou musical. Com erros e falhas assim como qualquer outro instrumento. Voltei pra mudar de lugar tudo que estava empoeirado em mim. colocar denovo pra funcionar tanta coisa que está parada. Voltei porque voltou minha força e coragem. Porque subir ao palco é minha paixão.
E pela paixão. Voltei pra retomar o meu show.
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