sexta-feira, 22 de maio de 2009

Agora

Se a gente pudesse alcançar a Lua, talvez ela não tivesse o mesmo valor. Se alguns olhos e olhares pudessem ser roubados será que teria tanta graça quanto tem, quando eles estão distantes? Não é a aparente timidez, não é não estar à vontade, é não poder desejar o que não é meu, é não poder encarar o que não posso ter, é não poder olhar pra tudo que desejo e está em olhos proibidos e não ter o direito nem ao menos de pensar que posso alcançar essa alma. Me dá arrepio na espinha, borboletas na barriga, tremedeira nas mãos pensar em tudo que já pensei. Cantar, ouvir o violão,  gostar das mesmas músicas, passar horas sem o assunto terminar, a vontade de estar, de falar, de tanta coisa. Tudo faz uma falta que ninguém nunca causou sem ter estado presente ao menos um dia na minha vida. Essa presença é muito mais que física, é no pensamento, nos sonhos, nas vontades, nos desejos, nessa tal saudade.


Passou-se apenas um dia, porém eu já sinto o vazio das ausentes palavras...
Não sei o que falar. Estou quieta na verdade. Com a certeza da falta.


Talvez seja toda essa boemia em que eu vivo. Mas nessa boemia eu queria ter encontrado e sentido o que eu queria tanto sentir hoje, não fosse o descaso do acaso, não fosse a falta de rima do mundo, eu agora poderia não estar assim.

Assim?
Aqui. meio sem sentido escrevendo palavras confusas e tentando não errar letras. Tomando alguma coisa que inspire a tristeza nos verbos, desejando acordar do pesadelo da loucura.


Não quero mais o que não é meu. O que não é meu, à meu coração não pertence. Não posso ter, não posso carregar, não posso deixar estar, nem quero ir. Bate um arrependimento de não ter o signo da indiferença, mas não pude deixar de perceber em meio à multidão seu brilho.

Tudo isso soa contraditório, pois sei que ainda assim, enquanto meus olhos brilharem minha alma estará sorrindo, e realmente é assim que quero estar. 
Agora.

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